Casos são frequentes em Braço do Norte. Motoristas e pedestres deve estar atentos às medidas de segurança   Uma concussão, escoriações e uma fratura na tíbia. Este foi o resultado de um atropelamento ocorrido no último dia 10 de junho em frente ao Hospital Santa Teresinha, em Braço do Norte. Poderia ser uma ocorrência menor não fosse o fato de ter acontecido em cima de uma faixa de pedestres e a constatação de que acidentes como esse tem sido um tanto quanto frequentes na cidade. A vítima deste caso é o médico anestesiologista Wanderlei Magrini Júnior, que trabalha na instituição hospitalar. “Há um vídeo que mostra o meu acidente. É possível perceber que, no momento em que eu me preparava para a atravessar a rua, não havia nenhum veículo. Quando iniciei a travessia na faixa de pedestre, logo surgiu um carro em alta velocidade que vinha à minha direita, fiquei prestando atenção nele. Por isso não notei o outro veículo que surgiu da esquina e veio pela minha esquerda”, relata porque não observou o carro que o atropelou. “O motorista deste segundo carro, por alguma razão, também não me viu e acabou me atingindo”, conta como foi colhido. https://youtu.be/HWXk252Q-1g Segundo dados estatísticos da Polícia Militar de Braço do Norte, em 2019, têm sido registrados uma média de dois acidentes envolvendo atropelamento a cada mês. O que é considerado um índice alto. Embora quase sempre resulte em ferimentos de menor gravidade, o transtorno, tanto para a vítima quanto para o motorista, costuma ser grande, tendo que resolver a questão na Delegacia ou na Justiça. Por sorte, o caso de Magrini fugiu do habitual. “O motorista do veículo que me atropelou prestou todo o socorro. Ele e sua família foram e têm sido até o momento extremamente atenciosos, inclusive pagando pelo tratamento fisioterapêutico que tenho de fazer e que não é coberto pelo meu plano de saúde. As demais situações ou foram cobertas pelo meu plano ou através de seguro”, enfatiza. “Outra coisa de destacar é que todo o meu atendimento foi realizado no nosso Hospital Santa Teresinha, sendo a cirurgia de reconstituição da minha tíbia, com enxerto ósseo, muito bem realizada pelo doutor Henri Olivier”, acrescenta. O que mais tem a lamentar, segundo o anestesiologista é, com a sua restrição temporária de locomoção, a constatação de que a cidade ainda carece de projetos de acessibilidade. “Nas calçadas, nas lojas, nos prédios, o acesso para deficiente é muito precário. Como tive que usar cadeira de rodas por um tempo e agora estou usando muletas, percebi que o acesso é muito difícil. Nem posso imaginar como sofrem aqueles que são portadores de necessidades especiais de forma permanente”, observa.   Falta de atenção Para o tenente Daniel Tomazelli, comandante interino da Polícia Militar de Braço do Norte, o principal fator causador de atropelamentos na faixa de pedestre é a dupla falta de atenção. Do motorista e do pedestre. “Hoje, é muito comum, por exemplo, o motorista mexer no celular enquanto dirige. E apenas três segundos de desatenção são necessários para que ocorra um acidente”, alerta o policial. “Por outro lado, o pedestre também precisa estar atento. Ele deve parar no início da faixa e indicar sua intenção de atravessar a rua para que os veículos notem sua presença e possam parar a tempo, com segurança. Aquele pedestre que atravessa diretamente, sem esperar os carros pararem, pode fazer com que o motorista tenha que frear bruscamente e, assim, também provocar um acidente”, lembra. O tenente faz questão de destacar que as recentes mudanças no trânsito da cidade, como sistema binário adotado adotado em 2017. Tem contribuído para a redução de acidente de modo geral. “No total de acidentes de trânsito, tivemos 679 em 2016 e 572 em 2017. Em 2018, já tendo adotado o sistema binário, esse número caiu para 363, praticamente a metade. E, em 2019, até julho, tem mantido essa média de 30 acidentes por mês. Medidas para aumentar a segurança são discutidas Por parte do poder público, as medidas para tornar o trânsito mais seguro para os pedestres seguem sendo discutidas e implementadas, de acordo com o secretário municipal de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Econômico, Vânio de Oliveira, o “Vaninho”. “Uma das medidas que adotamos recentemente foi o recuo da faixa de pedestres em alguns cruzamentos. Essas faixas ficavam muito próximas da esquina os veículos eram obrigados a parar em cima antes de seguir a travessia. Ainda pretendemos recuar outras faixas”, afirma o secretário, que também o presidente do Conselho Municipal de Trânsito. O reforço na sinalização horizontal e vertical da faixa de pedestres também é um ação que a prefeitura pretende adotar. “Também estudamos a possibilidade de levantar um pequeno cercado nas esquinas, dificultando a passagem dos pedestres fora da faixa”, estuda Vaninho. “Vale lembrar que Braço do Norte possui hoje 33 mil habitantes e cerca de 20 mil veículos registrados. Além disso, a cidade é destino e passagem de veículos que vêm de diversas regiões, como o Planalto Serrano, Região Carbonífera, Encostas da Serra e do Litoral. Portanto, o trânsito tende a se tornar cada vez mais intenso e os nossos motoristas e pedestres devem se habituar a isso, redobrando sua atenção para se locomover com segurança”, finaliza.