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COLUNISTAS

A saga de um sonho (Em dois capítulos) – Final

10/08/2023 10h48 | Atualizada em 10/08/2023 10h49 | Por: Antônio Faust
Time que classificou pela primeira e única vez, até o momento, Grão-Pará para o JASC: em pé: Kissy, Fábio, Terrinha, Leomar, Pato, Mores, Vandinho, Dr. Emir e Gilson; agachados: Heron, Mazinho, Juquinha, Marcelo Cabeça e Beleco. Vale destacar a presença de três jogadores da casa: o Kissy, Leomar e Beleco.

 

Nesta última parte da caminhada do futsal da CME de Grão-Pará, desde a primeira classificação ao Regional dos Jogos Abertos de Santa Catarina - JASC até a concretização do sonho de chegar à Fase Estadual da competição, foram quatro anos de muito trabalho e criatividade da diretoria (João “Cheteco” Fladimir, Pascoal Orben, Estevão Guizoni e Élio Bratti), apoio dos legisladores, comércio, indústria, população em geral, além do empenho da Comissão Técnica e dos jogadores. Como narrei na edição passada, já tínhamos a Comissão Técnica e time montado para disputa da Liga Atlética Criciumense – LAC, continuávamos nas disputas dos micros e regionais do Jasc e em outras competições menos importantes que surgiram pelo caminho. Importante dizer que todas as semanas, pelo menos, um dos nossos jogos tinha transmissão e era comum o torcedor levar seu rádio ao ginásio para ouvir a narração de Luiz Antonio Brescianine, nas ondas da Rádio Verde Vale. Quando jogávamos fora, audiência maciça.

Diferente do que acontece hoje em dia, onde os jogadores são pagos por jogo, nós pagávamos por mês - e era um valor considerável. Com a criação do plano real em 1994, o salário mínimo girava em torno de R$ 120,00. Alguns dos nossos contratados recebiam R$ 200,00. Em média, R$ 150,00. Para a diretoria da CME, manter-se em dia com nossas obrigações era prioridade. Foi então que recorremos ao que muitos dirigentes de times fazem hoje em dia: rifa ou bingo. Só que não foi uma promoção qualquer, foi uma verdadeira aventura, pois, se desse errado, quem iria nos socorrer? Resolvemos por fazer um bingão de um carro popular, 240 cartelas ao preço de R$ 100,00. Ou seja, quase um salário mínimo. O carro, um gol, custava R$ 14 mil.

Vendendo todas as cartelas, arrecadaríamos R$ 24 mil. Ou seja, teríamos perto de R$ 10 mil de lucro, descontando algumas despesas para venda. Não foi fácil, mas conseguimos vender tudo. No ano seguinte, repetimos a promoção, novamente com sucesso. Estes números, consegui com nosso tesoureiro, Élio Bratti. Com isso, tivemos uma folga no caixa. As atividades internas continuavam a todo vapor e o Ginásio Pedro Ivo era o destino da população grão-paraense e região em vários dias por semana. Colocamos redes de proteção e placar eletrônico no ginásio, duas medidas importantes, uma para proteção e outra para informação, ambas que beneficiaram os torcedores. Começamos com a escolinha de futsal com o professor Terrinha, que já era nosso jogador.

Em quadra, já não éramos mais o “patinho feio” das competições. Pelo contrário, Grão-Pará já era respeitado por todos os municípios onde íamos jogar e os resultados obtidos provavam isso, pois chegamos às duas finais de LAC consecutivamente. Só não fomos campeões nas duas vezes porque, no caminho, tinha a Anjo Química/FME de Criciúma, time com estrutura profissional, montado para disputar a Divisão Especial do futsal catarinense. Mesmo assim, não fizemos feio. Na primeira decisão, tínhamos a melhor campanha. Por isso, fizemos o primeiro jogo fora, com derrota. No segundo, em casa, com o Ginásio Pedro Ivo, recebendo lotação máxima, chegamos a fazer 2 a 0, dois gols do Diomar, mas sofremos a virada para 2 a 4.

Na segunda decisão, não tínhamos a melhor campanha. Vencemos o primeiro jogo em casa e fomos para Criciúma com a vantagem do empate. Uma caravana de torcedores, dois ônibus e muitos carros particulares foram para a Capital do Carvão para apoiar a equipe. Perdemos no tempo normal e prorrogação, ficando com o segundo vice-campeonato. Através do que estávamos fazendo, além dos muitos momentos de alegria e diversão nas vitórias, momentos de tristeza nas derrotas, também estávamos divulgando o município, não só no sul catarinense, como por todo o estado. Os jogos finais da LAC ganharam momentos no esporte da RBS e uma pergunta nas nossas andanças era comum e nos orgulhava responde-la: onde fica Grão-Pará? 

No ano de 1997, atingimos o nosso grande sonho: chegar à Etapa Estadual dos JASC, em Concórdia – e foi com muita emoção! Como a Incoplast Futsal havia parado com seu time, contratamos o Mores (goleiro) e os irmãos Fabio e Fernando, todos vindos do Oeste catarinense para jogar pelo time sãoludgerense, que também disputava a LAC, mas, principalmente, a primeira divisão do futsal catarinense. Contudo, perdemos, para disputa do regional, o Diomar e o Andrei, que foram atuar por Braço do Norte e, na última hora, ficamos também sem o Edésio, que ainda tinha carteira de profissional e não conseguiu dar baixa a tempo de jogar a competição.

Quem vai para Concórdia?

A disputa do Regional dos Jasc foi em Armazém. No nosso primeiro jogo, enfrentamos a equipe da casa no Ginásio Nelson das Neves e ficamos no empate. Depois, fomos jogar no ginásio de São Martinho, onde enfrentamos e goleamos Santo Amaro da Imperatriz e um outro time, que não lembro e não consegui descobrir quem. Então, foi feito um novo chaveamento, com três equipes, onde as duas melhores colocadas iriam para as semifinais.

Na chave, Braço do Norte, Florianópolis e Grão-Pará. Por sorteio, nós e Braço do Norte fizemos o primeiro jogo numa manhã de quinta-feira e o perdedor do confronto iria jogar contra Florianópolis no mesmo dia, à noite. Ou seja, dois jogos em menos de 10h de intervalo. Estávamos perdendo o jogo, faltava um minuto para o término da partida quando o Heron empatou. Com isso, um novo sorteio foi feito para ver quem enfrentaria Florianópolis. Nosso capitão, o Kissy, venceu e, à noite, ficamos nas arquibancadas assistindo a derrota de Braço do Norte para Florianópolis. No outro dia, jogamos e vencemos Florianópolis por 2 a 1, ficando com o primeiro lugar da chave, com o time da Capital ficando com a segunda vaga nas semifinais. Era noite de sexta e estávamos a uma vitória de viajar para Concórdia. O adversário era a poderosa equipe da Palhoça. Novamente, o torcedor de Grão-Pará compareceu em massa no Ginásio Nelson das Neves. Jogo do jeito que tinha que ser: equilibrado e com muita emoção, mas com vitória grão-paraense por 3 a 2 e a charanga cantando: “vou para Concórdia, eu vou, e ninguém vai me segurar”. Para estes dados, tive a ajuda do nosso ala Leomar.  



 

 

Antônio Faust

Kulinha

Tradicional cronista esportivo do Vale de Braço do Norte. Há mais de 20 anos referência no esporte amador. Contato: Whatsapp 49 9 9901-8312

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