A felicidade não se encontra em farmácia. Ela não vem em cápsulas nem em pílulas mágicas. Os verdadeiros remédios para a alma estão nas coisas simples: um abraço sincero, um sorriso inesperado, uma oração feita com fé, a calma de um pôr do sol.
Se você tem um lar para voltar, comida na mesa e pessoas para compartilhar a vida, agradeça. A gratidão é um dos remédios mais poderosos que existem.
É preciso persistência — e também insistência — para ser feliz. A felicidade, às vezes, bate à porta como um cavalo encilhado: aparece, vai embora, retorna... Mas cabe a nós estarmos prontos para recebê-la.
Qual é o melhor remédio para a alma? Talvez o tempo, que ensina. Talvez o silêncio, que cura. Talvez a esperança, que fortalece. Talvez o perdão, que liberta. Cada um age em nós de uma forma única, trazendo alívio e renovação.
Não precisamos de fórmulas mágicas. O segredo está em aceitar as emoções — sejam alegrias ou tristezas — e aprender a colher prazer nos instantes mais simples do cotidiano.
A felicidade é, no fundo, saber lidar com a fragilidade e a beleza da vida.
E se hoje você parou para ler este texto, talvez já tenha tomado um dos melhores remédios para a alma: a palavra compartilhada.
Um conhecido costuma dizer: “Quem quer aprender alguma coisa, sai de casa. Quem fica em casa não aprende nada.” No bar, isso faz sentido. Lá, as mesmas piadas são repetidas por anos e ainda arrancam risadas. São anos rindo das mesmas histórias, e sempre é engraçado.
O melhor bar é aquele simples, sem luxo nem sofisticação. É lá que surgem diálogos eternos: um provoca — “Tu é mais rico que eu.” O outro rebate — “Mas meu time é melhor que o teu.” Há até um médico que nem é médico, mas, quando o assunto é saúde, todo mundo ouve. Às vezes fala com convicção e teoria, outras vezes sem nenhum conhecimento — mas ainda assim arranca respeito e risadas.
No bar, churrasco feito no latão. E, convenhamos, é o melhor sabor. Quem comanda a grelha é o “Mão Santa”, apelido do churrasqueiro que nunca erra o ponto: a carne sempre chega suculenta. No fim, o papelão queimado é tradição, um ritual cheio de sacanagem e amizade.
Dali já saíram grandes empresários, confidentes e parceiros de vida. Tem dias em que o bar vira quase uma terapia. Entre um gole e outro, alguém se abre, conta uma dor, uma dificuldade, e encontra um ouvido amigo. A vida não é fácil para ninguém — mas ali, por algumas horas, ela parece mais leve.
A palavra “bar” vem do francês barre, referência à barra de balcão que protegia as bebidas nas antigas tabernas. Hoje, mais do que balcão, o bar é ponto de encontro social, é roda de amigos, é palco da vida real.
Toda quinta-feira, invariavelmente, alguém está de aniversário. Presenteia com carne; cerveja, cada um paga a sua. O bar não é apenas diversão — é também cultura, amizade, memória e tradição.
Ainda assim, encerro celebrando o que de melhor existe nesse espaço: a leveza, a descontração, o riso fácil, o abraço sincero e a certeza de que, no fim das contas, todo bar é muito mais que um bar. É um pedaço da vida.
Nem sempre a vida foi leve. Mãe, é com você que quero falar agora. Eu sei que você me ouve. Hoje é 3 de setembro, o dia em que você nasceu. Tenho saudades imensas, e com lágrimas escrevo estas palavras. Somos de uma família simples, muito simples… mas que deu certo.
“Perdi” minha irmã aos 10 anos, meu pai aos 20 e você, mãe, aos 30. Mas, mesmo com tantas dores, foi você quem salvou a minha história.
Você pagou minha terapia. E foi ali, na escuta e no cuidado, que comecei a me entender… e a escolher ser alguém melhor. Ser uma pessoa boa é uma decisão. E a terapia é tudo de bom.
É difícil carregar essas perdas. Estou aqui escrevendo, refletindo sobre a vida, e percebi hoje — algo que nunca tinha pensado antes — que foi você quem pagou minha terapia. Que grande gesto de amor.
Esse texto surgiu na madrugada, às 3h40. Noite de insônia, com uma chuva suave que não parava de cair. Nos fones de ouvido, a música do Capital Inicial tocava: “Quando a chuva cai, nas noites mais solitárias… lembre-se que sempre estarei aqui.”
Sou feliz. Sou grato. Porque foi nesse caminho silencioso da terapia que me reencontrei. E mesmo nas noites sem sono, me sinto em paz. Sei que estou fazendo a diferença — no meu trabalho, com minhas palavras, com minha presença no mundo.
