Braçonortense narra o seu processo de obtenção da dupla cidadania.
Finalmente, posso dizer che sono veramente italiana”. Esta foi a frase dita pela moradora de Braço do Norte, Larissa Della Giustina, 35 anos, ao receber a dupla cidadania após seis anos de espera. Segundo ela, a felicidade é ainda maior por ter a oportunidade de passar este direito ao filho Heitor, que, por consequência, transmitirá aos seus descendentes. Apesar de celebrar e ansiar por esta conquista, Larissa conta que este não era um sonho antigo. “Em nossa família, sempre tivemos muito forte a religiosidade e o orgulho de termos participado da construção da Capela da Santa Augusta e de nossa origem italiana e, embora desde criança eu sempre soubesse que era descendente de italianos, nunca prestei muita atenção e nem tive vontade de saber mais sobre dupla cidadania”, relata. O interesse surgiu no início de 2017, quando seus irmãos, Bianca e José Augusto, decidiram morar fora do Brasil e iniciaram a busca pela documentação necessária. “Graças à organização e interesse de alguns tios e primos que tinham todas as informações catalogadas, foi muito simples saber onde as certidões estavam e eles viajaram até a Itália para fazer o reconhecimento lá, na terra de nossos antepassados”, explica.
Já no caso dela, que não tinha pressa e nem a possibilidade de ir para a Itália, o processo acabou sendo mais longo. “Preferi fazer o meu reconhecimento através do Consulado da Itália em Curitiba”, conta. A ficha de inscrição foi enviada em 1º de março 2017. “Fui inserida na lista de espera para futura convocação e para poder apresentar o pedido de reconhecimento da cidadania italiana ‘Iure Sanguinis’”, complementa. Isso aconteceu em janeiro de 2022. Ou seja, foram cinco longos anos para Larissa. “Essa espera só fez com que meu interesse e vontade aumentassem”, relembra. A partir de então, o passo seguinte foi a busca pelas certidões de nascimento, batismo, casamento e óbito dos antepassados para que tudo fosse formatado de acordo com a legislação italiana. A data estipulada para a entrega na Representação Consular de Nova Veneza era 17 de março do mesmo ano. “Chegando lá, mais um obstáculo vencido: a grande fila por ordem de chegada”, brinca Larissa, ao narrar sua experiência. Segundo ela, ter recebido apoio neste momento foi fundamental. “Como o processo de reconhecimento é algo complexo e eu não tinha a menor ideia de como fazê-lo, pedi ajuda ao meu companheiro de trabalho e amigo Werynton Boneli, que me acompanhou em todas as etapas, orientou-me nos procedimentos e fez o necessário para que tudo ficasse perfeito”, afirma agradecida.
Mas foi em 7 de fevereiro de 2023, após mais 11 meses de pura ansiedade, que ela recebeu o comunicado oficial de deferimento do pedido de reconhecimento da cidadania italiana do Consolato d´Italia di Curitiba. Questionada se há intenção de ir à Itália, ela responde que este é um desejo seu. “Nunca fui, mas tenho vontade de ir conhecer. Meus avós Vicente e Clara já estiveram lá, onde nossos antepassados moravam”, comenta. Resolvida a burocracia, findada a demora e vencidas todas as dificuldades, Larissa só tem motivos para celebrar. “Eu acredito que tudo foi realizado de maneira correta e da melhor forma possível”. Por isso, para quem está neste processo, ela sugere que continue perseverando. “A dica é não desistir. As coisas demoram, mas a recompensa faz valer a espera. É muito gratificante e me dá muito orgulho ter o reconhecimento de ser uma Italiana, honrando, assim, minhas origens e todo o esforço dos meus antepassados”, conclui.
“As coisas demoram, mas a recompensa faz valer a espera. É muito gratificante e me dá muito orgulho ter o reconhecimento de ser uma Italiana, honrando, assim, minhas origens e todo o esforço dos meus antepassados”, Larissa Della Giustina.