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Solidariedade marca o retorno às aulas em BN

26/02/2021 10h21 | Atualizada em 02/03/2021 08h12

Doação de uniformes e materiais escolares surpreende e reaproxima a família da escola

Doar sangue, roupas, priorizar negócios locais, auxiliar uma instituição ou a escola do bairro são gestos simples, mas que fazem a diferença para toda a comunidade. E isso ficou muito claro desde março do ano passado, quando o coronavírus espalhou mais do que uma doença: deixou um rastro de incertezas e momentos difíceis.

professora aposentada Márcia Michels Koch (na esquerda) levou mais de dez peças de uniforme que não servem mais no netinho Davi para beneficiar outros alunos da escola

Com a volta às aulas neste ano, a comunidade percebeu o quanto a educação é essencial na formação humana. E não apenas no aspecto acadêmico, mas também no que tange ao psicológico e ao social! E a rede de solidariedade, até então pequena e invisível, começou a aparecer e a crescer! O resultado são pequenos gestos que tomam conta das instituições educacionais de todo o Vale. Um exemplo está na Escola Estadual Engenheiro Annes Gualberto, no bairro São Basílio, em Braço do Norte.

Aposentada, a professora Márcia Michels Koch foi uma das pessoas da comunidade que, sozinha, mobilizou-se para favorecer os alunos da escola. Lavou e passou todas as peças de uniforme do netinho Davi, de 12 anos, aluno da 8ª série. Tudo foi carinhosamente entregue para a direção da escola distribuir entre os estudantes. “Entre camisetas, calças e bermudas levei mais de dez peças. Com este cenário de desemprego, com certeza fará a diferença para alguma família”, atenta Márcia.

Ela lecionou na Annes Gualberto por 27 anos. Finalizou a carreira na Escola Municipal Antônio Rohden, o “Educandário”. “Como professora, a educação sempre foi prioridade na minha família. Acredito que o ano passado nos mostrou o quanto isso é importante”, valoriza.

A professora não foi a única. A mãe Rosilene Vandresen Schmoeller também levou os uniformes da filhota, agora no 9º ano, para que outras crianças sejam beneficiadas. “Todos os meus filhos estudaram na Annes Gualberto e sempre fiz questão de doar tudo. Estar próximo da escola é o mínimo que nós, como pais, devemos fazer. E se pudermos fazer aquele algo a mais, melhor ainda”, exclama Rosilene, que é agente de Apoio na Educação Municipal de Braço do Norte.

A quantidade de doações aumentou significativamente, garante a diretora Lucimara Ávila. “Além de uniformes, também recebemos materiais escolares, pois muita coisa nem chegou a ser usada e, dependendo da série, nem será mais. Então os pais passaram adiante. Ficamos orgulhosos em ver essa rede de solidariedade crescer e se multiplicar naturalmente”, celebra.

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Sem campanha e com alto padrão de solidariedade

A escola não fez nenhum tipo de campanha ou pedido de doação aos pais. Tudo o que vem chegando desde a semana passada é de maneira espontânea. “Nossa comunidade pode não ser considerada de alto padrão financeiro, mas é muito superior quando se trata de ajudar. Todos se unem e é algo que merece reconhecimento”, valoriza Lucimara.
Até mesmo quem não tem ou não pode doar coisas materiais, trata de ajudar a escola em outros aspectos. Um exemplo são os pais de uma aluna que sempre cortam a grama no pátio na frente da escola. Ninguém pede. Eles simplesmente querem ajudar e fazer o ‘algo a mais’ pela escola que acolhe sua menina.

“Esse tipo de serviço é disponibilizado pelo Governo do Estado, mas depende de licitação. Este ano não tinha sido feito ainda. Os pais vieram aqui no sábado passado para deixar o nosso prédio mais bonito para receber os alunos. Este tipo de atitude não tem preço!”, reconhece a diretora.

Um exemplo são os pais de uma aluna que sempre cortam a grama no pátio na frente da escola. Ninguém pede

Surpresa com a quantidade de doações e com o apoio da comunidade escolar, a assessora de direção Luciana Silva Cardozo de Oliveira acredita que a partir de agora a cidade tem a chance de reescrever o ensino público, pois a família também começou a retornar para a escola com seus filhos. “Este é um movimento de extrema importância para a educação como um todo e fará toda a diferença, especialmente após um ano tão difícil”, avalia Luciana.

VOLTA ÀS AULAS

A escola Engenheiro Annes Gualberto é a terceira maior instituição de educação de Braço do Norte em número de estudantes. Neste ano, são 547 alunos matriculados e divididos entre 28 turmas do ensino fundamental 1 e 2.

QUANTIDADE de doações que a escola Annes Gualberto tem recebido neste início de ano deixa todos surpresos.


As aulas recomeçaram no dia 17 deste mês, assim como em toda a rede estadual catarinense. Pouco mais de 80% dos alunos matriculados retornaram para o ensino presencial híbrido (uma semana na escola, uma semana em casa).


Para os estudantes que integram os grupos de risco para a Covid-19 ou para os pais que optaram por deixar seus filhos em casa por mais algum tempo, o ensino 100% remoto começa no dia 8 de março.

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