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COLUNISTAS

São Joaquim descobre que vinho também aquece fora do inverno

07/07/2025 09h25 | Atualizada em 07/07/2025 09h26 | Por: Cláudia Borba
O enoturismo em São Joaquim é um convite para olhar a cidade com outros olhos — e brindar com outros sabores

Por Claudia Borba – Coluna Abrindo a Garrafa

Sempre que penso em São Joaquim, a imagem que vem à mente é a do frio. Daquelas manhãs em que a geada pinta de branco os campos e o vinho tinto parece se encaixar com naturalidade no cenário. Mas a verdade é que a cidade mais gelada da Serra Catarinense está mudando de identidade — ou melhor, ampliando o seu charme. E o enoturismo tem muito a ver com isso.

São Joaquim, que sempre foi sinônimo de maçã Fuji e temperaturas negativas, agora começa a ser reconhecida por algo mais: uma experiência sensorial que combina vinho, natureza, gastronomia e cultura. Com mais de 20 vinícolas em operação, a cidade está virando a chave de um modelo turístico baseado apenas na sazonalidade para algo mais perene, mais sofisticado e, ao mesmo tempo, mais acolhedor.

E não se trata apenas do vinho na taça. É o que ele traz junto: glamour, aconchego, identidade, histórias. É a caminhada entre os parreirais, a conversa com o produtor, o vinho servido com a vista de um vale imenso lá fora. É a certeza de que dá, sim, para viver São Joaquim também em janeiro — e que calor e vinho não precisam ser inimigos.

O que me encanta nesse processo é que não é só sobre atrair turistas. É sobre integrar a cidade nesse novo ciclo. O Festival de Rua, por exemplo, é uma iniciativa que coloca o vinho, o artesanato, a música e o comércio lado a lado no coração da cidade. E, talvez mais importante: coloca o morador junto. O pertencimento, afinal, é o ingrediente secreto de todo destino que dá certo.

E mesmo com todo esse crescimento, São Joaquim não está tropeçando nos próprios pés. Pelo contrário. Está construindo um turismo com responsabilidade, sem sufocar suas vocações originais. A maçã continua ali, firme. Mas agora com novas possibilidades, como o colhe-e-pague e passeios entre pomares floridos. Porque se vinho pode ser turismo, por que a maçã não pode também?

O enoturismo em São Joaquim é um convite para olhar a cidade com outros olhos — e brindar com outros sabores. E é uma alegria ver que, diferente de outras regiões que cresceram rápido demais, a Serra Catarinense está se permitindo florescer no tempo certo, como as videiras que aprendem com o frio, mas dão seus melhores frutos no calor do cuidado.

O futuro de São Joaquim não será escrito só em graus negativos. Será contado em taças servidas o ano inteiro, em experiências que aquecem por dentro e em uma cidade que soube crescer sem perder a essência.

Corredores, vinhos e a magia da serra: um brinde em movimento

18/06/2025 07h50 | Atualizada em 18/06/2025 07h48 | Por: Cláudia Borba

Imagine essa cena: o friozinho cortante da Serra Catarinense, o cheiro da terra úmida, montanhas abraçando os vinhedos, um céu azul límpido típico de agosto... e, no meio de tudo isso, corredores cruzando trilhas em meio às parreiras, movidos não só pela endorfina, mas também pela paixão pelo vinho, pelo bem viver e pela natureza.

Sim, isso agora é realidade em Santa Catarina. No dia 9 de agosto de 2025, chega à nossa serra a Wine Run, uma das corridas temáticas mais charmosas do Brasil, que une esporte, enoturismo e uma celebração da vida que, sinceramente, é a cara da Serra Catarinense.

Se tem algo que me encanta no universo do vinho é essa capacidade que ele tem de se conectar com experiências. E que experiência será essa! Correr (ou caminhar, por que não?) em meio aos vinhedos da Vinícola Thera, em Bom Retiro, não é só sobre completar quilômetros. É sobre sentir. É sobre viver aquele frio que pede taça cheia, é sobre suar em meio às paisagens que já são, por si só, um presente.

