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Presidente da Câmara mira na Cerbranorte

13/11/2019 18h18 | Atualizada em 13/11/2019 18h18
Celso Onei da Silva Martins (PTB), o “Torrado”, diz que candidatura é realidade busca apoio de partidos [caption id="attachment_8964" align="alignnone" width="281"] TORRADO (C) pede apoio ao Progressistas e enviará pedido ao MDB[/caption] O presidente da Câmara de Vereadores de Braço do Norte, Celso Onei da Silva Martins (PTB), o “Torrado”, é o convidado do Café da Folha desta semana. Vereador eleito em primeiro mandato, exerce a presidência desde setembro, com a renúncia de Jacinto Orbem Perin (PSD). Torrado saboreou o café da manhã servido pela Panificadora Nack acompanhado de Leonardo Rohling e Viviani Ferreira, atuais presidente e vice do PDT de Braço do Norte, que assessoram o vereador em sua nova meta: chegar à presidência da Cerbranorte.   De onde vem este apelido “Torrado”? Celso Onei – Foi minha mãe que me deu este apelido quando eu ainda era criança. Ela achou muito engraçado quando eu imitei um vendedor de torradinhos, que trabalhava no Centro de Braço do Norte, naquela época, em frente a antiga fábrica da Doces Áurea. Ainda me lembro, aquele mesmo homem gordinho que, nos jogos do ginásio e no campo, vendia os salgadinhos. Quando eu era criança, peguei um saquinho daqueles torrados e comecei a bater em uma latinha e dizia “olha o torradinho!” Minha mãe começou a me chamar de “Torradinho” e, até hoje, todos me chamam de “Torrado”. Minha mãe, a saudosa Izene Silva Martins, que faleceu aos 57 anos em decorrência de uma cirurgia na coluna. Fale um pouco mais sobre a sua origem. Celso Onei – Cresci com os meus pais na lavoura. Éramos agricultores do Sertão do Rio Bonito e trabalhávamos com plantação de fumo. Sou o filho do meio. Tenho duas irmãs e outros três irmãos. Já administrei um bar, uma oficina de motos, uma lanchonete e uma marmoraria com minha família. Com a morte do meu pai, André Martins, vítima de um AVC, dois anos depois de perdermos nossa mãe, os filhos dividiram a herança e tocaram suas vidas. Como surgiu o desejo de ser político, vereador? Celso Onei - Meu pai sempre quis ser vereador, mas nunca teve coragem de ser candidato. Por isso incentivava os filhos. Com sua morte, decidi que ia atender este desejo do meu pai, de ajudar os outros através da política. Então, dividi este desejo em partes. Como sei que para se eleger gasta-se um bom dinheiro em campanha, estabeleci com minha família a necessidade de termos uma recurso para nos mantermos. Por isso, com minha parte na herança, construí 20 casinhas e minha esposa administra o aluguel. Com o recurso para a campanha disponibilizado, decidi que poderia ser candidato. Porque o PTB? Celso Onei - Fui para o PTB a convite do presidente do partido, o empresário Wanderlei Petroski, da WS Molduras. Ele, que era secretário na Administração passada. tinha apoiado na eleição anterior, e eleito o vereador Mário Jorge. Achei uma boa oportunidade. Na época, PTB era base de apoio na Prefeitura do MDB. Curiosamente, meu pai foi, durante 47 anos, do diretório do Progressistas, antigo PP, em Braço do Norte. Quando iria começar a campanha, coincidentemente, fui vítima de uma assalto. Seis ladrões entraram em minha residência, armados, e levaram meu carro e boa parte da reservar que iria usar na campanha. Quase desisti. Mas, apesar de ser uma vontade do seu pai, o que queria fazer na Câmara? Celso Onei - Queria me eleger para ajudar no esporte, saúde e na educação. Na verdade é o que faço desde o primeiro dia que me elegi, de forma silenciosa. Praticamente todo o meu salário destino para entidades, associações... fazia isso, praticamente, sem divulgar, até que a Casalar decidiu me agradecer pela pintura da instituição. O que aconteceu lá? Celso Onei – Eu praticamente visitei todas as creches, escolas e postos de saúde de Braço do Norte nestes três anos. Sempre pergunto se tem alguma coisa que eu posso ajudar. Foi o que fiz quando estive na Casalar. Eles disseram que a sede precisava de uma pintura completa. E precisava mesmo. Não falei nada. Só olhei e fui embora. No outro dia apareci com dois pintores e todo o material que seria necessário para fazer a reforma. Eles ficaram mais de um mês lá e deixaram o local novinho. Como forma de agradecimento, a Casalar fez uma bonita homenagem para mim. Até hoje, quando lembro, fico emocionado com o carinho que recebi. Tinha até um coral. Depois deste dia, várias entidades ficaram sabendo do meu apoio e começaram a solicitar alguma ajuda. Foi aí que nasceu a ideia da rifa? Celso Onei – Sim. A partir deste dia, as doações do meu salário e as ações que faço, começaram a ser mais divulgadas. Então, há dois meses, lançamos uma rifa de um terreno avaliado em R$ 80 mil, no Sertão do Rio Bonito. Ele ainda não está escriturado, é só no contrato. O bilhete da rifa custa R$ 10,00 e todo dinheiro arrecadado fica com uma das 13 entidades que comercializa. Como foi esta sua aproximação com o governo municipal, uma vez que você foi eleito pela oposição? Celso Onei - Como nenhum dos três vereadores do MDB aceitou fazer parte da primeira Mesa Diretora