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Vilson e Layonn decidiram percorrer a Carreta Austral, a “estrada mais cênica do mundo”
Sentir o vento no rosto, os pingos de chuva no corpo ou a poeira na pele. São sensações que, na estrada, somente um motociclista pode ter. No meio do motociclismo, inclusive, há o seguinte ditado: “quando se viaja, é possível apreciar a paisagem. Mas quando se está de moto, você faz parte da paisagem”.
Dois braçonortenses resolveram tomar esse ditado como princípio e partiram para uma grande aventura de moto. Layonn Volpato e Vilson Felippe Júnior partiram no dia 8 de março para percorrer a Carretera Austral, estrada de mais de 1,2 mil quilômetros que corta o Sul do Chile e leva até a Patagônia.
Os dois motociclistas são amigos há bastante tempo. Já andavam de moto juntos. São adeptos do enduro e da trilha, atividades bastante populares entre os motociclistas da região. Vilson, então, teve a ideia de percorrer a Carretera Austral. “O nome oficial dessa estrada é ‘Ruta CH-7’. Ela começou a ser construída na época do ditador chileno Augusto Pinochet e, até hoje, ainda não está totalmente concluída. Porém, é conhecida como ‘a estrada mais cênica do mundo’. Tamanha é a sua diversidade de paisagens, uma mais bela que a outra”, conta.
Seu parceiro de aventura, a princípio, não o acompanharia. “O Vilson é que pensou em tudo. Se preparou, traçou a rota. Eu dava apoio moral para ele e dizia que não poderia ir com ele. No fim, resolvi ir também e acompanhar meu amigo. Afinal, se pararmos para pensar, nossa vida é curta precisamos aproveitá-la. Nossa América Latina é tão bonita. Tem paisagens desérticas, tem os Andes, e até a neve. Decidi aproveitar a oportunidade e embarcar nessa aventura”, diz Layonn.
A parte inicial da viagem transcorreu sem maiores problemas. O principal desafio foi encarar o clima irregular. “Outros motoviajantes já haviam nos alertado, por exemplo, que nesta época do ano faz muito calor nos pampas argentinos. Passamos pela região no nosso terceiro dia. Nos preparamos usando roupa de calor. Mas, quando chegamos lá, fazia um frio atípico. Tivemos que parar para colocar roupa para o frio. Mas depois, o tempo esquentou e colocamos roupa para calor. No final do dia, veio uma chuva. E novamente fomos obrigados a usar roupas para frio”, lembra Vilson. “Houve também um dia que fazia um calor de uns 40 graus. Fizemos até um vídeo em que o Layonn se refresca embaixo de torneira, mas em meia hora, ele já estava seco novamente”, acrescenta.
Já na Carretera Austral, no Chile, o momento foi de apreciar as paisagens que o passeio oferecia. Estepes e pampas da Patagônia Chilena, bosques andinos, lagos e rios, fiordes e montanhas. A dupla, porém, teve que encerrar a viagem antes do esperado. O motivo foi a pandemia do novo coronavírus e as ações dos governos do Chile e da Argentina na tentativa de conter o contágio. Vilson e Layonn decidiram voltar para casa antes de chegar ao final da CH-07 no nono dia de viagem.
“Resolvemos sair da Carretera Austral e cortar direto para a Argentina, onde tivemos bastante dificuldades. Nas cidades, os policiais param os viajantes logo na chegada e não permitem a entrada. No máximo levam até um ponto de abastecimento e obrigam a retornarem para a estrada. Também tivemos dificuldade em encontrar hospedagem. O que é uma pena, pois pretendíamos aproveitar para ficar alguns dias em Bariloche, o que não foi possível. Então resolvemos voltar direto para casa”, lamenta Layonn.
Ao registro completa de viagem pode ser conferida no Instagram, nol @bnxautral. O perfil criado para uma espécie de diário de bordo, para que todos possam acompanhar juntos o passeio.
E mesmo sem conseguirem chegar até o fim da Carretera Austral, pode-se dizer que a aventura de Layonn e Vilson foi um sucesso. Ambos conheceram lugares e pessoas que nunca conheceriam se não tivessem pegado a estrada. Tiveram experiências e adquiriram conhecimento que levarão para o resto de suas vidas. Terão muitas histórias para contar aos amigos e à família. Porque, como diz um outro ditado entre os motociclistas, “a jornada é mais importante que o destino”.
