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Chuva surpreende e causa apreensão

05/02/2021 09h46 | Atualizada em 12/02/2021 10h20

Defesa Civil de SC registra recorde de precipitação em janeiro

Em Braço do Norte, os agricultores Nei Schmüller, 57 anos, e Rainoldo Schmüller, de 31, pai e filho, estão preocupados. Ambos administram uma propriedade rural na comunidade de Represa, e a quantidade de chuva que caiu nas últimas semanas na região já ameaça prejudicar os negócios.
“Nosso maior problema é com relação ao pasto. A umidade é tanta que, à medida que o gado pisa numa área, vai revirando a terra e destruindo a grama. Isso vai enfraquecendo a qualidade da alimentação”, lamenta Rainoldo, que junto com o pai cuida de aproximadamente 200 cabeças de gado de corte dispersas em 15 hectares de pastagem. “Por sorte, nós ainda conseguimos colocar o gado em áreas diferentes por determinado tempo. Não fosse assim, teríamos que complementar a alimentação com ração”, acrescenta.

pai e filho: agricultores estão preocupados com qualidade do pasto


Nei e Rainoldo também cultivam milho e fumo, além de terem uma pequena criação de peixes e de cavalos. Nas plantações, por enquanto, as chuvas não estão prejudicando. “Na questão do milho, por exemplo, a chuva até que está sendo muito boa, mas isso é porque ainda não começamos a fazer a silagem para inverno, pois plantamos o milho mais tarde que o habitual. Para quem plantou mais cedo do que nós e agora precisa preparar os silos, a situação não está fácil”, calcula Nei, que nos seus anos como agricultor garante nunca ter visto um verão com tanta chuva. “Como aconteceu recentemente, de ter dado praticamente 15 dias de chuva sem parar, em uns 30 anos nunca tinha visto, a não ser no inverno”, afirma.
Nestes primeiros dias de fevereiro, a chuva diminuiu bastante e até o sol voltou a aparecer. Porém, Nei e Rainoldo seguem atentos, pois o solo já está encharcado e qualquer nova precipitação pode prejudicar ainda mais o pasto.

Defesa Civil de Braço do Norte monitora o clima

A Defesa Civil de Braço do Norte informa que, após as chuvas de janeiro e os temporais registrados no início da semana, segue monitorando o clima. “Estamos em contato constante com a Defesa Civil estadual e com a Amurel (Associação de Municípios da Região de Laguna). Segundo dados que nos foram repassados, Braço do Norte não corre grandes riscos nos próximos dias. Os temporais que estão previstos são isolados”, afirma Maria Renata Schulz Dorpmuller, a “Renata do Taxi”, coordenadora da Defesa Civil municipal.


Para o período de 7 a 11 de fevereiro, a previsão do Ciram/Epagri para Santa Catarina é de predominância de sol em grande parte do território com temperatura elevada. No Litoral, mais nuvens e condição de chuva. Do dia 12 a 16, aumenta a condição de pancadas de chuva à tarde. No Litoral, permanece a condição de chuva frequente.

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Recorde de chuvas em um mês

A apreensão dos dois agricultores se reflete nos dados que os órgãos estaduais de meteorologia e de Defesa Civil têm divulgado. De acordo com o Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia) da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), janeiro apresentou uma precipitação superior ao dobro do normal em algumas regiões do estado, especialmente nos últimos dias do mês.

Em relatório publicado nesta terça-feira, dia 2, o órgão destaca que na Região da Grande Florianópolis foi onde mais choveu. Somente em um dia, em 23 de janeiro, chegou a chover mais de 240 milímetros em algumas localidades, o que seria a média de um mês inteiro, que é de 200 a 250 milímetros. No total mensal, a precipitação bateu recorde histórico.
“Na Capital, foram 686,4 milímetros, o maior registro mensal da região (recorde mensal absoluto), enquanto o recorde anterior era de janeiro de 2018 (652 milímetros). Em Urupema (Planalto Serrano), o total de chuva de 391,2 milímetros deste janeiro de 2021 também é recorde mensal absoluto na região. Em Urubuci (340 milímetros) e Rancho Queimado (445,6 milímetros), os totais representam recorde para meses de janeiro nas regiões”, informa o documento. A precipitação acima dos 600 milímetros em um mês também foi registrada no município de Schroeder, no Norte do Estado.

Na região do Vale do Braço do Norte, a precipitação no mês também foi acima da média, embora não tenha sido tão alta. Em Braço Norte, por exemplo, as chuvas foram de 250 a 300 milímetros. Nos municípios próximos à Serra Geral, como Grão-Pará e Rio Fortuna, em alguns pontos foram registrados de 350 a 400 milímetros.

Segundo o meteorologista chefe da Defesa Civil de Santa Catarina, Murilo Fretta, esse grande volume de chuva deve-se a uma convergência de fluxos que trazem umidade associada à atuação de sistemas de baixa pressão e uma maior temperatura das águas do oceano próximas à costa catarinense.
Dois fluxos de umidade chegaram ao Estado, um vindo da Amazônia, com direção noroeste, e outro vindo do oceano Atlântico. Eles foram impactados por dois sistemas de baixa pressão, denominados de cavado e vórtice ciclônico, que jogavam esta umidade para os níveis mais altos da atmosfera, provocando o aumento da quantidade de água precipitável. “Toda essa convergência estava principalmente sobre o litoral de Santa Catarina. O calor e o aumento da umidade favorecem o desenvolvimento de nuvens e a consequente queda da chuva”, explica Fretta.

Para a próxima semana, em Santa Catarina deve persistir a chuva, por conta da alta umidade e dos sistemas de baixa pressão. A diferença é que elas devem ocorrer principalmente em forma de pancadas e temporais, com a possibilidade de altos volumes em espaços curtos de tempo. “A orientação é que a população siga atenta aos avisos da Defesa Civil e comuniquem as autoridades ao menor sinal de perigo ou de alterações no solo. O momento é de atenção e temos nossas equipes mobilizadas para atender a população”, salienta o meteorologista.

gráfico do Ciram/Epagri registra ocorrência de chuvas no Estado

Lauro Müller registra alagamentos e enxurrada

Com a alta umidade e o aumento do calor na região, a população de Lauro Müller passou por momentos assustadores no final da tarde de segunda-feira, dia 1º. Um temporal atingiu com força a cidade, causou enxurradas e deixou localidades alagadas.


Ainda no decorrer do dia, equipes do Corpo de Bombeiros de Orleans e de São Ludgero atenderam ocorrências de desmoronamento de muros e deslizamentos de terra. Os bairros mais atingidos foram Sumaré, Arizona e Centro. De acordo com os bombeiros, ninguém ficou ferido, apenas danos materiais foram registrados.

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