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COLUNISTAS

Redes sociais criam vida faz de conta

02/01/2025 13h50 | Atualizada em 02/01/2025 13h51 | Por: Robson Sombrio

     Meu filho levou um cachorro de rua para casa de um amigo dele. No dia seguinte, colocaram o nome de Mel. Brincaram com esse cachorro no primeiro dia, segundo dia... Se divertem até hoje. Postei no Instagram a foto de um filme. Pessoas deixaram recados no direct. Todo mundo é íntimo de todos. Algo tão pessoal que vai muito além do bom dia. Pessoas querem contar a sua vida. Como não chamar essas pessoas de “amigos”? Percebi que amigo mesmo é o cachorro. Rede sociais é o reino encantado das confidências (e das distâncias suprimidas). Nunca fomos tão íntimos de todos. Na verdade, isso não é só pra mim, está ao alcance de todos. Pena que esse mundo lindo existe somente no virtual. Intimidade para valer exige paciência. 
     A era da aproximação ilusória. As pessoas amam você? Mesmo sem conhecer de verdade? O cachorro começou a seguir meu filho e ele levou para casa de um amigo. Deu atenção e levou para casa. Ganhou um amigo na hora. O cachorro o acha o máximo, pois a única coisa que quer é pertencer. O cachorro não dá importância para seus erros e suas fraquezas. Ele não dá bola para as esquisitices. Ele aceita você como você realmente é, basta que você dê um carinho, atenção e faça um cafuné. Para um cachorro, não existe a intimidade faz de conta. Já na vida virtual, é o que mais se vê. Você pode pensar que não sou a favor das redes sociais. Gosto, mas não deixo que me usem. 
     Quantos amigos você tem? 5.126, 4.248. Quanta amizade e tanta intimidade. Escrevo para disfarçar minha timidez. Enquanto um se expõe ao extremo, outros não publicam nada. Fotos de recém-nascidos, fotos de festas de aniversários, fotos de lugares que nunca vi e nem imaginava. Mando “meus sentimentos” para pessoas que nem conheço. Fico sabendo que alguém estava hospitalizado e que o filho de outro foi fazer teste em um time profissional. Outras pessoas foram passear no Beto Carrero. Estranhos e conhecidos ao mesmo tempo. Algumas histórias comovem, já outras passam despercebidas. Tudo ao mesmo tempo agora. 
     Sentado no sofá, vejo tudo. A maioria nem sei quem é. Milhares de postagens diárias que não são para mim, mas que estão ao alcance de meus e de seus olhos. A comparação forçada, a amizade breve. Farejamos um ao outro. Ofertei um like, recebi um like e, de presente, ganhei um amigo que não sabe nada de profundo sobre mim. Todos os dias, tudo sensível aos nossos olhos. Todos mostrando ao mundo sua intimidade. É a era da intimidade faz de conta.  
 

5 dicas para transformar sua vida:

17/12/2024 15h15 | Atualizada em 17/12/2024 15h16 | Por: Robson Sombrio


Um caminho para viver bem

Em meio à correria do dia a dia, muitas vezes esquecemos de cuidar daquilo que mais importa: nossa saúde mental e emocional. Viver bem não é apenas sobreviver, mas encontrar beleza e propósito em cada momento, mesmo nos dias difíceis. Para isso, é preciso mais do que seguir uma rotina; é necessário abraçar nossas emoções, aceitar nossos limites e aprender a viver com mais leveza. Viver bem é cuidar de si, é construir relacionamentos verdadeiros e significativos, é encontrar força nas adversidades e fazer das pequenas vitórias motivos para sorrir.

Afinal, viver bem é, no fundo, a arte de cuidar do nosso coração e da nossa alma.

Aqui estão cinco dicas para viver bem a vida:
1. Cultive Relacionamentos Saudáveis: Priorize conexões genuínas com amigos, familiares e parceiros. Relacionamentos de apoio trazem alegria e segurança emocional.
2. Autoconhecimento: Entender suas emoções, limites e objetivos te ajuda a tomar decisões mais conscientes e a viver com propósito.
3. Cuide da Saúde Física e Mental: Exercícios regulares, alimentação balanceada e momentos de descanso são essenciais para manter o equilíbrio e prevenir doenças.
4. Aprecie as Pequenas Coisas: Valorize os momentos simples do dia a dia. Ser grato por pequenas alegrias aumenta o bem-estar e a satisfação com a vida.
5. Tenha Metas, Mas Seja Flexível: Estabeleça objetivos que te motivem, mas saiba se adaptar quando as circunstâncias mudarem, mantendo a resiliência e a positividade.

