Caso aconteceu no último fim de semana em Gravatal
Após um fim de semana na praia com a família, o mecânico Pedro Luiz de Freitas, o “Pepê”, que também é criador de gado, foi surpreendido ao chegar em seu sítio na localidade de São Geraldo, em Gravatal, na segunda-feira, 31 de janeiro. A propriedade havia sido invadida e uma cabeça de gado foi carneada.
“Olhamos o gado na sexta-feira e estava tudo certo. Fomos para a praia, como de costume. Na segunda-feira, fui visitar o sítio e ver como estavam os animais, quando tive uma surpresa”, explica Pedro, que tem uma propriedade rural distante três quilômetros do bairro Termas. Recorda que havia alguns amimais pastando no terreno e observou uns urubus na parte de trás do terreno. “Fui verificar e me deparei com a carcaça da novilha carneada. Deixaram o cerro a cabeça e a buchada. Logo depois, percebi que arrebentaram a porta da residência e fizeram a limpa”, lamenta.
Além de matarem a novilha, levaram uma motosserra, uma bomba de colocar veneno e uma roçadeira. “Outros itens da casa também foram roubados, mas esses, aos poucos, vamos sentindo falta. O prejuízo calculado até o momento é de, aproximadamente, R$ 15 mil”, avalia. Na propriedade há cerca de 30 animais.
Como no local não há sistema de videomonitoramento, se tem pouca informação sobre o ocorrido. Os vizinhos perceberam uma movimentação estranha no sábado à noite. A polícia investiga o caso. Esse tipo de crime, o abigeato, ou seja, furtos envolvendo animais do campo destacando entre esses o gado, apesar de frequentes em Gravatal, não era registrado na localidade há alguns anos.
Um levantamento feito pela Polícia Civil de Gravatal aponta que no ano passado foram registradas oito ocorrências de abigeato, furto de gado, no município. Destes, quatro foram elucidados. “Os números são considerados positivos, dada a dificuldade que se tem para resolução desse tipo de caso”, avalia o escrivão de Polícia Civil e responsável pelo expediente da delegacia de Polícia de Gravatal, Walker Mendes Cardoso. “Por ocorrer em pontos mais retirados, esse tipo de incidente normalmente não apresenta testemunha e os locais dificilmente tem sistema de monitoramento, com utilização de câmeras”, explica. Essa ausência de informação dificulta o trabalho da polícia. Essa foi a primeira ocorrência do tipo realizada em 2022.
Walker explica que algumas ações podem dificultar a ação dos criminosos, como não deixar o gado solto à noite, cercar a propriedade com câmeras, avisar vizinhos sobre movimentos incomuns, assim como sobre ausência quando estiver fora.
Além disso, semelhante ao sistema criado conhecido como Rede de Vizinhos, no meio rural foi criada a Rede de Segurança Rural. Walker explica que o sistema já foi implantado na localidade de Sanga da Areia. “Essa integração da rede entre comunidade, Polícias Militar e Civil, contribuiu muito para a elucidação de quatro casos de 2021”, ressalta.