Encontro reuniu agricultores, entidades ambientais e instituições financeiras para debater oportunidades de pagamento por serviços ambientais e conservação da Mata Atlântica.
Participantes da oficina debatem ações para valorização ambiental e acesso de produtores rurais a programas de PSA Santa Rosa de Lima foi sede, na terça-feira (28), da 5ª Oficina do Corredor Ecológico da Serra Geral/SC, evento que reuniu cerca de 30 participantes entre produtores rurais, representantes de entidades ambientais, instituições financeiras e gestores públicos. A atividade ocorreu durante todo o dia na Câmara de Vereadores, com o objetivo de promover o diálogo sobre práticas sustentáveis e novas formas de valorização dos serviços ambientais prestados pelas propriedades rurais.
O principal tema da oficina foi o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, mecanismo que reconhece e recompensa financeiramente agricultores que contribuem para a conservação de ecossistemas e recursos naturais. Durante os debates, foram abordadas as diferenças entre créditos de carbono e créditos de biodiversidade, além das formas de acesso dos produtores a esses benefícios.
A abertura do encontro foi realizada pela prefeita de Santa Rosa de Lima, Siuzete Vandresen Baumann, que deu boas vindas aos presentes. Em seguida, palestras de representantes da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), que apresentou experiências com créditos de biodiversidade, e da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), que falou sobre programas de conservação de araucárias. O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) também participou, apresentando linhas de crédito voltadas à implementação de projetos ambientais.
Entre os palestrantes, esteve o empreendedor rural Christian Dobereiner, proprietário da Reserva Araponga, na comunidade de Santa Bárbara, que compartilhou sua experiência prática com o mercado de créditos de carbono. Segundo ele, o evento foi “um sucesso”, destacando o interesse dos participantes e a qualidade das discussões.
“Foi um encontro bastante participativo, com muitas perguntas e trocas de experiências. A partir de agora, vamos compartilhar uma ata com os participantes e encaminhar as próximas ações para que os produtores rurais possam ter acesso real a essas oportunidades”, avaliou Dobereiner.
Corredor Ecológico
A oficina integra o conjunto de ações do Corredor Ecológico da Serra Geral/SC, iniciativa que busca fortalecer a conectividade entre áreas de preservação e propriedades rurais, promovendo o desenvolvimento sustentável em municípios do Sul catarinense. Pautado na adesão voluntária dos atores, visa a proteção de um trecho da Mata Atlântica que conecta o Parque Nacional de São Joaquim e o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e, nessa perspectiva, aumentar a resiliência às mudanças climáticas, conectar habitats de vida selvagem, valorizar a cultura regional e o protagonismo local e contribuir para o bem-estar das comunidades da região.
O Corredor Ecológico oferece ainda diversos benefícios a médio e longo prazo, como ações de educação ambiental, incentivo à economia sustentável, apoio para obtenção de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e orientação na regularização ambiental das propriedades rurais. O programa também estimula a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), a proteção de nascentes e a participação em fóruns de sustentabilidade.