Em Braço do Norte a técnica é estudada desde 2011 por terapeuta que garante ter ajudado pacientes em vários casos
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SILVIO realizou diversos cursos nos últimos anos[/caption]
A hipnose tem ajudado diversos pacientes a se livrarem de problemas que atrapalham o seu dia a dia, como síndrome do pânico, medos, fobias, ansiedade, pesadelos, depressão ou, até mesmo, causam problemas de saúde, como enxaquecas, fibromialgia. Em Braço do Norte a técnica é estudada desde 2011 pelo terapeuta Silvio Kniess Mates. O que surgiu como alternativa para cura de sua depressão, se tornou uma forma de ajudar os outros.
“Em 2009, comecei a entrar em depressão. Como sempre fui leitor voraz de material, livros, revistas, vídeos sobre autodesenvolvimento, eu havia adquirido a sensibilidade em auto-observação. Concluí que o tipo de trabalho profissional que eu estava desenvolvendo, estavam drenando minhas energias e as coisas começavam a perder significado. Eu estava visivelmente me tornando desanimado, agressivo e rude”. Sílvio recorda que o seu relacionamento com a esposa piorava sem motivos. “Pois ela era alguém sensacional. Ficava cada vez mais evidente que eu tinha que fazer alguma coisa a respeito. Comecei a estudar sobre emoções mais e mais profundamente”. Foi aí que ele decidiu implementar uma mudança profunda em sua vida, na busca de novos desafios e na esperança de que isso fosse satisfatório.
Em 2011 começou a realizar meditação e perceber que a prática estava ampliando seu campo de visão sobre si mesmo e sobre seus medos mais profundos. Ficou claro que havia um problema, um oco, um vazio dentro dele. “Era uma falta de senso de utilidade. Eu não me sentia útil para o mundo. Então desenvolvi um projeto, com várias etapas, para ampliar meus horizontes nesse sentido. Hoje, olhando para trás, está claro que fiz ótimas escolhas, mas na época eu tive muitas dúvidas”, relata Silvio como iniciou os estudos na área de hipnose e auto hipnose.
O trabalho social e a hipnose
Braço do Norte estava passando há anos mergulhada em um elevado índice de suicídio. “Apesar de todo o esforço de ótimos profissionais da saúde e serviços voluntários como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que são como anjos para essa cidade, ainda estava havendo uma média de 14 abandonos da vida física por ano na cidade. Pensei, ‘eu posso ajudar. Eu sei como sair disso, eu mesmo já saí’”, recorda Sílvio como deu início a um novo projeto. “Com dificuldades e com meus próprios recursos financeiros, criei em 2017 uma associação: o Instituto Medittare. Começamos a trabalhar intensamente de forma voluntária”, recorda o terapeuta.
Em 2018, o resultado já era positivo. “Breve, provavelmente, Braço do Norte e região entrarão para o mapa brasileiro das cidades com o menor índice de suicídio”, acredita. “Ao realizar a atividade de presidente e zelador da referida associação, percebi a existência de um fenômeno chamado de transe. Um estado mental no qual pode-se realizar tratamentos emocionais com elevado grau de sucesso”, conta como se interessou em estudar o fenômeno.
“Em minhas leituras anteriores, eu havia estudado hipnose, o que me ajudou a perceber o poder potencializador dessa disciplina de conhecimento sobre as emoções e realizações humanas. Investi em sete cursos de especialização na área e me tornei profissional”, aponta Sílvio, que mantém cada certificado destes cursos em quadrinhos espalhados na Signy Hipnose Clínica, consultório em que atende, localizado em Braço do Norte. “Ofereci serviço voluntário em hipnose por oito meses aos filiados da mencionada associação, com o objetivo de ajudar pessoas e medir os resultados do transe hipnótico na terapia. Amei fazer hipnose, sobretudo porque as respostas positivas ampliavam ainda mais o meu senso de utilidade”, explica.
O fim dos pesadelos e da depressão são relatados pelos pacientes
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PROFESSORA Cirlei Oenning buscou ajuda para a filha[/caption]
A professora Cirlei Oenning tem 47 anos. A moradora de Braço do Norte garante que a filha, Helena, de 8 anos, parou de ter os constantes pesadelos depois de tratada com hipnose. É o que também assegura o advogado aposentado Whith Martins dos Reis, de 57 anos, que tratou-se de uma depressão com Sílvio.
