GERAL
Suinocultores buscam valorização de preço
20/07/2018 09h16 | Atualizada em 23/07/2018 12h39
Com custo de produção estimado em R$ 4,07, suínos são vendidos a R$ 2,90. Baixa no preço é questionada pelos produtores que buscam equilíbrio na atividade
A suinocultura de Braço do Norte, responsável por movimentar a economia do município, atravessa mais um momento de crise. Os quase 130 suinocultores independentes que abatem cerca de 360 mil animais por ano apresentam um alto custo de produção e com o preço pago pelos frigoríficos, a atividade está cada vez mais inviável.
O suinocultor Diogo Schotten Becker, conta que hoje o produtor tem um custo de produção estimado em R$ 4,07, sendo que os frigoríficos pagam R$ 2,90 pelo suíno. “Enfrentamos várias dificuldades. Os frigoríficos não negociam preço. Se não chegarmos a um consenso, alguns produtores terão que vender para outros mercados, já que as empresas locais não valorizam nossa matéria prima”, revela.
Para se obter um equilíbrio entre produtor e frigorífico, na noite de ontem, quinta-feira, 19 de julho, os representantes de ambas as classes se reuniram no Sindicato Rural de Braço do Norte para debater alternativas. “O momento é de desespero. Ter um prejuízo em torno de R$ 130 por animal produzido realmente fica difícil. Se reunir e conversar com os frigoríficos não significa sair do prejuízo, mas amenizar a situação. O produtor quer saber se existe a possibilidade de ter pelo menos, um preço de referência, caso contrário, a migração para o fechamento de granjas será grande”, considera Adir Engel, secretário da agricultura do município e presidente Regional Sul da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS).
Slogan reivindica preço antecipado
“Sem preço antecipado não tem suíno”. Esse é o slogan da campanha lançada pelos suinocultores independentes da região Sul do Estado para reivindicar mais equilíbrio na atividade. O presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, exibiu o adesivo distribuído entre os produtores durante a Feagro. A associação promove reuniões entre as entidades dos Estados do Sul. Um dos principais objetivos é firmar a troca efetiva de informações, para que os principais mercados produtores e consumidores tenham mais solidez no preço do suíno. A articulação entre as entidades e os produtores visa equilibrar o mercado independente. “Precisamos parar de entregar suínos sem preço justo e muitas vezes abaixo do custo de produção. Precisamos mudar essa realidade para que a suinocultura independente possa sobreviver com renda e qualidade de vida no campo. A partir de hoje a suinocultura independente terá uma nova realidade porque todos terão um compromisso maior na formação de preço”, afirma o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.
Cai volume de exportações de carne suína
As exportações totais de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) alcançaram 278,3 mil toneladas entre janeiro e junho deste ano, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O volume embarcado foi 18,9% inferior ao obtido nos seis primeiros meses de 2017, quando foram exportadas 343,3 mil toneladas. A receita das vendas acumulada pelo setor neste ano totalizou US$ 567,2 milhões, saldo 30,4% inferior aos US$ 814,7 milhões registrados no primeiro semestre de 2017. Com 35 mil toneladas embarcadas, o desempenho das vendas em junho registrou retração de 45,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 64,1 mil toneladas. Na comparação com maio, a diminuição chega a 26,6% (com 47,7 mil toneladas exportadas no quinto mês de 2018). Mesmo com os impactos dos bloqueios nas estradas, as vendas de carne suína para a China permaneceram em alta neste semestre. Ao todo, foram 69,8 mil toneladas exportadas no período, volume 170% superior às 25,8 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE