Enfermidade pode causar anemia, enjoo, perda de peso e irritabilidade
Apesar de pouco conhecida, a doença Celíaca atinge, no Brasil, aproximadamente 2 milhões de habitantes, uma estimativa de 1% da população. Essa enfermidade afeta o sistema imunológico, causado pela intolerância ao glúten e proteínas encontrados nos cereais. De predisposição genética, pode acarretar anemia, enjoo, perda de peso, depressão, lesões na pele, irritabilidade e, em alguns casos, levando a óbito.
De acordo com as pesquisas, boa parte dos portadores da doença nem sabem que a possuem. “Anemia que não curava, dores intestinais intensas, estufamento, mal estar, desânimo, dores de cabeça, eram um dos principais sintomas que sentia antes de descobrir a doença”, relata a nutricionista Tamara Alano Niehues.
Depois de 10 anos de angústia e sintomas, Tamara descobriu enquanto cursava a faculdade de Nutrição que era celíaca. “Me dediquei a ficar bem, buscar meu equilíbrio e investi tempo na minha saúde. Com auxílio de um gastroenterologista, testamos vários medicamentos, entrei com a parte alimentar e suplementação. Desde então, tudo vem caminhando bem e praticamente não tomo mais remédios”, destaca. Em 2020, seu filho Gabriel também foi diagnosticado com a doença.
O médico gastroenterologista Reginaldo Oenning explica que o diagnóstico é baseado nos sintomas do paciente, associado a exames laboratoriais e endoscópicos. “A realização do diagnóstico inclui exame de sangue, que verifica a presença de anticorpos específicos do problema. Vale ressaltar que nem todo paciente celíaco tem o mesmo grau da doença”, explica o especialista. “Pode estar presente em todas faixas etárias. Na infância, deve-se ter atenção especial no atraso do desenvolvimento, perda de peso e atraso no crescimento”, alerta o profissional.
A Doença Celíaca não possui “cura”, mas regride sua “agressão” ao paciente que adere a uma dieta isenta de glúten, o único tratamento efetivo. Por isso, o celíaco deve seguir uma alimentação rigorosa, onde há restrição na ingestão de alimentos contendo trigo, cevada e centeio, o cardápio da pessoa, ou até mesmo da família, deverá ser levado a risco, até mesmo na hora de comungar. “Para os celíacos cristãos que são incapazes de receber as hóstias, a igreja orienta que levem seu cálice para que o padre consagre o vinho e o fiel possa fazer suas orações”, indica o padre Pedro Paulo das Neves, pároco da Matriz Nosso Senhor do Bom fim de Braço do Norte.
Com propósito de despertar a conscientização da população e ajudar os médicos a identificar os sintomas desde o início, bem como ajudar aqueles que podem estar apresentando sintomas relacionados à doença celíaca, foi criada a campanha “Maio Verde”, desenvolvida no mês que passou, para que todos buscassem, além dos diagnósticos, cuidar da dieta e evitar a contaminação cruzada.
“Se você estiver sentindo alguns desses sintomas com frequência, procure um médico especialista. Por isso um pouquinho, sim, faz mal! Acredite, não é frescura”, alerta Tamara sobre a preocupação com a doença.