Matagal toma conta de todo o acostamento e faz ciclistas disputarem espaço com veículos na SC-370
O ciclista Vicente May, 33 anos, de São Ludgero, viveu momentos de pânico quando pedalava, ao lado de outros três colegas, pela SC-370 no bairro Alto Travessão, no último sábado, por volta das 16h40min. Ao descer a conhecida “Sete Voltas”, para não ser atropelado, acabou caindo com sua bicicleta em uma vala num matagal, ao desviar de um caminhão. Na queda, deslocou um dedo da mão, além de sofrer diversos arranhões.
O acidente aconteceu após pedalarem até a comunidade de Pinheiral, em Braço do Norte, retornarem por Armazém, passando por Gravatal, quando o grupo de ciclistas chegou a descida ao lado ao antigo Remate do Pi. “No local do acidente a situação é precária. A gente decidiu descer pela mesma mão, mas bem rápido antes que um veículo aparecesse. Quando estávamos na metade do caminho um caminhão passou em alta velocidade. Para não bater em mim, fui obrigado a encostar bem no mato. Minha bicicleta engalhou no matagal e caí, por pouco não fui atropelado”, acrescenta.
Como o local não possui acostamento e o mato toma conta de parte da pista, se torna um verdadeiro perigo para quem transita pelo local. Alguns ciclistas arriscam a transitar na contra mão, tornando o trajeto ainda mais perigoso. “Eu sempre passo por aquele trecho de carro, raramente vou pra lá de bicicleta, pois tenho medo de pedalar nas rodovias. Prefiro estradas de chão batido e trilhas. Quando fui para as Termas no domingo participar de uma competição, notei que o mato tinha tomado conta do asfalto naquele trecho, mas na volta eu me assustei”, diz o jovem, Michell Sombrio, que já participou de diversas competições sobre o pedal. “É impossível andar na lateral da rodovia de bike ou a pé. Por isso fiz um vídeo e postei na internet. Tive que ir pela contramão, na descida o guidão engalhou em um mato e virou a bike, me desequilibrei e quase cai encima da rodovia, estava passando um carro. Se fosse 10 segundos pra frente eu tinha sido atropelado”, acrescenta o ciclista.
Preocupados com o descaso do Governo do Estado na manutenção deste trecho da rodovia, os próprios ciclistas pensam em realizar um mutirão e cortar o mato sobre a rodovia. Mas sabem que este trecho é perigoso até mesmo para roçagem. “Tem que fazer um consórcio entre os municípios do Vale. Comprar um maquinário específico para este tipo de roçada. Cada município têm que treinar um servidor para operar a máquina e o Estado subsidiar o combustível. Não entendo porque demoram tanto pra resolver algo simples”, questiona Sombrio.
“Quero fazer um alerta aos motoristas. Para que respeitem mais os ciclistas. Não são todos, mas boa parte dos motoristas passam tirando fino das bicicletas. Importante evitar isso. Daqui há pouco acontece uma tragédia”, acrescenta Vicente May, que tem a profissão de motorista e vive os dois lados da moeda.
