Bebê é operado dentro do útero da mãe

O pequeno Matheus ainda nem nasceu, mas já é um verdadeiro guerreiro. Dentro do útero da mãe Suelen Jocken Soethe, que tem 28 anos e é moradora de Gravatal, passou por uma cirurgia fetal. Felizmente, estava acompanhado de profissionais altamente capacitados para tratar sua condição e garantir o seu desenvolvimento. O procedimento foi realizado dia 24 de março, quando ela estava com seis meses de gestação.  O diagnóstico é a mielomeningocele. Ou seja, quando a coluna vertebral, a medula espinhal e o canal da medula não se formam normalmente. A causa ainda não é bem definida e, segundo Suelen, nenhum sintoma foi sentido por ela. “Descobrimos através de um exame morfológico de segundo trimestre. A gestação estava indo tudo bem, sem dor nenhuma”, relata. A cirurgia visa corrigir a má formação antes do nascimento, permitindo o desenvolvimento correto do bebê durante a gestação, além de prevenção de complicações.

A gestante explica como se deu o momento da descoberta. “O diagnóstico foi feito pela Dra. Rayane Nazario, na Eco Clínica, em Braço do Norte. Foi bem difícil receber a notícia, ainda mais por não saber ao certo do que se tratava e por nunca ter ouvido falar até então. Mas em todos os momentos, a Dra. Rayane nos acompanhou. Ela é uma excelente profissional, deu Whats-App particular dela, me ligou para me acalmar e explicar do que se tratava, acompanhou a cirurgia e está acompanhando a gestação através de ultrassom”, acrescenta Suelen. “Fomos fazer o exame morfológico no dia 6 de março e a doutora viu uma alteração, mas não nos comunicou, pois queria ter certeza. Então ela pediu para que retornasse na semana seguinte para terminar as medições e observou a alteração. Como eu estava sozinha, preferiu não me contar naquele momento. Ela ligou imediatamente para meu médico, o Dr. Rodrigo de Jesus Lenharte, que agendou uma consulta”, detalha a gestante.

De acordo com Suelen, neste momento, já começou a perceber que alguma coisa tinha acontecido. “Meu coração já estava me dizendo que tinha algo. A consulta era às 13h30min e foi uma angústia até chegar lá”, descreve. Acompanhada de seu pai, foi devidamente orientada pelo médico e informada que seu caso já estava sendo encaminhado para especialistas. Saiu de lá já com a consulta agendada com o médico Luiz Miguel Mitri Parente, ginecologia e obstetra da Clínica Materno Fetal, em Florianópolis. “Isso tudo aconteceu no dia 13 de março e, no dia seguinte, já fiz a consulta em Florianópolis”. Inclusive, a atuação da médica Rayane foi elogiada pelo especialista. “Ele comprovou o diagnóstico e parabenizou a Dra. Rayane, pois a lesão poderia ter passado despercebida, já que o lugar era difícil de ver”, conta. “Na consulta, ele explicou do que se tratava e saber que tinha uma forma de amenizar a situação deu um conforto para nós”, acrescenta. Além de receber a notícia de que a lesão era grau leve e entender sobre como como funcionaria a cirurgia, ficou sabendo também que o médico Fábio Peralta, que é especialista em gestações de alto risco e reconhecido internacionalmente por esse tipo de procedimento, seria o responsável. “Foi ele mesmo quem criou a técnica para correção de mielomeningocele. Vale a pena seguir o perfil dele no Instagram para tirar as dúvidas e entender melhor sobre o assunto”, sugere. 
 

Sobre a cirurgia fetal

A fim de preservar os movimentos do bebê, o procedimento precisaria ser feito o quanto antes, sendo agendado para 24 de março, no Hospital Baía Sul, através do Microscópio Cirúrgico Leica Glow800, uma tecnologia avançada de ponta. A cirurgia fetal foi realizada por uma equipe de médicos especialistas, incluindo Fábio Peralta, que é referência internacional no assunto; os profissionais médicos Marlen Cristiane Laske e o Luiz Miguel, da Clínica Materno Fetal; e o Daniel Santos, neurocirurgião da Clínica Neuron. A cirurgia intrauterina de Mielomeningocele é um procedimento que envolve a abertura da cavidade abdominal materna para expor o útero e, em seguida, realizar uma cirurgia diretamente no feto. Durante o procedimento, o útero é aberto para corrigir o defeito, oferecendo vantagens como uma melhor visualização e correção.

“Sabendo que estávamos acompanhados dos melhores médicos, foi um alívio muito grande, pois esse tipo de cirurgia não é muito comum e traz riscos, como qualquer outra. Todos os profissionais nos acompanharam todo o tempo. Todos foram muito humanos, atenciosos e cuidadosos com a gente. São anjos de luz na vida das pessoas. Fomos muito bem tratados e cuidados”, declara com gratidão. Hoje, Suelen está quase chegando ao sétimo mês de gestação e segue realizando todos os cuidados necessários. “Feita a cirurgia, preciso fazer repouso e tomar medicações de seis em seis horas até o bebê nascer, além do pré-natal para gravidez de alto risco e a ultrassonografia toda semana”, detalha.