É preciso se pegar no colo

27/11/2024 16h15 | Atualizada em 27/11/2024 16h16 | Por: Robson Sombrio

     A vida nem sempre pega leve. Às vezes, é preciso se pegar no colo. Diante da sinaleira, parado, vejo um homem com sacola, abaixei o vidro para ver melhor. Histórias reprimidas e felizes. Um choro cheio de significados veio à tona. Por mais que cada um tenha uma vida, vários caminhos e histórias, há um fio invisível entre uma vida e outra. 
     Eu estava tentando entender aquela vida, o que sentia. Hora antes, escutei uma história de tristeza e solidão. Mas não é isso que somos? Seres sozinhos que se distraem com seus afazeres. Algumas vezes, a solidão é positiva e plena. Outras vezes, devora. Somos alegrias e tristezas. Somos tempo das distrações. Sacola e ser humano, a coragem de lutar e alcançar. 
     O que eu havia entendido? Na verdade, eu não sei o que se passa naquela vida. O que provoca a alegria ou a tristeza. Se era uma pessoa vitoriosa ou confusa. Por mais que eu tenha me esforçado, não sei exatamente o que tem ali. Só sei que estava com a sacola e lutando por si mesmo. Todos nós estamos vivendo e superando nossos traumas. E a vida vai nos testar para ver se você realmente venceu, ver se suas coragens são genuínas. Uma dor nova ou uma rejeição diferente. A vida, às vezes, faz a gente duvidar do nosso valor. Um abraço pode resolver todo mal-entendido. As histórias mal resolvidas, os silêncios genuínos. Muitas dúvidas são provocadas pela falta de diálogo. Alguns recusam um abraço. 
     Sinal fechado e mil ideias na minha cabeça. Há um provérbio que diz: “quem quer colher rosas deve suportar os espinhos”. Espinhos rasgam. O que a gente precisa é de amor próprio. Ame mesmo que ninguém te ame de volta. Conserta sua própria asa, mesmo que ela se despedace em milhões de vezes, infinitas vezes. A gente sempre fica de pé novamente. A vida é sensível e intensa. Desejava que a vida fosse sem medo de se estilhaçar. A vida verdadeira parte do silêncio. Uma nova ideia, consciência. Na livraria, um livro “O cérebro que se transforma”. Toda rosa vem com espinhos, todo cérebro com pensamentos que se transformam. 
     Um novo texto, uma nova consciência. Parar na sinaleira me fez refletir. Por mais que desejamos não sofrer, sofreremos, mas te prometo que a vida não é só isso. A vida tem múltiplos encontros realmente possíveis. Vai! Corta os cabelos, troca os brincos, abre e fecha a porta, troca a blusa, passa um perfume diferente, faz uma playlist nova, acende uma vela, reza para teu Deus. De novo, a vida nem sempre pega leve, é preciso se pegar no colo.

Como o Hábito de Reclamar Afeta Sua Mente, Emoções e Saúde

25/11/2024 15h00 | Atualizada em 25/11/2024 15h00 | Por: Robson Sombrio

    Trabalho como psicólogo na Coordenadoria Regional de Educação de Braço do Norte, e ao longo da minha experiência, tenho observado o impacto significativo que o hábito de reclamação constantemente pode ter na saúde emocional, mental e até física.

    No meu dia a dia, seja presente nas escolas ou em conversas triviais com amigos e familiares, percebo como o comportamento de reclamar-se frequentemente está presente. Vamos imaginar uma cena comum: duas pessoas andando rapidamente pela rua. Uma delas: “Oi, tudo bem?” ou “Como você está?”. Automaticamente, um outro responde: “Tô indo” ou “Tudo bem, só se for pra ti!” – uma gíria tão conhecida. Essa resposta reflete uma reclamação automática.

   Esse tipo de consulta habitual ou queixume, pode ser prejudicial não apenas para quem reclama, mas também para quem escuta. Reclamar é algo tão cotidiano que parece natural, quase um fenômeno universal. Todos nós reclamamos em algum momento. No entanto, o problema surge quando a frequência e a intensidade desse aumento. As ocasiões ocasionais fazem parte da experiência humana, mas, quando se tornam parte da nossa rotina diária, passam a ser específicas.

Por que reclamamos?
    Muitas vezes, reclamamos em busca de aprovação ou para validar nosso ponto de vista. Não considero o ato de reclamação ruim em si, mas ele se torna um problema quando se transforma em algo periódico, que se estende a vários contextos – familiar, profissional e social.

