A ACIVALE une forças à Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC) ao demonstrar preocupação com o Projeto de Lei - PL nº 2.524/2022, que tramita no Senado. Isso porque as determinações impactarão diretamente em um importante setor da região Sul: o de fabricação de produtos plásticos.
“A ACIVALE é totalmente contra o PL. O banimento dos descartáveis de uso único não é a forma adequada de se resolver a questão dos resíduos. Precisamos trabalhar e incentivar a gestão dos resíduos sólidos com políticas concretas de pontos de coletas dos materiais e do retorno do plástico à cadeia produtiva através da reciclagem”, afirma o empresário e presidente da ACIVALE Gustavo Schlickmann, ao comentar sobre o posicionamento da entidade.
O presidente explica que, caso aprovado, a medida trará graves consequências. “Será fatal em termos de economia e desenvolvimento para toda a região Sul, que concentra mais de 80% da produção da indústria plástica”. Segundo ele, há alternativa mais eficazes que podem solucionar esta questão. “Em nossa região, temos diversos casos de sucesso que transforam os resíduos em oportunidades de negócios e desenvolvimento para a região. Esse é o foco que temos que dar, como gerar mais negócios através da reutilização dos resíduos”, argumenta.
Tendo isso em vista, a ACIVALE atuará com o propósito de contestar a proposta. “Como representantes das empresas da nossa região, estamos articulando junto à FACISC formas de demonstrar que esse PL é um retrocesso e não é a solução para o problema. Deixar claro que o impacto social será muito alto. Além disso, juntamente com todas as Associações Empresariais da região Sul, estamos endereçando à Câmara dos Deputados nossa manifestação de contrariedade ao PL e trabalhando junto à bancada do Sul para que o PL não seja aprovado”.
 

Mais de 200 empresas na cadeia econômica do plástico em Orleans 

Em reunião que contou com a participação do secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (SICOS), Silvio Dreveck, a Associação Empresarial de Orleans (ACIO) apresentou reivindicações em defesa à indústria plástica. A entrega de um ofício ocorreu durante a 2ª Reunião Plenária Extremo Sul, realizada na sede da Associação Empresarial de Sombrio.
Na ocasião, a diretora jurídica, Charlene Cruzetta, explanou sobre o documento redigido pelo presidente da ACIO, Italo Zomer, solicitando que o Governo de Santa Catarina defenda os interesses do ecossistema empresarial da região ao manifestar-se contrária ao PL nº 2.524/2022, alegando que isso trará sérios prejuízos à indústria química de transformação do plástico e causará impactos negativos imensuráveis tanto na economia quanto no social.
“Sugerimos um amplo e sério debate nacional acerca do tema, com a realização de estudos e investimento em pesquisa na economia circular do plástico, antes de se adotar medidas drásticas que podem ser irreversíveis e atrasar todo o desenvolvimento de uma cidade, de uma região e de um país”, explica Italo, acrescentando que a ACIO vem debatendo o tema desde o início do ano, por meio da participação no Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico de Orleans, fazendo a interlocução com a indústria local para a devida representatividade.
Orleans, conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do ano de 2022, possuía 243 empresas atuando na cadeia econômica do plástico, sendo 31 indústrias transformadoras da matéria-prima e de reciclagem, com 2.110 empregos diretos. Nesse universo de 243 empresas (considerando representantes comerciais, distribuidores e indústrias de apoio), são 3.600 empregos diretos e estima-se que 6.400 indiretos, perante uma população de 23.661 habitantes, segundo o Censo do IBGE de 2022.
Os municípios do entorno pertencentes à AMREC (Associação de Municípios da Região Carbonífera), à AMUREL (Associação de Municípios da Região de Laguna) e à AMESC (Associação de Municípios do Extremo Sul Catarinense) formam o maior agrupamento da indústria de embalagens da América Latina, atendendo o mercado interno e externo.