Segmentos da construção, agroindústria e metalmecâmico puxaram o crescimento
Aconstrução civil, a agroindústria e o setor metalmecânico foram os três segmentos que mais contribuíram para o aumento da arrecadação de tributos do Estado de Santa Catarina durante outubro. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), o total arrecadado para o mês foi de R$ 2,8 bilhões. Somente de ICMS, houve uma alta de R$ 17% em relação ao ano anterior, somando R$ 2,3 bilhões.
Seguindo a tendência do mês passado, comparado a outubro de 2019, a alta na arrecadação setor de construção civil foi de 47,4%; da agroindústria foi de 36,3%; e do metalmecânico subiu 23,4%.
Em Braço do Norte, o aquecimento do mercado de imóveis nos últimos anos tem sido um dos fatores para esse crescimento, na avaliação do gerente de vendas da Heidemann Construtora, Heitor Boeing. “Por bastante tempo, adquirir uma casa própria era mais difícil. Hoje, com os programas de habitação do Governo Federal e variedade de opções de financiamento, o acesso à moradia está mais facilitado. Além disso, temos visto o estabelecimento de um comportamento das pessoas. Gente que está iniciando sua vida, jovens que estão saindo da casa dos pais, ou casais recém formados, têm buscado cada vez mais adquirir seu próprio imóvel”, opina.
Para Boeing, os empreendimentos que reúnem um boa relação custo-benefício ao comprador estão entre as principais demandas para Braço do Norte e região. “Esse perfil de cliente mencionado, muitas vezes, está buscando o seu primeiro lar. Neste sentido, ele busca um imóvel de qualidade, mas que também tenha um valor acessível”, destaca o gerente da construtora que, desde 2015, já possui cinco empreendimentos do tipo executados no Vale e possui mais um em fase de lançamento.
A soma de R$ 2,8 bilhões em tributos para Santa Catarina em outubro foi anunciada pela SEF como a maior arrecadação mensal da história. Para a diretora de Administração Tributária (Diat) da Secreataria, Lenai Michels, o resultado positivo é consequência de uma conjunção de fatores. “Tivemos uma retomada gradual da economia nos últimos meses, após a forte queda ocorrida no segundo trimestre desse ano. Além disso, é importante destacar a metodologia de trabalho aplicada pelo fisco catarinense, como o monitoramento, acompanhamento e o uso de malhas fiscais, iniciado no mês passado”, explica.
Segundo Michels, a adoção dessas práticas faz com que o fisco fique mais próximo do contribuinte, incentivando a autorregularização e o recolhimento espontâneo dos débitos. “Ao detectarmos os ilícitos tributários próximos da ocorrência do fato gerador, evita-se a geração de passivos fiscais impagáveis, além de contribuir para a continuidade das empresas no mercado”, disse.
Outros motivos apontados para o crescimento da arrecadação foram a redução da alíquota interna entre contribuintes, de 17% para 12%, a retirada de diversos produtos da Substituição Tributária (ST) e a valorização do dólar, aumentando o valor das importações e, consequentemente, do ICMS recolhido pelos importadores.
No último mês, apenas dois segmentos apresentaram impacto negativo na arrecadação, em comparação com outubro do ano passado: o setor automotivo e de autopeças, com queda de 0,93%; e o de comunicações, com retração de 0,61%. “Em setembro, cinco setores apresentaram arrecadação negativa sendo que, somente no de automóveis, a queda registrada foi de 17%. Com os esforços da equipe da Fazenda e o aquecimento da economia, os números de outubro colocaram Santa Catarina no destaque nacional em retomada pós-pandemia”, salientou o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli.
