De acordo com a Facisc, cornicultura vem sendo importante tanto para a geração de renda, como para o aumento da formalidade na agropecuária
A crescente produção de ovos de codorna no Sul de Santa Catarina impulsionou o estado para a terceira colocação no ranking dos maiores rebanhos do país, em 2023. Com 2,4 milhões de animais, SC fica próximo dos líderes Minas Gerais (2,6 milhões) e São Paulo (2,5 milhões). Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM)*, do IBGE, divulgados neste mês de setembro e analisados pelo Centro de Inteligência e Estratégia da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC).
Só no ano passado, o Sul catarinense cresceu quase 30% seu rebanho de codornas, em comparação ao ano anterior, 2022. O que estimula a criação dos animais é a produção de ovos, que vem crescendo expressivamente nos últimos 10 anos.
É na pequena São Ludgero, que tem cerca de 14,2 mil habitantes, que se concentra o maior rebanho de aves de Santa Catarina. Proprietário de metade do rebanho catarinense de codornas, com 1 milhão de animais, o produtor de ovos Dirlanio Lembeck conta que a demanda pelo produto chegou a diminuir em 2020, por causa da pandemia – o que levou cornicultores a encerrarem as atividades em granjas da região e a abaterem os animais.
“Nós seguimos produzindo e, quando o mercado reaqueceu, com a reabertura de bares e restaurantes e a retomada do convívio social, tínhamos estoque para pronta-entrega”, conta Lembeck.
A atividade tornou a mesorregião uma importante fornecedora de ovos de codorna para o restante do Brasil e a quarta maior produtora – com 8% de toda a produção nacional (em 2018 eram 2%).
O diretor setorial da Facisc, Lito Guimarães, explica que a atividade vem sendo importante tanto para a geração de renda, como para o aumento da formalidade na agropecuária. “É mais um exemplo de como a diversidade da nossa produção, em Santa Catarina, é importante para a nossa economia”, avalia o diretor.
Desafios – A cornicultura é, inclusive, um setor potencial na América Latina. Por outro lado, exige dedicação:
“São animais com genética muito selvagem, ainda, principalmente em comparação a frangos e galinhas, que têm já genéticas avançadas”, explica Lembeck.
De toda forma, a criação requer menos espaço, é considerada com maior valor agregado e proporciona retornos mais rápidos que a produção de galinhas, por exemplo, até por conta do tempo de crescimento da codorna, que é menor.
* Sobre a pesquisa: Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do IBGE, que investiga, anualmente, informações sobre os principais efetivos das espécies animais criadas e as produções de leite, ovos de galinha e de codorna, mel de abelha, lã bruta, casulos do bicho-da-seda, além da aquicultura (piscicultura, carcinicultura e malacocultura), constituindo, assim, a principal fonte de estatísticas desse segmento econômico. Sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.