Controle da doença se dá com pelo menos 70% da população vacinada. Até que isso ocorra, as medidas preventivas não podem ser deixadas de lado
Achegada das primeiras ampolas da vacina contra a Covid-19, nesta semana, acendeu a chama da esperança na população do Vale do Braço do Norte. Ainda que o número de doses tenha sido bem menor do que o esperado, a verdade é que se trata do caminho para o controle da doença e, consequentemente, a volta da normalidade.
Também há de se ressaltar que ter os profissionais de saúde imunizados é garantia de que eles estarão bem para poder atender a população. Sem esta linha de frente, possivelmente, tudo já teria entrado em colapso. Não apenas aqui, mas no mundo.
“É claro que todos queremos a imunização. Mas não tem, e possivelmente não vai ter, vacina para todo mundo ao mesmo tempo e, quem sabe, nem neste ano. Acompanhamos as informações do Ministério da Saúde e a produção das doses possivelmente não suprirá a demanda brasileira tão rapidamente”, atenta o secretário de saúde da prefeitura, Sérgio Fernando Domingos Arent.
O alerta do secretário é prudente, pois reforça a necessidade de a população não relaxar nas medidas preventivas. Mesmo as poucas pessoas imunizadas devem continuar a usar máscara, evitar aglomerações e higienizar as mãos com frequência.
“Pelo que observamos, esta campanha de vacinação continuará ao longo deste ano. Daí a importância de que a população colabore e faça a sua parte. Agora temos a vacina, mas a Covid não tem cura”, lembra Sérgio.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o controle efetivo da Covid-19 depende da vacinação de pelo menos 70% da população. O desafio de todos os países, estados e cidades é, justamente, chegar nesta margem o mais rápido possível.
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A variante do novo coronavírus, encontrada no Amazonas e outros países, também preocupa as autoridades de saúde. Se o vírus saiu da China, imagina algo que já está em território nacional.
“Este ainda será um ano pandêmico e isso está muito claro. Temos que ficar em alerta e não relaxar. Começamos a trilhar o caminho da normalidade, mas apenas começamos. Ele será longo e não queremos perder mais ninguém nesta jornada para a cura”, solidariza-se Sérgio.
Braço do Norte já registra 40 óbitos decorrentes de complicações geradas pelo novo coronavírus. Foram 38 mortes em 2020 e duas neste janeiro. A cidade foi a primeira da Amurel a ter casos da doença, em março do ano passado.
Este início da vacinação também é importante para os municípios poderem planejar a retomada dos serviços de saúde que ficaram em segundo plano por conta do alastramento da doença. “Com os profissionais de saúde imunizados, conseguiremos planejar melhor o nosso ano e, quem sabe, normalizar o atendimento nos postos a partir do fim do primeiro trimestre”, antecipa o secretário.
Nesta primeira fase de imunização contra a Covid-19, a prioridade das cidades do Vale foi imunizar os profissionais de saúde que tem um contato direto maior com pacientes que podem estar doentes. Tudo o que foi recebido já foi aplicado até esta sexta-feira, 22 de janeiro.
Em Braço do Norte, as 268 doses foram destinadas inicialmente para os profissionais que atuam no Centro de Triagem da prefeitura e do Hospital Santa Teresinha, para as responsáveis pelo setor de vacinação e para as pessoas que atuam no setor de internação da Covid-19 no HST e no Samu.
O restante foi aplicado nas enfermeiras, médicos, dentistas, auxiliares de dentista e auxiliares de serviços gerais que atuam nas 10 unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município e também nos motoristas que fazem a transferência de pacientes para hospitais e outras instituições de saúde da região.
Para imunizar todos os profissionais de saúde e idosos acima de 75 anos, conforme preconizava o calendário inicial do Ministério da Saúde, o município precisaria receber um mínimo de 1,3 mil doses.
