Praticantes solicitam ao poder público mais incentivo à modalidade
Um grupo de 36 jovens quer que um dos esportes mais populares no Brasil também tenha seu espaço nas quadras de Braço do Norte. Através de um pedido feito à Comissão Municipal de Esportes (CME), os praticantes de basquete solicitam a pintura das quadras ou dos ginásios que pertencem ao município, bem como a instalação dos equipamentos para a prática da modalidade.
Ensinado nas escolas, mas sem espaço nas quadras públicas para praticá-lo, o basquete vem ganhando adeptos nos últimos meses em Braço do Norte. Tanto que um grupo de rapazes adaptou uma tabela e um aro no Centro Comunitário da Floresta, para praticar. A ação vem atraindo a atenção de outros jovens. Um dos ativos nesta modalidade esportiva é Daniel Walter, de 23 anos. O morador do Centro diz que começou a se interessar pelo basquetebol em 2016. Em 2018, indo para a faculdade, encontrou outros apaixonados pelo esporte. “Através de um aplicativo pago da internet, tive acesso ao campeonato de basquetebol da Liga Americana. Comecei a assistir e comentar os jogos com os amigos”, conta o mecânico de refrigeração.
Um destes interessados foi o guincheiro Maurício Becker, 25 anos. “Conheço o Maurício desde 2015. Ele gostou tanto dos jogos que passou a ir para Capivari de Baixo, todas as semanas, para jogar com uma turma de lá”. Daniel recorda que não demorou muito para seguir o amigo. “Comecei a acompanhar o Maurício, em Capivari, para aprender um pouquinho mais das técnicas, de como jogar”, explica. “Lá eles praticam há bastante tempo. Quando deu uma aliviada na pandemia, na metade do ano passado, ia praticamente todo o final de semana jogar”, revela Maurício, que decidiu, a partir de então, reunir uma turma para jogar em Braço do Norte.
Foi em setembro de 2021 que disputaram a primeira partida. “Conseguimos cinco jogadores, mas faltava mais um, para fechar duas equipes de três em cada lado. O irmão do Maurício, o Daniel Becker (22 anos), que nunca havia jogado ou assistido a qualquer partida, decidiu aceitar participar da brincadeira”, recorda Daniel Walter. O jogo foi improvisado no “ginásio” da Floresta depois dos próprios rapazes recuperarem uma tabela e um aro que estavam abandonados. A competição deu tão certo que, na semana seguinte já eram oito jogadores, incluindo o irmão do Maurício que nunca mais deixou de participar.
A disputa semanal foi chamando a atenção. Em menos de um mês já eram 20 atletas inscritos. O ano fechou com 36 jovens. “Tivemos que limitar em 15 atletas por semana, senão, não daria tempo para todos jogarem”, explica Daniel. A ideia é realizar todas as quintas-feiras, das 20h30min às 22h30min, um mini campeonato. “São cinco equipes disputando três contra três”. As partidas são combinadas pelo grupo de WhatsApp e divulgadas pelo Instagram do grupo @basquetevale .
Daniel lembra que, para o primeiro jogo, teve que levar a sua bola para a disputa. “É tudo novidade. Agora, devido ao interesse, já temos umas oito bolas pra jogar e, por isso, buscamos um local melhor para disputar as partidas”, revela. Como a quadra do Centro Comunitário da Floresta não é do tamanho oficial e nem mesmo recebe as demarcações que uma disputa oficial exige, a turma cobra um investimento do setor público. “Temos diversos praticantes dentro do nosso município, numa modalidade que vem crescendo entre os jovens e que necessita de uma estrutura para poder ser praticada”, enfatiza Maurício Becker.
O pedido oficial desta intervenção do Município para atender os desportistas foi feito na última segunda-feira, 24 de janeiro, na Câmara de Vereadores pelo presidente da Casa, o vereador Allan Lopes Prudêncio. Através de indicação, pediu que o Poder Executivo e a Diretoria de Esportes de Braço do Norte estudem a possibilidade de estruturar umas das quadras e ou ginásios que pertencem ao município, com os equipamentos para a prática do basquete. “Como a nossa cidade não possui a cultura do basquete, não tem ainda um local próprio para sua prática. Por isso, fui procurado pelos jovens que solicitam apoio para o fortalecimento da modalidade”, discorre. A solicitação foi endossada pelo vereador Rafael Borgert. “O basquete é um esporte viciante. Tenho certeza de que aqueles que começam a praticar, não param mais”, diz o edil que já foi convidado a integrar um outro grupo que joga às terças-feiras nas Escola de Educação Básica Dom Joaquim. “É importante incentivar essa ação que tira o jovem, e até o adulto, do sedentarismo e contribui para a socialização”, reforçou algumas virtudes desta prática.
O presidente da CME, Pedro Baschirotto, ainda não recebeu formalmente o pedido, mas já estuda atendê-lo. “Vou levar ao prefeito Beto Marcelino o pedido da compra de tabelas móveis. Assim, podemos instalar em algum ginásio ou centro comunitário que comporte o equipamento”, frisa o responsável pela entidade no município. Pedro já orçou o valor das tabelas móveis e aguarda o sinal positivo para poder solicitar a compra.
Quanto aos locais que serão instalados, o presidente da CME diz que deverão ser analisados em consenso com os atletas, porém descartou o Ginásio Atílio Guisi. “O principal ginásio da cidade não tem espaço para guardar as tabelas móveis. Temos que pensar nisso antes de colocar em algum local”, explica. Pedro diz que hoje a tabela poderia ser instalada no ginásio da Bela Vista ou do Travessão. “Poderíamos até mesmo acertar uma parceria com algum centro comunitário que aceitasse receber esse equipamento”, adianta.