Mais do que uma prova, a Wine Run é um evento que respira tudo aquilo que o vinho representa: conexão, desafio, prazer e celebração. E faz todo o sentido que ela aconteça justamente na região dos nossos vinhos de altitude, que há anos vêm conquistando espaço e respeito pelo seu terroir único e pela qualidade crescente de cada safra.

Aliás, a escolha da Vinícola Thera não é por acaso. Quem conhece, sabe: é um lugar que traduz perfeitamente essa combinação de natureza exuberante, sofisticação despretensiosa e amor pelo que faz. E que agora abre seus caminhos não só para quem vem de carro, mas também para quem vem correndo – e brindando.

E se você acha que é só suor, se engana. A chegada reserva o melhor tipo de recuperação: comidas regionais, sucos (de maçã e uva, claro) e, para os que quiserem brindar, aquele vinho que combina perfeitamente com o esforço e a conquista. Depois, uma sunset party para fechar o dia no melhor estilo serra: música boa, gente feliz e taças tilintando.

Olha... eu não sei vocês, mas eu já anotei essa data. Seja para correr, caminhar ou simplesmente brindar, a Wine Run Serra Catarinense chega para provar que vinho também combina com movimento. E que viver a Serra é muito mais do que visitar: é sentir na pele, no coração e, claro, no paladar.

Nos vemos lá. De tênis, de botas, de taça na mão… tanto faz. O que importa é brindar.

Tradição na taça, futuro no rótulo

06/06/2025 14h43 | Atualizada em 06/06/2025 14h46 | Por: Cláudia Borba
Desde 1956 produzindo vinho de forma artesanal, Maria e Pedro agora estão prestes a inaugurar a Vinhos Reclino

Por Claudia Borba – Coluna Abrindo a Garrafa

Há um sabor especial no vinho que carrega a história de uma família. É algo que não vem só das uvas ou do terroir, mas da alma que se entrega a cada safra, mesmo sem promessas de mercado, apenas pela paixão herdada dos antepassados. Santa Catarina tem muito desse vinho. E agora, ele começa a ganhar o reconhecimento e a estrutura que merece.

O Projeto Integrado Vinhos Artesanais, desenvolvido pela Epagri, está revolucionando silenciosamente o cenário vitivinícola catarinense. O que antes era feito no porão da casa, com métodos passados de geração em geração, começa a se modernizar com técnica, legalização e um olhar de futuro. E isso é maravilhoso.

A história da família Matiello, de Marema, no Meio Oeste do estado, é um exemplo que me emocionou. Desde 1956 produzindo vinho de forma artesanal, Maria e Pedro agora estão prestes a inaugurar a Vinhos Reclino, com tudo o que uma cantina moderna pede: estrutura para processamento, armazenamento e venda. Mas sem perder a essência – essa que torna cada gole uma memória líquida.

E o melhor: eles não estão sozinhos. São centenas de famílias sendo acompanhadas, milhares de litros analisados, cursos lotados de gente disposta a aprender, a crescer, a transformar o vinho em uma ponte entre o passado e o futuro.

É lindo ver o artesanal ganhando padrão de mercado sem perder sua identidade. É mais do que vinho – é cultura, é turismo, é desenvolvimento regional. É a possibilidade de ver os filhos, como João e Júlia, voltando para a terra, com orgulho, para dar continuidade ao legado dos pais.

Quando abrimos uma garrafa artesanal catarinense, não estamos apenas provando um vinho. Estamos provando uma história, um território, um projeto de vida. E agora, mais do que nunca, com qualidade reconhecida e respaldo técnico, esses vinhos estão prontos para ocupar um lugar de destaque nas adegas, nas mesas e no coração dos apreciadores.

Brindo a esse novo tempo. Onde tradição e inovação caminham juntas, e o vinho é a celebração mais pura disso tudo.

