Peças de roupas usadas, com marcas de qualidade, podem ser negociadas pelas mamães a partir de agora
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LOJA é especializada no comércio de roupas infantis para segundo dono[/caption]
A empresária Bruna Schlickmann Schulz Cavanholi, de São Ludgero, no começo deste ano, passou por um dilema que boa parte das mães passam quando têm que se desapegar das roupinhas de seus filhos. Mãe da pequena Isadora, de 3 anos, lamentou o fato de ter que se desfazer das peças de roupas que a filha havia usado por poucas vezes e ainda estavam, praticamente, novas. Surgiu então a ideia de montar um brechó virtual.
“Não que eu não doe as peças usadas, mas há roupas que a gente paga tão caro e sabe que existem outros pais que querem também vestir os filhos com marcas de qualidade. Então, pensei que poderia unir o útil ao agradável”, recorda Bruna, que assim criou pelo instagram, em fevereiro deste ano Anni Baby Brechó. “O nome é uma homenagem à minha mãe, Rosani, já que a Isadora chama a vovó de ‘Ani’”. Nascia assim o perfil @annibabybrecho. Em junho deste ano, com mais de 3 mil seguidores no perfil e comercializando para todo o Brasil, Bruna decidiu que iria instalar uma loja física, que na próxima sexta-feira, 20 de setembro, a partir das 18 horas, abre oficialmente as portas na Rua Padre Roher, 283, no Centro de São Ludgero.
“Quando comecei o brechó virtual, falei para as minhas amigas, que têm crianças pequenas, que revenderia as roupas que elas tivessem. Aos poucos a ideia se espalhou e, agora, vamos abrir a loja com mais de 1.200 peças catalogadas, todas em ótima qualidade”, explica a proprietária. “Quando recebo uma roupa faço uma minuciosa curadoria na peça para saber se está faltando algum botão, se tem alguma bolinha ou imperfeição. Se passa pelo crivo de qualidade, acerto um valor com a dona da peça e coloco à venda no brechó”, detalha Bruna como funciona a seleção e o comissionamento. As peças comercializadas na loja chegam a custar 70% mais barato que o preço da etiqueta em lojas. As roupas que não foram selecionadas são devolvidas as donas. Caso elas não queiram mais as peças, são doadas para o Ciaca ou para alguma família carente apontada pela Assistência Social de São Ludgero.
A Anni Baby Brechó terá espaço ainda para o artesanato produzido pelas mães da região. “Observei que tinha algumas clientes que produziam lindas peças, como bichinhos de crochê, para decorar o quarto das crianças, mantas e sapatinhos. Então decidi que nossa loja terá um espaço para quem quer produzir e não encontra lugar para expor”. Bruna pede que interessadas entrem em contato com ela para oferecerem seus produtos artesanais.
Em tempo de economia colaborativa
O brechó é algo muito comum em países desenvolvidos, mas pouco difundido ainda no Brasil pelo preconceito de se estar usando uma roupa que já pertenceu a outra pessoa. “É cultural, mas aos poucos, todos vão percebendo as vantagens, não somente econômicas, de se reutilizar”, defende Bruna Schulz. Ela lembra que para se fabricar uma camiseta colorida, são necessários, aproximadamente, 3 mil litros de água. Esse número triplica se for uma calça jeans. “Ao se optar em adquirir um produto que já foi usado e em perfeito estado de uso, ao invés de comprar um novo na loja, diminui-se o uso de matérias primas e, por consequência, o uso dos nossos bens naturais”, reforça. “O ato de gentilmente usar as roupas de brechós colabora com o meio ambiente, pois fortalece o ato do consumo consciente e diminui o descarte. O exemplo das roupas deve ser seguido. Sempre que possível, devemos reutilizar”, defende.
O espaço montado para receber as mamães também é acolhedor. A loja disponibiliza de trocador de fraldas e espaço para amamentação. A Anni Baby Brechó também em horário horário diferenciado. Das 9h ao meio dia e das 13h30min às 19 horas. Está nos planos da empresária difundir a marca com a abertura de novas salas. “Os estudos são para abrir uma unidade cidades maiores na região, devido a demanda. Hoje realizamos a entrega também das peças que foram adquiridas pela internet. Tudo para facilitar a vida das mamães”, destaca.
