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Setembro Amarelo: Porque algumas pessoas não aceitam o tratamento psiquiátrico?

Dra Elisa, psiquiatra do Provida, orienta a importância da aceitação e continuidade do tratamento para melhoria na saúde mental

29/09/2022 09h31 | Atualizada em 29/09/2022 09h31

Ninguém está livre de sofrer com algum transtorno mental. Milhares de pessoas são diagnosticadas diariamente com Depressão, Ansiedade, Insônia, Transtorno Bipolar, entre outros. Nos consultórios psiquiátricos, é muito frequente os médicos receberem pacientes com receio de serem vistos no local, de tomarem alguma medicação e ficarem dependentes ou com efeitos colaterais.

“Cada organismo reage de forma diferente a cada substância. É importante que seja discutido junto ao médico as reações que o medicamento pode causar, e se necessário, alterar a prescrição, até que se encontre o que melhor se adapte à realidade daquele paciente. No início, o corpo precisa se adaptar às novas substâncias e isso pode trazer alguns efeitos colaterais indesejados, mas não necessariamente sentirá algo após essa fase de adaptação. Por isso, reforçamos a importância de seguir à risca as dosagens e o período recomendado para que o efeito se estabilize no organismo”, explica a psiquiatra do Complexo Médico Provida, Dra. Elisa Oenning (CRM:19567 RQE: 15875).

Para auxiliar os pacientes a aderirem aos tratamentos, a medicina conta com novas e avançadas tecnologias e um grande investimento no desenvolvimento das medicações. Essa evolução contribui para assegurar ocorrências de impactos menores de reações adversas.
“Muitas pessoas interrompem a prescrição quando sentem melhora e abandonam o tratamento por conta própria. Porém, essa melhora se dá justamente por conta do uso correto dos remédios. Se por algum motivo este for interrompido, o paciente pode voltar a sentir os sintomas ou até piorar e tornar a doença mais resistente ao tratamento”, alerta a psiquiatra.

Aceitação

A falta de adesão ao tratamento não é exclusiva da especialidade da Psiquiatria e ocorre em muitas outras áreas médicas.
“É muito frequente em várias situações, como por exemplo em bipolares – mais de um terço abandonam o tratamento duas ou mais vezes e não comunicam o médico. Pode acontecer de várias maneiras, ou seja, a pessoa pode não tomar a medicação, ou tomar de acordo com o que acha melhor, interromper e voltar sem comunicar o médico. Claro que não há solução mágica, um tratamento só acontece e é efetivo se houver uma participação ativa e concordante por parte do paciente”, destaca Dra. Elisa.

A psiquiatra ainda ressalta que se o portador se encontra numa atitude de recusa, é o momento de a família tomar a dianteira e procurar ajudar o doente a aceitar ir a uma consulta. Atitudes como, ser compreensivo, sensibilizar a pessoa de que ela pode estar precisando de atenção especializada, mostrar com tranquilidade os sintomas presentes como irritabilidade, insônia, inquietação, desânimo, entre outros, podem contribuir para a aceitação.
“Persuadir o paciente a se tratar não é tarefa fácil. Requer paciência e compreensão e, muitas vezes, é necessário que se sofra por várias crises até que o portador aceite seu diagnóstico e assuma a necessidade de iniciar e dar continuidade no seu tratamento”, completa.

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