Quero te contar também: a Lívia está linda, cresceu, está grande — tua primeira neta continua especial do jeitinho dela. O Heitor, esse carismático querido, tão iluminado, também faz parte da nossa vida e nos enche de alegria.
Nós temos uma família, e continuamos sendo uma família.
Com amor e saudade,
Seu filho
Não dá para entender essas duas (ou talvez dê). Na verdade, elas foram feitas para não caber em rótulos, caixas ou expectativas alheias. Foram feitas para transbordar dedicação, fé e propósito. Georgia, há 27 anos, dedica-se à Casa Lar (Asacad). Amélia já soma 25 anos de serviço à APAE. Ambas vivem para o outro, com trabalhos voluntários que ultrapassam qualquer limite.
E é isso que faz delas seres humanos especiais. Eu sei que esse transbordamento muitas vezes incomoda. Mas é justamente aí que Deus age: no incomum, no improvável, naquilo que não se adapta, mas transforma.
São mulheres especiais, distantes de qualquer definição de “comum”. São aquelas que dizem “vai dar tudo certo” e arregaçam as mangas para fazer o que for preciso, garantindo que o dia termine bem. Enquanto escrevia, fiquei pensando na causa que cada uma abraça. Quantos dias difíceis já enfrentaram - aqueles que as redes sociais não mostram - ? Mesmo assim, seguem firmes, porque suas causas são nobres. Lutam porque amam. Rezam porque acreditam. Dão o melhor de si porque têm fé. E a sociedade, todas as famílias, agradecem. Nosso muito obrigado por tamanha dedicação a um mundo melhor.
No início, falei da música A única exceção. A canção fala de alguém que não acreditava mais no amor, mas encontrou uma pessoa que mudou essa visão. A vida precisa ser assim. Somos seres sociais: nascemos para viver em comunidade, precisamos uns dos outros.
Este texto é dedicado a todas as mulheres. Uma mulher especial olha no espelho e aceita suas imperfeições com bom humor, confiante de que pode driblar os obstáculos. Uma mulher especial se presenteia de vez em quando. Uma mulher especial pode ser sua avó, sua mãe, sua tia.
Elas estão em todos os lugares: num sorriso tímido no supermercado, num banco da praça, na igreja ou no shopping. Carregam suas alegrias e suas dores, seus sonhos e suas desistências. Tropeçam, caem, levantam e recomeçam. Amam e desejam o bem.
Na vida, precisamos de mais Georgias e Amélias.
Ao viajar na função de psicólogo da Coordenadoria Regional de Educação de Braço do Norte, compartilho dores e alegrias. Quanta felicidade na recepção de uma taça de vinho oferecida pelo hotel. Um dos pilares da felicidade é conseguir estar presente. Estar escrevendo é uma das minhas felicidades — e nada mais importa neste momento.
Estávamos todos reunidos: psicólogos e assistentes sociais. Orgulho-me de ser catarinense. Sentamos à mesma mesa, fizemos as mesmas brincadeiras, pertencemos ao mesmo Estado e ao mesmo país. Cumplicidade e camaradagem talvez sejam as palavras certas para definir esse tipo de amor. Um amor que começa na prevenção e segue vida afora.
Compreendo os traumas ocultos, as dores disfarçadas, a raiva acumulada. Mas juro: a gente não é só isso. A gente é alegria. É felicidade em forma de gol aos 45 minutos do segundo tempo — ou logo no primeiro minuto de jogo. Somos a vitória, a arte, o belo e o bom. De longe, eram as mesmas mãos que se reconhecem e se apoiam. Mesmo sem palavras, havia entendimento. Todos aqueles, vindos do Estado inteiro, com um olhar cúmplice.
Sou integrante da equipe NEPRE — Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola. Uma rede que nos levanta e nos aquece. Ações que nos justificam e nos validam. A beleza da vida mora nesses encontros de conhecimento e paz. Temos muito a melhorar — mas lembremos de tudo o que já melhoramos.
Tanta coisa nos divide na vida: política, religião, futebol. Poucas coisas, no entanto, nos acolhem. E ali, naquele encontro, encontramos. Fizemos a diferença. Somos lembrança. Nada de mim está mais lá, apenas a memória de velhos (e bons) encontros.
A vida não é de quem acorda feliz, é de quem acorda grato. Gostaria que essas palavras chegassem aos amigos do NEPRE SC. Que chegassem à leitura de Clarice Zanetti, Valdiceia Klausen, Anderson Floriano. Obrigado pela oportunidade única. O bem acordou — e o mal não vai vencer.
A vida não é o tempo do relógio — é o tempo do coração. E a vida sempre será muito criativa em distribuir seus momentos. A vida é barulhenta, dentro e fora de nós. Nada se aquieta.

Robson Kindermann Sombrio
Psicólogo (CRP 12/05587) e autor de vários livros de autoajuda. @robsonkindermannsom