Empresária Adria Felipe Weber falou sobre o tema em evento.
A empreendedora braçonortense, Adria Felipe Weber, 43 anos, teve sua história vinculada à empresa da família, a Áurea Alimentos, desde que nasceu. Esta é uma história de muito amor, mas também repleta de desafios e superações. Em evento realizado pelo Núcleo de Mulheres da Associação Empresarial de Orleans (ACIO), nesta terça-feira, 28, ela foi convidada para compartilhar sua trajetória.
“A Áurea Alimentos possui 60 anos de história. Então, em resumo, eu nasci dentro dela. Se me perguntarem sobre minhas principais lembranças, elas estão relacionadas à empresa”, relata. Adria começou a trabalhar no local aos 13 anos e, com apenas 21 anos, assumiu como diretora de recursos humanos.
Uma grande responsabilidade. Afinal, eram aproximadamente 200 colaboradores em atividade. “Eu era estudante de Direito na época e lembro que pensei que deveria agarrar esta oportunidade e dar o melhor de mim para que as pessoas me reconhecessem não como filha do dono, mas como uma pessoa com competência para ocupar aquele lugar. Além de estudar exaustivamente, eu sempre trouxe pessoas que sabiam muito para trabalhar comigo”, relembra.
Do desafio, entretanto, vieram conquistas - e isso é algo recorrente na história de Adria. Ao implantar certos procedimentos, vieram como resultado três premiações, em âmbito estadual, de reconhecimento de boas práticas de gestão de pessoas. “Sempre tive muito respeito, empatia e valorizei quem escolheu trabalhar na Áurea. Precisamos apoiar e dar condições para a equipe para fazer com que eles gostem de trabalhar e se sintam bem”, afirma ao falar de seu amor por lidar com pessoas.
Já no que diz respeito à experiência de trabalhar com a família, ela cita que há certas “regras” que são fundamentais para que essa jornada seja mais harmônica. “Trabalhar em empresa familiar não é fácil, é desafiador. Porém, isso faz parte do nosso DNA e há muito amor envolvido. Não existe fórmula mágica, mas é importante honrar a história trilhada, tratar cada um com muito respeito e ter resiliência para fazer com que tudo dê certo”, observa.
“Não podemos pensar no nosso próprio umbigo. Afinal, são várias pessoas que dependem única e exclusivamente daquele negócio”, aconselha Adria. Outro grande desafio veio em 2022, quando a sucessão de governança começou a ser estruturada. Na ocasião, ela foi convidada para ser a responsável por este processo e ficou feliz, tendo em vista que estava estudando sobre este assunto há bastante tempo.
Porém, foi pega desprevenida quando soube que precisaria abdicar do cargo que exercia até então, do qual gostava muito. “Eu estava em um ano difícil e, no dia anterior ao comunicado, eu havia pedido para Deus me mostrar um caminho. Faziam 28 anos que eu trabalhava no setor de recursos humanos e, quando recebi o convite, pedi para pensar. Eu não queria largar tudo que construí para entrar em um novo desafio”, conta.
Devido à mudança, ela teria que deixar de ir para a Áurea todos os dias e passaria a trabalhar em casa, o que representou uma grande ruptura, que não lhe fez bem por muito tempo. Por mais que não tenha aceitado bem no início e que tenha refutado essa ideia, recebeu o suporte do marido e de outras pessoas que foram fundamentais neste momento de transição de carreira.
“Hoje, vejo que, enquanto executiva de governança corporativa, encontrei minha missão. Eu falo disso abertamente e gosto de compartilhar para que as pessoas saibam que nem tudo são flores, que todos passamos por momentos dolorosos. Estou muito feliz, me capacitando e iniciando novos projetos, inclusive de mentoria sobre governança e sucessão”, cita realizada.
Sendo assim, mais uma vez, o desafio foi superado e frutos têm sido colhidos. “Sempre virão novos momentos e oportunidades. Do limão, fiz uma limonada, como disse minha filha, e fico muito feliz por dar essa percepção a ela e a outras mulheres”. Por fim, ela deixa uma mensagem final para as demais empreendedoras. “O mundo vai ser nosso, vamos criar filhas fortes, vamos nos unir porque, quando fazemos isso, temos muito mais garra e vontade de fazer diferente”, conclui.