Grão-Pará também vacinou os primeiros cidadãos nesta semana. As 38 doses foram destinadas para enfermeiros e médicos do centro de triagem que estão em contato direto com os pacientes e também as profissionais responsáveis pelo setor de vacinação. A cidade possui pouco mais de 80 profissionais da saúde. A quantidade de doses recebidas serviu para imunizar 30% destes trabalhadores.
“Nosso apelo é para que a população siga conosco nesta luta. Nossa certeza é a prevenção e nossa esperança é a vacinação. Mas, até que isso ocorra, temos que seguir com o uso de máscara, uso de álcool gel e distanciamento social”, reforça a secretária de saúde e saneamento da prefeitura, Adeise Bussolo Rohling.
Nos municípios de Gravatal (67 doses), Rio Fortuna (38), Santa Rosa de Lima (18) e São Ludgero (63), a aplicação das doses imunizantes também foi totalmente concluída de forma rápida e organizada. Assim como nas outras cidades da Amurel, as doses foram exclusivamente destinadas a médicos e enfermeiros que atuam com maior contato aos pacientes que procuram os respectivos centros de triagem e postos de saúde.
A CoronaVac é aplicada em duas doses, com espaçamento de 15 dias entre elas. Até o fim deste mês, o reforço para estas pessoas imunizadas na região deve chegar e o processo de vacinação se repetir nos primeiros dias de fevereiro.
Durante assinatura do convênio de repasse de R$ 2 milhões da Prefeitura de Braço do Norte para a construção da nova ala do Hospital Santa Teresinha, que abrigará entre outros a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o prefeito Beto Marcelino (PSD) anunciou que repassará mais R$ 1 milhão, caso haja uma união das prefeituras e de entidades da região para angariar os R$ 4,2 milhões que faltam para totalizar o valor desta obra.
Avaliada em pouco mais de R$ 9 milhões, a diretoria do Santa Teresinha reforça que só iniciará a construção quando todo o valor estiver garantido. No momento, há R$ 3 milhões provenientes do Governo do Estado, através da emenda do deputado Volnei Weber (MDB), e o valor conveniado na manhã desta quinta-feira, 21 de janeiro. “Vou iniciar a partir de amanhã uma conversa com todos os prefeitos da região. Penso que todos podem ajudar com um pouco, mesmo de forma parcelada. Assim, não dependeríamos apenas do dinheiro da Cerbranorte, que sabe-se lá quando será realizada a Assembleia e poderemos contar”, lembrou o prefeito que saiu de férias na quinta-feira e já tem agendado encontro com vários prefeitos e correligionários na próxima semana. A intenção é unir entidades públicas e privadas em torno da busca deste valor faltante.
Todos os prefeitos e vereadores e autoridades empresariais das cidades circunvizinhas, atendidas pelo Hospital Santa Teresinha, foram convidados para o encontro a fim de se engajarem na busca de recursos. “Gostei da forma que o repasse do Município será feito para o hospital. Através de medição. Assim, a Administração paga somente depois da obra estar em andamento”, disse o prefeito Neri Vandresen (PL), de Rio Fortuna, presente no ato realizado no auditório do Sicoob. Ao ser questionado da possibilidade de ajudar, foi enfático. “Não conheço detalhes da obra. Porém, entendemos que o Santa Teresinha é um hospital que atende a região e é de extrema importância para todos nós. Se for algo parcelado, podemos contribuir, sim, com algum valor”, ressaltou. Neri lembrou ainda que a Cerbranorte atende também o município de Rio Fortuna. “Teremos participação na decisão do dinheiro que será, possivelmente, repassado à entidade”, lembrou.
O prefeito de Grão-Pará, Helinho Alberton (PP) lamentou o fato da Prefeitura de Grão-Pará não estar em condições financeiras de contribuir neste momento. “Tenho 1,6 milhão em contas para pagar a curto prazo e não tenho dinheiro em caixa. Entendo o hospital como prioridade regional. Porém, preciso organizar as finanças, primeiramente”, disse para a reportagem da Folha durante a assinatura do convênio.