Neuropsicologia e o Impacto no Cérebro
     A neuropsicologia, embora seja um campo relativamente novo, já trouxe insights importantes sobre as consequências do ato de reclamação. O cérebro humano foi projetado para identificar ameaças e problemas. Isso explica por que é tão fácil focar no negativo e por que algumas pessoas apresentam uma reclamação mais do que outras. Quantas pessoas assim você conhece?

     É fato que o cérebro se fixa no que é ruim porque, para nossos antepassados, isso aumentava suas chances de sobrevivência ao enfrentar perigos. No entanto, no mundo moderno, esse mecanismo pode se tornar prejudicial. Focar constantemente no que não é bom alterar nossa maneira de perceber o mundo e pode nos levar a um estado mental negativo.

Para mudar o hábito de reclamação
     A boa notícia é que é possível substituir esse comportamento por práticas mais saudáveis. Aqui estão algumas estratégias que eu recomendo:
Autoconsciência: Identifique os momentos em que você reclama. Perguntar se um pedido de consentimento é útil ou apenas uma resposta automática.
Prática da Gratidão: Foque nos aspectos positivos da sua vida. Esse hábito ajuda a redirecionar os padrões de pensamento.
Reenquadre os Problemas: Em vez de reclamação, pergunte-se: "O que posso fazer para mudar essa situação?"
Reduza a Exposição ao Negativo: Afaste-se de conversas ou conteúdos que alimentem o hábito de reclamação.

    Reclamar ocasionalmente é natural e faz parte da vida, mas tornar isso um hábito pode trazer custos elevados. Buscar alternativas para lidar com os desafios do dia a dia de forma mais positiva não transforma apenas a nossa saúde mental e emocional, mas também melhora significativamente a qualidade de vida como um todo.

Quem é feliz para sempre

07/11/2024 17h32 | Atualizada em 07/11/2024 17h35 | Por: Robson Sombrio

Quem é feliz pra sempre? Ninguém. A constância é cômoda. Um amigo meu perdeu sua mãe em setembro; outro conhecido perdeu o pai em março. A dor tem que ser enfrentada, não tem outro jeito. Não há palavras que confortem meus amigos. É a dor da perda. Todos pensamos que não vamos viver algo de novo de novo. Tem coisas que a gente não vai viver de novo. Tudo que prolonga entra em estado de calmaria. Já as turbulências são as que nos constroem. Os obstáculos que negamos, odiamos, são o que fazem a vida ganhar sentido e o sol se abrir de manhã, a cada manhã. São os problemas e as dificuldades (as dificuldades em bênçãos). Porque, no fim, a gente sempre agradece. Pense em tudo que já passou. Foi o quê?
Tudo o que você já passou na vida sempre vem como aprendizado. Tudo ajudou para ser quem você é hoje. Braço quebrado no skate, a dor de garganta que impediu você de ir à aula, a febre, o acidente, você em casa descobriu novas habilidades. Lembrei de quando fui operado de apêndice. Provas e trabalhos que tive que fazer em casa. Por causa da minha cirurgia, estudei e fui aprovado. Aquele acidente que faz jovem buscar Deus (alguns têm a tal da sorte, é verdade). Tudo como apenas um lembrete. As coisas em chateações nos colocam em movimento. Só que por outra estrada. E nelas as suas compensações. 
Fracassos, separações, demissões, doenças e perdas. Quem dera que nunca tivéssemos que lidar com isso. Ninguém está imune a tragédias da vida. A maneira como a gente encara a vida nos define. Os problemas sempre vão existir, depende como a gente os encara. As dificuldades são “foda”. As dificuldades exigem o melhor da gente. Precisamos ter decisões, inteligência emocional e coragem. Claro que o melhor é passar no vestibular, ir viajar para a Europa, promoção no trabalho, um novo amor. A vida também é celebrar as coisas boas, lembre-se disso. Vamos celebrar as conquistas e ser cada vez mais felizes. 
Ser demitido é um baque, amor interrompido também, mas a vida continua. A luta para sobressair continua. Por que que não pode acontecer contigo? O que você tem de tão especial? Quem disse que não pode acontecer comigo ou com você? Qual a regra da vida? Vamos pensar no otimismo e nas coisas boas e não tão boas da vida. A vida torra a paciência. A capacidade de transformar dores em aprendizado, mas a vida é assim mesmo: um jogo de paciência, entusiasmo, otimismo em jogo.          
 

Robson Sombrio

Robson Kindermann Sombrio

Psicólogo (CRP 12/05587) e autor de vários livros de autoajuda. @robsonkindermannsom

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