e, pela representatividade partidária, era necessário ter mais um partido na mesa diretora, decidi aceitar colocar meu nome como segundo secretário. Com a renúncia do presidente, passei a ser o primeiro secretário e ganhar visibilidade. Minha ações eram sempre voltadas à comunidade. Não era de oposição ferrenha. Ganhei a confiança do PSD, que me convidou para se filiar ao partido do prefeito e ser candidato a vice-presidente da Câmara. Com a renúncia de Perin, no começo de setembro, assumi a presidência. Você anunciou que iria para o PSD, do prefeito Beto. Quando isso vai acontecer? Celso Onei - Não está certa ainda a minha ida para o PSD. Em março, quando abrir a janela de mudança partidária, vou decidir. Não posso fechar as portas, neste momento, para nenhum partido. Só não permaneço do PTB, pois ele não tem deputados, não tem estrutura para trabalhar. Mas, não descarto a possibilidade de ir para o Progressistas, por exemplo, ou para o PDT. Posso ir para qualquer um. Só tenho que saber se este namoro vai dar casamento. Quais foram seus destaques como vereador e até mesmo presidente do Legislativo? Celso Onei – Tenho o privilégio de ser um dos responsáveis pela viabilização do posto de saúde que está em construção e leva o nome do meu pai no Sertão do Rio Bonito. Fui com o prefeito em Brasília e usamos toda a influência com o ex-deputado federal Ronaldo Benedet (MDB), dois dias antes do limite do prazo, para a emenda ser aprovada. Por pouco não perdemos esta obra. Também reforcei o pedido ao prefeito Beto para que a Rua Jorge Manoel Martins fosse asfaltada ainda este ano. Ao lado do Toninho da Cabana e do Ricardo Medeiros, lutamos para a reforma da Capela Mortuária do Rio Bonito. Atendendo um pedido meu, o ex-deputado João Rodrigues (PSD) viabilizou uma balança para pesagem de gado. Já o deputado Daniel Freitas (PSL) destinou, este ano, para a saúde, R$ 150 mil, atendendo um pedido nosso, intermediado pelo radialista Carlos Cigano, e se comprometeu a destinar R$ 600 mil para aquisição de uma máquina para a Secretaria de Obras. A reforma da Câmara de Vereadores vem causando polêmica pelo valor investido. Censo Onei - Com a renúncia do Perin, assumi a Câmara com uma licitação de R$ 190 mil cancelada pois alguns detalhes não haviam sido contabilizados e encareciam ainda mais a obra, que foi novamente licitada e chegou-se a R$ 230 mil. Porém, agora, para poder encerrar, são necessários mais R$ 11.900,00. Será o único aditivo autorizado e poderemos entregar nosso mandato e a Câmara completamente reformada. As empresas que realizam a reforma sondaram a possibilidade de reformarmos também a escadaria. Não achei necessário. Seriam mais R$ 40 mil. Descartamos. E a sua aproximação com o Leonardo e a Viviani, ao que se deve? Celso Onei – Dois motivos: primeiro, pelo projeto da Cerbranorte. Eles estão me assessorando. Segundo; pela abertura que estão oferecendo de chegarmos onde a Administração do Beto, por exemplo, não chega. Em outubro, estivemos com o deputado Nazareno Martins (PSB), que viabilizou, através de emendas impositivas, R$ 50 mil postos de Saúde São Francisco, para ampliação e compra de equipamentos odontológicos, R$ 50 mil para a Escola Matilde Niehues, no São Januário, para ampliação, e outros R$ 50 mil para pavimentação da Rua Alberto Oliveira, no Bairro São Francisco. São cerca de 100 metros. Através do PDT de Braço do Norte, conseguimos viabilizar para a Apae de Braço do Norte uma van, junto com a deputada Ana Paula da Silva, a “Paulinha”. Ainda, através de emenda impositiva do deputado Rodrigo Minotto, o custeio de R$ 200 mil para ser usado pelo Hospital Santa Teresinha. Por outro lado, deixamos na mesa do presidente Júlio Garcia (PSD) o pedido de R$ 150 mil para aquisição de um veículo para ser usado pela Assistência Social. Bem como solicitamos à deputada federal Carnem Zanoto (Cidadania), a pavimentação da Rua Fredolino Heidemann, rua que dá acesso ao novo hospital no Rio Bonito. O projeto está avaliado em R$ 1,4 milhão. Porque ser candidato à Cerbranorte? Celso Onei – As pessoas me encontravam na rua e me perguntavam: “porque você não empresta o teu nome para o cooperativa?” Gostei da ideia e hoje estou vendo as coisas para montar uma chapa. Tenho o mais importante, o apoio do povo. Mas quais nomes que te apoiam? Celso Onei - Não quero citar nomes para não deixar ninguém de fora. Sei que você mandou uma carta solicitando apoio do Progressistas. Qual foi a resposta? Vai pedir apoio para outros partidos? Celso Onei – Eles se reuniram na última quinta-feira e ainda não me deram uma posição oficial, já que o presidente Ronaldo Fornazza não pôde comparecer na reunião e, fiquei sabendo, que o Vânio Uliano também quer. Vou aguardar, mas sou candidato de qualquer forma. Vou mandar uma carta para o MDB, assim como fiz com o Progressitas. Só não faço o mesmo com o PSD, porque o prefeito Beto me pediu para evitar rachar o partido, já que o Roberto Kindermann é candidato na outra chapa. Deixo bem claro. Vou montar uma chapa de qualquer forma, independente, lançarei minha candidatura. Nem que seja a Chapa 3.
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