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COLUNISTAS

Além do like: influência e identidade nas redes sociais

30/04/2024 09h00 | Atualizada em 29/04/2024 20h14 | Por: Robson Sombrio

Gosto do Instagram e de outras redes sociais. Através de posts e stories, me inspiro a escrever, me distraio momentaneamente de minha vida. Tenho postado frases e pequenos textos e o pessoal curte. Outro dia, fiz essa reflexão: “Qual o pior sentimento?”. Pra mim, é o de não ter sido verdadeiro comigo. Sentimento de não falei que gostava, eu não fui claro. Pode dar certo, pode dar errado, mas eu estava lá. Eu fui honesto com o que eu queria, eu fui verdadeiro comigo – com o que era maior em mim. Então, nada mais verdadeiro do que ser honesto com as nossas emoções. Dentro disso, a gente acerta, erra. Você sabe que vai ter que aprender a se perdoar e perdoar os outros. Seja sincero com você. Eu tenho certeza do que eu sou, do que sinto e a claridade de minhas emoções. 

É preciso entender que a vida não é aquilo que é postado nos stories, e sim o que fica fora do alcance das câmeras, nas entrelinhas, nas declarações feita olhos nos olhos. A gente não pode tirar a oportunidade da outra pessoa amadurecer. Às vezes, podemos falar coisas do nosso ponto de vista. Portanto, a pessoa vai ter que passar por isso. Pra entender e amadurecer, seja dolorido ou não. Vai ter que ralar os joelhos para ver a dor de ralar o joelho. De novo, às vezes, a gente não pode salvar a pessoa sempre. A pessoa vai ter que passar por essa experiência mesmo. Porém, ninguém quer consumir dor. Já temos problemas, aflições e dificuldades o bastante para lidar no dia a dia e, quando vamos para as redes sociais, na maioria das vezes, queremos consumir beleza e realização. Mas é preciso entender que ali estamos diante de uma vida editada. 

Agora é de madrugada e, mais uma vez, não consigo dormir. Desço as escadas, saio pela rua, olho as estrelas, lembro de certas coisas que eu fiz de errado. E minhas reflexões incomodam. Desejo que você esteja bem, muito além das edições, filtros e stories. Que você não force a barra dos seus piores dias e entenda que tudo se finda e se renova o tempo todo e, no fundo, a gente pode estar sempre recomeçando. Que o melhor da vida o alcance e encontre-o em boa sintonia, aberto às novas possibilidades. Que você aprenda a lidar com seus momentos de solitude e introspecção e saiba se pegar no colo quando choro quiser vir à tona. Desejo que você consiga ser tolerante com suas limitações, entendendo que, mais cedo ou mais tarde, a cura chegará, quando você menos esperar. 

Por fim, é preciso ficar off, para que os pensamentos da gente encontrem repouso e equilíbrio, desaparecer também é um ato de paz. É claro que tem momentos que a gente cansa de tudo isso. Somos consumidos por uma estafa mental e ficamos saturados e entediados desse mundo virtual que, ao mesmo tempo, é ilusório e real. São novos tempos para quem conheceu o outro mundo (antes da internet), nem tudo melhorou, nem tudo piorou. Temos que saber extrair o melhor daquilo que temos. As redes sociais são um relacionamento sério que temos e devemos aprender a tirar de letra. 

Felicidade e tristeza

22/03/2024 08h11 | Atualizada em 22/03/2024 08h12 | Por: Robson Sombrio

    Estou feliz, porque estou feliz. Precisamos de motivo para estar feliz? Tem gente que tem a felicidade lá dentro do peito, tem gente que consegue rir de tudo aquilo que sai fora do planejado. Entretanto, conheço gente braba com a vida, gente de mau humor ao abrir os olhos. Eu prefiro as pessoas da primeira opção. Feliz por feliz. A verdade é que agora eu estou tão felizzzz. A verdade é que eu não acordei triste e isso já está valendo, pois agora já e segunda-feira de manhã e, quando está tudo triste, também está tudo normal. 

    É difícil aceitar o sentimento. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, os dois são um registro da nossa sensibilidade. Antes de começar esse texto, não sabia que escrever iria dar nisso, nesse processo contínuo de autoconhecimento. Para ser feliz, bastava ter saúde, mas o que a gente vê é exatamente o contrário. Porque saúde, muitos de nós temos, exceto os que estão hospitalizados e com dor.

    Eu não sei o que a vida abriga, nessas noites frias de inverno. Alguém já dizia que pega mal sofrer. Pois é, o melhor é sair para balada (na minha idade, sair com filhos para jantar). Muitos cantam as alegrias, outros cantam a tristeza. Claro que é melhor ser alegre e feliz do que ser triste, mas o melhor é não se privar de qualquer sentimento que for. O que percebo é que a gente não se permite estar a alguns degraus abaixo da euforia. 

