Grupo formado por 10 mulheres cultivam relações fortes e duradouras
Manter uma única amizade que te acompanhe durante toda a sua vida já pode ser considerado uma dádiva. Agora, imagine fazer parte de um grupo formado por 10 mulheres que compartilharam os momentos mais especiais e os mais desafiadores, iniciando na infância, passando pela adolescência e perdurando na fase adulta. É algo tão valioso quanto raro e, por isso, motivo de imenso orgulho por cada uma das integrantes.
Em 2023, estas mulheres completam 40 anos. Porém, a história de amizade começou na escola Febave (hoje, Colégio Unibave), localizada em Orleans. “Algumas meninas estudam juntas desde a educação infantil. Outras foram sendo incluídas no grupo ao longo dos anos fundamentais. De qualquer forma, a escola foi o nosso elo e, ao longo dos tempos, tivemos muitas atividades em comum”, conta Janaina Niero Mazon, que é psicóloga e professora.
Para Francine Volpato Pizzolatti, o segredo desta amizade duradoura está nos valores que o grupo carrega. “Acreditamos que o respeito, a empatia e a cumplicidade que temos uma com as outras são os pilares da nossa amizade, como de qualquer relação. Nós nos amamos, cada qual do seu jeito, e cada uma é peça fundamental e indispensável no grupo”, observa a psicóloga e comerciante. Jana acrescenta que as memórias afetivas criadas também contribuem para que as fortaleça ainda mais enquanto unidade. “Todas nós debutamos no ano de 1997 e um grande marco foi o baile de debutantes. Apesar de termos histórias de vários aniversários, eventos escolares, teatros e apresentações do jazz, o baile de debutantes foi um grande evento em nossas vidas. Naquela época, só podíamos sair de casa após debutar, então vivemos juntas essa ansiedade de viver os primeiros bailes no clube e as festinhas”, relembra.
Mas, para além disso, estas amigas possuem diversos outros pontos em comum. “Somos uma geração que nasceu ouvindo e dançando as músicas da Xuxa. Somos apaixonadas por Sandy & Junior. Gostamos de estar com nossas famílias e somos guerreiras, cada uma com sua história”, cita. Quando questionada sobre a fase mais nostálgica, Jana responde que o período escolar é o que mais deixa saudades. “Fazíamos os teatros escolares. No Ensino Médio, tínhamos um professor de Português, o Carlos Schlickamn, que sugeria como atividade avaliativa um teatro ou atração musical sobre um livro que líamos. Montamos uma banda, fizemos jornais, teatros filmados e ao vivo e foi muito divertido. Passávamos horas gravando para apresentar na escola e era emocionante sempre quando íamos assistir”, descreve Jana.
Após a escola, mesmo seguindo caminhos diferentes, a conexão permaneceu. “Construímos uma amizade verdadeira e duradoura, aquela amizade que podemos passar dias sem nos encontrarmos, mas, quando nos vemos, parece que foi ontem e que nada mudou”, ressalta a psicóloga. Mas, para que amizades perdurem por tantas décadas, é primordial que haja uma atuação ativa a fim de manter a relação. Afinal, com o passar dos anos e com o acúmulo de responsabilidades, a frequência dos encontros diminui. “A dificuldade de nos encontrarmos se dá pelo excesso de compromisso de todas. Sem contar que muitas já moram em outra cidade e, até mesmo, em outro país. Então é importante tirar um tempinho para se dedicar às amizades verdadeiras”, afirma, acrescentando que a qualidade conta muito mais que a quantidade. “Sempre celebramos. Quando temos oportunidade, estamos juntas”, complementa.
Quando o grupo - ou parte dele - se encontra, o momento funciona como uma espécie de alívio para a rotina atribulada. É como um respiro, que recarrega a energia e conecta cada mulher com sua essência. É quando mente e coração são levados a reviver memórias leves. Nestas relações, elas apenas são, sem precisar pedir licença. Até porque, nas amizades, não há espaço para julgamentos, apenas para acolhimento. “Todas nós temos problemas, todas temos desafios e dificuldades no dia a dia. Nós trabalhamos muito e, por vezes, tentamos nos reunir e não conseguimos por causa das agendas. Mas, sempre que nos encontramos, é um momento alegre, de compartilhar lembranças maravilhosas, de diversão, de nos conectar e conectarmos com nossos familiares. É tão raro falarmos de momentos tristes, pois, sempre que estamos juntas, são lembranças muito boas”, pontua Jana.
40 anos de memórias inesquecíveis
Para a empresária e advogada Thayni Librelato, estas são amizades que transcendem o tempo. “Das primeiras brincadeiras no parquinho aos desafios na escola, na adolescência. Crescemos juntas, compartilhando risos, lágrimas e memórias inesquecíveis. São 40 anos de momentos que guardaremos para sempre”, afirma. É por isso que o grupo utiliza como marca a expressão “since 1983”, que significa “desde 1983”. “Este foi o ano no qual todas nós nascemos. Então, recebemos, em todos os aniversários, um mimo com essa frase escrita. Já temos anel, mala, camiseta, pingente, bolsas, cangas”, relata Jana. “Amizades são tesouros que o tempo não apaga e nossas amigas de infância são a prova viva disso. Podemos seguir caminhos diferentes, mas, quando nos reencontramos, é como se o tempo não tivesse passado. Ao olhar para trás e refletir sobre todas as etapas que vivemos juntas, percebo o quanto sou abençoada por tê-las ao meu lado desde sempre”, conclui Thayni.
O grupo de 10 amigas é formado por: Janaina Niero Mazon, psicóloga e professora; Francine Volpato Pizzolatti, psicóloga e comerciante; Emanuella Durante Croceta, empresária, instrutora e terapeuta de técnicas integrativas energéticas e sistêmicas; Thayni da Silva Librelato, empresária e advogada; Rafaela Quarezemin Bussolo, empresária; Cristine Jung Monteguti, a “Tita”, farmacêutica; Eduarda Baggio Beger, a “Mimi”, contadora e empresária; Camila Ruzza Geremias, farmacêutica; Nicolle Zomer Matheus Zavarise, atua no setor financeiro; e Cristina Salvalagio Debiasi da Luz, a “Kiki”, educadora física e empresária.