Contorno viário pode ser descartado e valor utilizado para escola e pavimentações
O prefeito de Braço do Norte, Beto Marcelino, que no último 31 de janeiro, segunda-feira, passou o cargo para seu vice, Ronaldo Fornazza, espera, após seu retorno em 21 de fevereiro, anunciar se o contorno viário irá sair ou não do papel. A expectativa é de que os R$ 34 milhões destinados ao município pelo Governo do Estado sejam utilizados em outras obras.
Beto deixou claro que não haverá possibilidades do pagamento de indenização para nenhuma das propriedades que serão atingidas pela nova rodovia, que promete tirar o trânsito de veículos pesados do Centro de Braço do Norte. “Das 32 matrículas atingidas pelo traçado, cinco proprietários exigem algum tipo de indenização”, detalha o prefeito. “Se pagarmos para um, todos dirão, com razão, que têm o mesmo direito”, salienta.
O prefeito já conversou com quase todos proprietários e ouviu deles seus posicionamentos. “A grande maioria entende que os imóveis irão valorizar muito com o asfalto. Três não pensam assim e estão irredutíveis. Outros dois mostraram que, realmente, serão impactados de forma que a rodovia inviabilizaria, de certa forma, a área de suas propriedades”, lamenta Beto. “Mas, o pedido é esse. Se houver a doação, a obra de infraestrutura mais aguardada de Braço do Norte sai do papel e inicia ainda esse ano”, garante. “Se não for dessa vez, acredito que nunca mais conseguiremos realizar uma rodovia neste porte, pois edificações serão construídas neste traçado nos próximos anos e tudo que foi investido até agora será perdido, infelizmente”, analisa.
O dinheiro para execução do projeto está garantido. “Recebemos semana passada do Governo do Estado R$ 34 milhões para ser usado em obras estruturantes de Braço do Norte. Se não for o contorno viário, serão outras obras importantes”, esclarece. Beto frisa que a execução do contorno foi orçada em fevereiro de 2021 em R$ 33 milhões. “Porém, sabemos que o preço das obras disparou no último ano. É só dar uma passada nas lojas de materiais de construção. Desde o início da pandemia o ferro subiu 50%”, lembra o prefeito que serão construídas três pontes neste trajeto. “Temos um financiamento autorizando pela Câmara de Vereadores que nos dá uma margem emergencial caso o recurso não seja suficiente após a abertura da licitação”, esclarece que não há recursos para pagar nenhuma indenização.
Caso as doações dos terrenos não sejam emitidas nos próximos 15 dias, Beto Marcelino diz que o recurso do Estado será aplicado na construção de uma escola moderna para 400 alunos no bairro São Francisco de Assis. “O pré-projeto está avaliado em mais de 10 milhões e prevê a execução de um moderno prédio na atual Secretaria Municipal de Infraestrutura (garagem)”, garante.
O restante do recurso pode ser utilizado, segundo Beto, para a pavimentação de algumas vias que ainda não foram contempladas, mas são importantes para agilizar a mobilidade dentro do município.
O vice-prefeito, Ronaldo Fornazza, no ano passado assumiu a Prefeitura por três períodos de 10 dias. Já neste ano, serão dois períodos: 20 dias em fevereiro e 10 dias em abril. O intuito é que Ronaldo fique na chefia da Administração, no mínimo, 30 dias por ano.
O prefeito interino, neste período pretende dar seguimento aos trabalhos já desenvolvidos. “Vamos continuar fiscalizando as obras, realizando visitas e acompanhando as rotinas das secretarias, ESFs, além, claro, da atenção à parte burocrática”, detalhou.
Mesmo de férias, Beto permaneceu na cidade essa semana, trabalhando. “Já na próxima, terei seis dias de descanso com a família”, Beto pretende viajar, mas não informou o itinerário.