    Cabe lembrar que a depressão é coisa séria, contínua e que precisa de tratamento. Permitir-se estar triste já um baita processo da felicidade. É descobrir que somos humanos e que somos frágeis. Somos frágeis em um dia qualquer, sem uma razão aparente. E as razões têm as manias de serem discretas. Tristeza não pode ser considerada anomalia. Eu escrevo esse texto e ainda tolero e respeito a minha tristeza. Tem dias que não estamos felizes e está tudo certo. Nem por isso devemos buscar soluções ou as alegrias nos remédios (ou nas drogas ilícitas), nem aceitar convites para festas em que nada temos a comemorar. Assim, que me deixem nessa mistura de felicidade com tristeza. É que ficar quieto é armazenamento de força e sabedoria. Daqui a pouco eu volto, daqui a pouco já é terça-feira. 
 

Jeito de ser

16/02/2024 10h05 | Atualizada em 16/02/2024 10h05 | Por: Robson Sombrio

Eu escrevo e me arrisco a escrever. E vou. A vida é curta e acreditar me mantém vivo, apesar dos ombros pesados, joelhos machucados, pés calejados. Porém, se acreditarmos em tudo o que nos contam por aí, a gente não vive. Quem já sofreu muito com comentários maldosos foi o tão sábio Chico Xavier. Ele seguiu sua vida, acreditando muito em seus princípios (essa foi uma das lições que nos deixou). Tudo o que nos faz feliz ou infeliz serve para montar nossa personalidade, uma personalidade com duzentas mil peças. Lembra daquela noite em que você não conseguia parar de chorar, lembra quando você ofendeu, lembra da demissão injusta? Lembra do comentário injusto que fizeram a seu respeito? Do acidente que deixou cicatrizes? Tudo isso vai formando quem você é.

Não existe nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Tudo aquilo que você faz, tudo aquilo que você não fez, volta. Como são muitas, você pode esquecer algumas. E a vida vai trazer aquilo que você fez. Somente aquilo que você fez. Nada mais. O que você fez? Quando você menos espera, tudo volta. Lembra do comentário sobre aquela pessoa? Lembra do comentário que você nem sabia que era verdade e, mesmo assim, comentou? Se fosse o inverso, você gostaria? Eu posso julgar você do jeito que eu quiser, pode ser? Eu sei, é necessário que eu escute você para completar o quebra-cabeça. Não tem outro jeito. Não quero escrever isso, mas tenho que escrever (existe muita gente mal intencionada). 

Existe uma coisa necessária pra ser ensinada e que, talvez, esteja cada vez mais raro: a inteligência no comportamento, ou a elegância, melhor escrevendo. Isso é um dom que vai muito além do ser educado no trânsito e que vai muito além de dizer um simples obrigado. É a elegância que nos acompanha e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa e nem precisa postar no Instagram. É possível detectar nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E, quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas boca a boca. É elegante dizer “bom dia”. É elegante não ser folgado demais. É elegante não mudar o “jeito de ser” apenas para se adaptar ao outro. É elegante retribuir carinho e solidariedade. 

Não existem palavras que ensinem a ter uma percepção elegante do mundo. Começo a pensar que ser elegante é uma habilidade, ou melhor, é um dom que abrange bem mais do que imaginamos. Quem é elegante? Pessoas que evitam assuntos constrangedores. Pessoas que ouvem mais e falam menos. Tudo é um aprendizado. Nariz empinado não substitui a elegância do gesto. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver. Independentemente de status social, a sinceridade é ainda mais elegante do que a arrogância. Eu penso que, pra viver, o que menos se precisa é de frescura. Eu estou achando que a educação (ou a elegância) está enferrujando por falta de uso.
 

Sobre a vida

19/01/2024 08h00 | Atualizada em 18/01/2024 14h21 | Por: Robson Sombrio

A vida é tão maravilhosa quanto um café coado na hora, com aquele bolo de sua preferência. A vida é feita de colo, de um abraço bem quentinho. As feridas com o tempo cicatrizam, as dores diminuem, amigos riem e choram contigo. Tem pessoas que usam todo seu potencial criativo para melhorar a qualidade de vida de pessoas que nem conhecem. A vida é feita de recados que a gente nem espera. Os aviões diminuem distâncias, os carros também. As bicicletas atravessam a cidade. Coisas boas acontecem todo dia. Uma conta paga, o balançar da rede, o gol do seu time do coração. Um recado no Whatsapp recheado de saudades.