Um brinde solitário — mas cheio de orgulho

15/05/2025 12h55 | Atualizada em 15/05/2025 12h55 | Por: Cláudia Borba
A Vinícola Thera tem sido uma das vozes firmes nesse movimento

Por Claudia Borba – Coluna Abrindo a Garrafa

Quando falamos em reconhecimento internacional, os olhos sempre brilham um pouco mais. E nesta semana, foi a vez do Brasil brilhar na Decanter World Wine Awards, uma das premiações mais respeitadas do planeta. Foram 38 medalhas de prata para vinhos brasileiros — um número que, por si só, já diz muito sobre a nossa evolução no cenário global.

Mas o que me chamou atenção foi um detalhe que diz mais do que parece: entre todos os premiados, apenas um rótulo catarinense. Sim, um único representante de Santa Catarina levou prata para casa. E que representante! O Montepulciano 2022 da Vinícola Thera, com raízes em Urubici e Bom Retiro, foi o escolhido.

Pode parecer pouco à primeira vista, mas vou dizer o contrário: é muito. É simbólico. É potente.

Ver um vinho catarinense — e ainda mais, uma uva italiana como a Montepulciano — alcançar destaque na prestigiada revista inglesa Decanter, que celebra 50 anos de história, é motivo de festa. É a prova de que o trabalho feito nas alturas de SC, com todo o desafio de clima e geografia, está no caminho certo. E mais: está sendo visto, reconhecido, respeitado.

A Vinícola Thera tem sido uma das vozes firmes nesse movimento. Inovadora, consistente e com um cuidado estético que salta da garrafa para o paladar. O Montepulciano 2022 é intenso, redondo, e agora — medalhista. Um verdadeiro cartão de visitas para o que Santa Catarina tem a oferecer ao mundo.

Fica aqui a minha provocação: imagine quando mais vinícolas catarinenses decidirem mirar o mundo? Se com um rótulo já estamos na mesa da Decanter, com muitos, podemos estar no centro dela.

Parabéns à Thera. Parabéns à viticultura brasileira. E que esse brinde solitário seja apenas o primeiro de uma longa fila de taças levantadas.

Santa Catarina: um terroir que merece respeito

14/05/2025 16h00 | Atualizada em 14/05/2025 15h59 | Por: Cláudia Borba
Santa Catarina está escrevendo sua história entre os grandes. E que bom poder brindar com ela.

Por Claudia Borba – Coluna Abrindo a Garrafa

Tem hora que a gente precisa parar o gole e bater palmas. Foi exatamente isso que fiz ao ver os resultados da 10ª Grande Prova Vinhos do Brasil. Seis rótulos catarinenses entre os melhores do país. E não estamos falando só de boas notas – estamos falando de reconhecimento nacional em categorias que vão dos espumantes ao fortificado. Isso é enorme. E merecido.

Santa Catarina tem se firmado, ano após ano, como um território promissor para vinhos de altitude, e agora o país inteiro começa a perceber isso. Em especial, é impossível não destacar o Merlot 2013 da Vinícola Kranz, de Treze Tílias, que cravou impressionantes 95 pontos e ficou entre os melhores tintos super premium do Brasil. Um vinho de guarda, elegante, que representa bem o que esse terroir pode entregar quando há paciência, técnica e respeito à uva.

Mas não foi só ele. Tivemos Riesling Itálico de Rodeio, Sangiovese rosé com método tradicional em Urubici, Refosco surpreendendo em São Joaquim... ou seja, um verdadeiro tour pelo potencial vinícola catarinense. Cada vinho premiado mostra que o estado não é mais promessa — é realidade.

Tenho repetido isso há tempos: os vinhos de Santa Catarina são uma joia que muitos brasileiros ainda não descobriram. Talvez porque a produção não seja tão massiva como em outras regiões, talvez por uma questão de distribuição... mas quem prova, entende.

E aqui vai meu conselho: não espere o próximo ranking para dar atenção aos rótulos catarinenses. Visite as vinícolas, converse com os produtores, prove direto da fonte. É uma experiência que vai muito além da taça. É sentir o frescor da altitude, o cuidado artesanal e a paixão que move esse novo e vibrante capítulo da viticultura brasileira.

Santa Catarina está escrevendo sua história entre os grandes. E que bom poder brindar com ela.

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