A braçonortense recorda que a filha sofre com pesadelos desde os 4 anos de idade. “Sempre que os sonhos ruins voltavam, procurávamos um tratamento. Ela melhorava um pouco, mas nunca totalmente”, explica Cirlei. Em novembro de 2018 buscamos a ajuda da hipnose. Com apenas uma sessão os pesadelos desapareceram por seis meses. “Porém, este ano, voltaram a acontecer. Procurei novamente o Silvio e começamos um trabalho em que eu também participo da hipnose”, conta Cirlei. O hipnólogo explica que ela se refere a ressonância quântica, que pressupõe a existência de um campo quântico cobrindo todo universo. “Segundo esse princípio, mãe e filha ou filho, estão muito entrelaçados. Por isso a mãe pode utilizar desse fenômeno para processar tratamentos por meio de recursos terapêuticos, através da hipnose”, detalha Silvio. Quando os pesadelos voltaram a aparecer, realizou-se ressonância quântica por meio da mãe, onde a Cirlei conectou-se com os sonhos da filha e participou do processo de ressignificação, dessa forma, pôde-se aprofundar o tratamento com melhores resultados que da primeira vez. “Tratamos sonhos estressantes e pesadelos intensos advindos e adquiridos da tevê e vídeos apavorantes, erroneamente voltados às crianças, o que impedia que a criança dormisse bem. Se o problema não fosse tratado, poderia, eventualmente, se converter em síndrome do pânico, um tipo de desequilíbrio emocional que normalmente começa a surgir na infância.”, comenta Sílvio. “Nesse sentido, vale lembrar aos pais sobre os perigos de alguns materiais inadequados dirigidos às crianças”, alerta.“Quero voltar a fazer mais algumas sessões para poder ajudar ainda mais minha filha”, explica contente, já que os pesadelos da filha vem diminuindo. “Eu mesmo já tive este problema dos 6 aos 12 anos de idade e sei o quanto é ruim. A sorte é que hoje podemos buscar este tipo alternativa de tratamento”, ressalta Cirlei.
Whith Martins dos Reis, mora em Florianópolis. “Eu me sentia deprimido, sem energia, cansado, dormindo muitas horas ao dia o que fazia perder facilmente o sono no meio da noite”, recorda o advogado aposentado. Além da hipnose, Silvio utilizou técnicas de regressão neste caso. “Fiz seis sessões e depois de dois meses e um acompanhamento, me sinto bem mais animado, durmo menos e com mais energia, estou focado em meus projetos pessoais, minha família percebeu a melhora”, comemora o aposentado. Ele pretende ainda fazer mais uma sessão de acompanhamento em setembro.
A quantidade de sessões necessárias para que uma melhora seja sentida não é pré-estabelecida, explica Sílvio Kniess Mates. “Eu diria que se o problema tiver surgido na vida atual, basta uma sessão, mas se estiver em uma ou mais vidas passadas, serão necessárias várias sessões. Tratei fobia de água com uma pessoa, bastou uma sessão, com outra, foram cinco e ainda não terminamos. Esta última, teve como raiz, um afogamento no Antigo Egito, o que a marcou profundamente, atraindo-a a circunstâncias que a levasse à morte por afogamento em quatro vidas passadas. Nós criamos nossa realidade, nossos medos se convertem em eventos”, recorda. “Uma de minhas clientes, de 20 anos de idade, e há oito anos com depressão, precisou de uma única sessão. Outra, com o mesmo problema há 32 anos, precisou de 12 sessões. Há também um caso que eu achei inicialmente que seria simples, um rapaz ‘tinha branco’ quando participava de exames, provas, precisou de oito sessões. Cada caso é um caso”, acrescenta.
O hipnólogo volta a frisar que, normalmente, quando a solução está na vida presente, é mais fácil, mas quando vem de vidas passadas, pode ser mais demorado. “Mas também não é uma regra”, garante. “Outro caso, uma pessoa sentia as pernas queimarem, mas os médicos nada encontravam. Localizei a origem em vidas passadas. Bastou uma sessão para resolver 80% do problema. Ainda não terminamos. Acho que mais uma sessão resolverá”. Silvio lembra que fibromialgia, dentre os casos que tratou, tem sido os mais demorados para atingir resultados minimamente desejados. “Os casos mais difíceis que tenho encontrado nos tratamentos é síndrome do pânico. A pessoa tem tanto medo das coisas que tem até medo de se tratar. E acaba ficando presa em um círculo vicioso, dificílimo de sair”, comenta.