Neste 15 de janeiro completam dez meses do primeiro caso confirmado da Covid-19 em Braço do Norte
Na semana em que pandemia provocada pelo novo coronavírus completa dez meses, o Vale do Braço do Norte - assim como toda a Amurel – segue com o risco potencial gravíssimo. No início da semana a região chegou a figurar na cor laranja, que representa risco grave. Mas, já nesta quarta-feira, 13 de janeiro, o nível de contágio voltou a subir para o grau máximo. Isso confirma que a situação ainda é bastante preocupante e ninguém deve deixar as medidas de segurança de lado. Na verdade, este o momento de a população reforçar e ser ainda mais vigilante neste aspecto, pois as chances de mais pessoas contraírem a doença e terem enormes problemas ou até morrerem continua altíssima.
Braço do Norte foi a primeira cidade da região Sul a registrar casos da doença, no dia 15 de março de 2020. Praticamente um mês depois, em 14 de abril, o primeiro óbito foi registrado: uma mulher de 85 anos não resistiu às complicações ocasionadas pela Covid-19 e faleceu.
Na época, as notícias em todo o mundo levavam a crer que as pessoas com maior risco de morrerem eram idosos, em especial aqueles que já apresentavam outras doenças, como diabetes, problemas pulmonares, cardíacos e hipertensão. Contudo, quatro dias após o primeiro óbito, no dia 18 de abril de 2020, um homem de 37 anos, sem nenhum tipo de comorbidade, também faleceu. Ele foi o mais jovem paciente de Braço do Norte que não resistiu à doença. E foi nesta data que o sinal de alerta para a população acendeu.
Até então, muitos acreditavam que a Covid-19 não avançaria tanto e não prejudicaria o cotidiano de todo o país. Quem dera fosse possível voltar no tempo e iniciar as medidas preventivas mais cedo. Até o final da tarde de quarta-feira, 14 de janeiro, Braço do Norte contabiliza 39 óbitos. Pode parecer um número pequeno, mas não é. Trata-se de vidas, de pessoas queridas, de pais, mães, avós, avôs, irmãos, filhos, maridos, esposas, amigos. Pensar na dor que assola estas 39 famílias faz que todos olhem para si, para os seus, e sigam firmes no combate à doença.
“Cada pessoa que perdemos para esta doença é muito triste. Por isso que repetimos sempre que as pessoas devem continuar a se cuidar, a usar máscara, a evitar aglomerações. A pandemia não passou”, clama o secretário Municipal de Saúde de Braço do Norte, Sérgio Fernando Domingos Arent.
Perfil das vítimas: homem com comorbidade e mais de 60 anos
Dos 39 óbitos, a maioria dos pacientes é homem (79,5%), acima dos 60 anos e que apresenta algum tipo de comorbidade. Outros 20,5% são mulheres e também com a presença de algum tipo de doença pré-existente. Das mulheres, apenas uma falecida - de 44 anos - não tinha comorbidade.
“Isto mostra que as pessoas mais suscetíveis são aquelas que possuem outras doenças, como hipertensão, problemas pulmonares mais graves e crônicos, diabetes, entre outras. Mas é preciso chamar atenção para um ponto: o fato de terem falecido pessoas de mais idade e com comorbidade não exclui as pessoas mais jovens e sem doenças pré-existentes de terem a doença e até mesmo morrerem. Ninguém está imune. O risco pode ser maior para alguns, mas continua grande para todos”, atenta o secretário de Saúde, Sérgio Fernando Arent.
Ao que tange a idade, a maioria (69,3%) eram pessoas acima dos 60 anos. Outros 30,7% tinham entre 37 anos e 57 anos. O dado reforça o alerta o gestor municipal e prova que a Covid é perigosa para todos e não escolhe classe social, idade, sexo, religião.
Em relação às comorbidades, 84,7% dos pacientes falecidos tinham alguma doença pré-existente que fez com que os efeitos provocados pelo novo coronavírus fossem fatais. O restante - 15,3% dos casos - não apresentavam outras doenças concomitantes. Por uma questão de ética, a Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Braço do Norte não identifica quais as comorbidades que cada paciente tem ou teve. Contudo, as principais doenças pré-existentes apresentadas foram doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), hipertensão arterial (Has), diabetes e tabagismo.
“Além do que já conhecemos como comorbidades mais perigosas para a covid-19, percebemos que a obesidade também é um fator de risco. Duas das pessoas que nos deixaram no ano passado não tinham comorbidades, mas estavam acima do peso. Isso mostra que o coronavírus se aproveita de qualquer brecha do sistema imunológico para atacar. Olhar mais para nós mesmos e buscar cuidar mais da saúde também é uma forma de prevenção”, interpreta Sérgio.
O paciente mais idoso a falecer era uma mulher de 87 anos. Foi o décimo óbito registrado na cidade, no dia 6 de agosto do ano passado. O mês de dezembro foi o período de maior registro de mortes no município: 14 pessoas sucumbiram à covid-19. Neste janeiro uma pessoa faleceu: um homem de 72 anos e que apresentava comorbidades morreu no primeiro domingo de 2021, dia 3.
“Seguimos em alerta máximo. Em especial porque existe muita gente fora da cidade e temos muita preocupação quando estas pessoas retornarem. Não há remédio, não há cura e ainda não temos vacina. Nossa arma continua a ser a prevenção, o respeito ao distanciamento social, a máscara, a higienização de nossas mãos, casas. Esta é uma luta de todos e por todos nós”, lembra o secretário.
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Braço do Norte está preparado para realizar a vacinação contra a Covid-19, garante o prefeito Beto Kuerten Marcelino (PSD). Na tarde desta quarta-feira, 13 de janeiro, ao lado do secretário de Saúde, Sérgio Arent, vistoriou as nove câmaras frias de armazenamento adquiridas pela Administração, um investimento de aproximadamente R$ 100 mil, sendo que oito câmaras estão nas salas de vacinação de unidades de saúde e uma está na Central de Vigilância em Saúde.
“Estamos apenas aguardando que o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, envie as doses de vacina para iniciar”, explica Beto. De acordo com o prefeito, o Município seguirá o Plano Nacional e Estadual de Vacinação. Na primeira fase serão imunizados os profissionais de saúde e idosos acima de 75 anos. Na segunda fase será a vez das pessoas de 60 até 74 anos. Já na terceira fase é a vez das pessoas com comorbidades e doenças crônicas, e na quarta fase serão vacinados os professores e profissionais da segurança pública.
“Além de uma equipe responsável e preparada para a imunização, também temos um estoque suficiente de seringas e agulhas. Estamos prontos para iniciar a vacinação e erradicar este vírus que tanto mal tem causado às pessoas tanto na saúde quanto na economia”, encerrou Beto.