Diariamente, chego à conclusão que a vida, mesmo quando difícil, é boa. A vida é feita de abraços, de carinho, como já escrevi (de colo). Existem pessoas gostáveis, amorosas e carinhosas. Existem pessoas amargas, rabugentas e chatas. Cada um escolhe o que quer ser. O que você escolhe? Porque tudo é uma escolha. Já percebi pessoas chatas ficarem legais, já vi pessoas legais ficarem chatas. Eu escolho não ser mal-educadas e chato. Gosto de pessoas altamente generosas, existem pessoas mal educadas que buzinam sem necessidade. Tem pessoas preocupadas com você e com a sociedade. 

A vida é tal como é, uma maravilha. Prefiro ver o lado bom, as coisas gostosas da vida. Temos pessoas apaixonadas e apaixonantes. Pessoas que entregam, pessoas que chegam para curar. Pessoas com palavras e poemas. Com sorrisos e lições. A vida é tão intensa e tão maravilhosa que, mesmo em dias tristes, os felizes compensam. A vida compensa por ela mesma. Outra coisa, não espere aplausos e elogios. Se vier, que bom, comemore, mas, se nada vier, comemore também. Nem todos ficaram contentes com a sua vitória. Nem todos celebraram as suas conquistas e sua felicidade. Tenha cuidado, contigo e com seus amigos. 

Seja discreto com a sua felicidade. A felicidade se acha em horas de descuido. A vida é um grande abraço. A perfeição mora longe da felicidade. Viva a sua vida, romantize. A vida é sua e os momentos são seus. Lembre-se: você é o personagem principal. Coloque sua música favorita, acenda velas cheirosas, prepare um prato especial, leia um livro. A vida é sua, o momento é o seu. Se der vontade, fotografe e poste. Sua vida não é melhor do que ninguém. Mas, se você fica feliz em compartilhar, compartilhe e, se quiser, poste. 
 

Só filosofia

14/12/2023 15h23 | Atualizada em 14/12/2023 15h23 | Por: Robson Sombrio

“Tens que vir mais vezes aqui”. Entre risadas e diversão, lá estava eu em um bar, aprendendo a filosofia de um boteco. Confesso, é bem divertido. Não gosto quando vem julgamento da vida alheia, mas quando um pega no pé do outro, por distração, por motivos banais, é alegria na certa. Afinal de contas, todos gostamos de filosofar e o bar é um excelente lugar para isso. A gente ria e eu pensava: tudo isso é filosofia. Uma atividade crítica e reflexiva. Um conjunto de conhecimento e saberes. É ali que acontece o debate da cidade – resolvemos problemas de caráter social, cultural, moral e religioso. É aqui que a vida acontece. A lealdade era o respeito pelos próprios sentimentos. Um pessoal leal que age de forma respeitosa. 

A bebida estava gelada, o ambiente agradável e a amizade acontecia. Na vida, a gente tem que ser parceiro de quem é parceiro da gente. Linguagem descontraída e bem humorada. Comecei a pensar que muitos acontecimentos humanos passam pelo bar, muitas coisas são discutidas ali. Em meio a tantas informações, alguém diz: “Robson, eu leio o que você escreve e gostei muito do texto (relação ao texto sobre beach tennis)”. Foi um texto que escrevi e foi publicado no jornal na última edição. Nesse bar, temos um grande e forte empresário que não lê nada, mas tem aquelas pessoas mais simples que leem. Agilidade e praticidade.  

Tem coisas que a gente vai falar na mesa do bar mesmo, tem outros assuntos que é na terapia. Tem assuntos que a gente pode falar com os amigos e tá tudo bem. A felicidade é uma viagem filosófica. Ser feliz é aprender a escolher. Os prazeres, os amigos, os valores sobre os quais queremos estabelecer nossas vidas. Tudo isso para nos ajudar nas buscas da história e dos pensamentos e na companhia de grandes sábios. O bar é uma forma de busca de nós mesmos. Um bar é o poder da alegria, um manual para um mundo imprevisível. É o local de sensibilidade, é a facilidade de demonstrar os sentimentos ou falar sobre eles. Por fim, no boteco ou em um bar ou em qualquer lugar podemos encontrar um pensador. Filosofia e literatura. Me fez refletir sobre a existência humana e seus dilemas. Eu sei que esse texto vai rodar em quase todos lugares e bares. Não quero aqui incentivar a dependência alcoólica. É uma doença e tem que ser respeitada. Esse é um assunto sério e precisa ser tratado em outro dia e de outra forma. Hoje, é um texto para uma distração. Afinal de contas, a vida anda séria demais e a gente precisa rir para nossa própria diversão. 
 

Robson Sombrio

Robson Kindermann Sombrio

Psicólogo (CRP 12/05587) e autor de vários livros de autoajuda. @robsonkindermannsom

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