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Setembro Amarelo: Vício em jogos pode indicar transtorno de saúde mental 

A psiquiatra do Provida alerta para o problema de saúde que tem atraído cada vez mais pessoas

Tubarão - SC, 12/09/2024 17h50 | Atualizada em 12/09/2024 17h55 | Por: Redação
Psiquiatra Dra. Elisa Oenning, explica que o jogo patológico ou ludomania, conhecido como vício em jogos, é um distúrbio psiquiátrico que se caracteriza pela dificuldade do jogador em estabelecer seus limites ao jogar

Nos últimos dias muito tem se falado no Brasil sobre pessoas famosas, influenciadoras, que estão sendo investigadas por supostos envolvimentos em lavagem de dinheiro em jogos de azar ilegais, compra de empresas de apostas, entre outros crimes. O que chama a atenção, além da ilegalidade, é porque esses tipos de jogos viciam milhares de pessoas?

A psiquiatra do Complexo Médico Provida, Dra. Elisa Oenning, explica que o jogo patológico ou ludomania, conhecido como vício em jogos, é um distúrbio psiquiátrico que se caracteriza pela dificuldade do jogador em estabelecer seus limites ao jogar. Uma doença incapacitante, incluída no CID10, em transtornos dos hábitos compulsivos.

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“Nosso cérebro possui um circuito de recompensa que capta informações relacionadas à sensação de prazer ou de satisfação. Circuito que é ativado naturalmente quando existe estímulos ambientais agradáveis, interação social, alimentos, música, novos conhecimentos e etc. Existem vários neurotransmissores que ajudam as células nervosas a se comunicarem entre si, sendo a dopamina o principal neurotransmissor atuante nesse processo, que sinaliza ao circuito de recompensa de atividades prazerosas”, destaca Dra. Elisa.

O problema, conforme a psiquiatra, está no ato repetitivo de jogar, o que causa uma liberação mais intensa de dopamina de forma diferente que ocorre naturalmente. “Nessa repetição o perigo pode causar uma neuroadaptação cerebral prejudicial, que quanto mais intensa e frequente o estímulo, mais viciante se torna ao jogador. Transformando o ato de jogar que antes era impulsivo para se tornar compulsivo. O cérebro passa a não mais ser recompensado somente por jogar, mas pela antecipação do ato e pela recompensa. A pessoa não percebe mas ela passa a demonstrar irritabilidade e angústia em situações em que ela não pode jogar”, ressalta.

Tratamento
A pessoa deve antes de qualquer atitude para melhora do quadro, consultar um psiquiatra para investigação médica. O tratamento dependerá do diagnóstico, podendo este envolver psicoterapia e em alguns casos, medicações. “Apesar das graves consequências que o jogo patológico pode causar, muitos jogadores têm muita dificuldade em admitir o problema e pedir ajuda. Quando o fazem, por vezes, a situação está grave, dificultando a melhora no tratamento. Se você leitor, ou alguém que conheces está enfrentando desafios relacionados a jogos de azar, não hesite em procurar ajuda profissional”, completa.

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