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ESPAÇO EMPRESARIAL

Constelação propõe uma nova forma de solução de conflitos

22/07/2019 10h43 | Atualizada em 22/07/2019 15h58
Problema pessoais, profissionais ou até de saúde, encontram solução depois da aplicação da técnica Uma maquiadora que recuperou a autoestima, saiu de uma depressão que durava dois anos e ainda eliminou 10 quilos em apenas 30 dias. O dinheiro para o financiamento de uma casa, oriundo de um processo que se arrastava há mais de um ano no banco, foi liberado em uma semana. Este são dois exemplos, reais, do que é possível se alcançar através da Constelação Familiar Sistêmica. Um método de solução de conflitos no qual um cliente apresenta, de maneira breve, um problema ao terapeuta que, por sua vez, solicita a representação dessa história por pessoas desconhecidas em uma espécie de dramatização. Durante o encontro, chamado de Constelação em Grupos, a disposição dos voluntários na cena se dá, na maioria das vezes, de forma espontânea, por intuição de quem entra no espaço. A partir das reações desses representantes, do conhecimento das chamadas “lei do amor” e da conexão com o sistema familiar do cliente, o facilitador conduz até uma imagem de solução. Nesse cenário, todos os “atores” têm um lugar e se sentem bem dentro do sistema familiar. A facilitadora Sabrina Aguiar Martins, formada em Constelações Familiares Segundo Bert Hellinger e Psicogenealogia, é uma das profissionais que aplica a novidade em Braço do Norte desde o março deste ano, quando abriu o espaço Constelações Sistêmicas Beija Flor. Thaise Demétrio tem 30 anos e foi uma das primeiras a ser constelada pela profissional. Maquiadora, moradora do Bairro Travessão, constatou, há pouco mais de dois anos que estava com depressão. Enquanto realizava o tratamento com profissionais da área da saúde e tomava uma série de medicamentos, assistiu na internet o depoimento de algumas pessoas que diziam ter se curado após a realização da Constelação. Para sua tristeza, não encontrou na região nenhum terapeuta habilitado para realizar o trabalho. “O mais próximo que achei, foi em Florianópolis e o valor da consulta era fora das minhas condições”. Recorda que quando soube que o trabalho estava sendo realizado em Braço do Norte, procurou o atendimento. “Eu tinha muita coisa para constelar: prosperidade, família, filhos... mas, então, escolhi o que estava buscando mudar e não entendia como ter força de vontade. A minha obesidade”, conta Thaise. “Durante a constelação descobri algo que ajudaria a responder minha pergunta”, acrescenta. Na observação, algo que não é dito para ninguém, mas é entendido somente por quem está sendo constelado, Thaise percebeu que desde pequena sofria com um sentimento de culpa. “Tinha que provar que merecia ser amada e que merecia estar ali como filha, amiga e parte de uma relação. Seja ela qual fosse. Quando conquistava algo, sentia que não era merecedora. A culpa me fazia viver por dois e isso em tudo, até na alimentação”, observou durante o processo. “A constelação me deu a chance de espiar e, ali, entender e me colocar no devido lugar. Tudo que me assombrava, sem saber, foi se apagando e se transformando. Só tenho a agradecer”, diz a maquiadora que, com o auxílio de nutricionista encontra, agora, forças para continuar uma dieta alimentar saudável e com a orientação de profissionais da saúde, já eliminou boa parte dos medicamentos de combate a depressão. “Acho que a constelação pode ajudar, em muito, o trabalho dos psicólogos, por exemplo. No meu caso acelerou a busca de respostas e autoconhecimento. O mesmo para o meu emagrecimento. Já comecei diversas dietas e abandonei”. Thaise, que não revela seu peso, diz que quer emagrecer, não por vaidade, pois beleza não se mede pelo peso da pessoa, mas por questão de saúde. Já se operou de artrose e sabe que uma boa alimentação é essencial para a qualidade de vida. [the_ad id="5540"] A consteladora Sabrina lembra que a abordagem não substitui, mas pode potencializar o efeito de uma psicoterapia convencional, principalmente em conflitos que se prolongam por anos. “Nós trazemos todos os traumas, as histórias e os acontecimentos marcantes de nossa família de origem. E isso pode vir de várias gerações. Nesse campo morfogenético que se mostra na constelação, os representantes percebem, através de sensações, as informações daquilo que acontece no contexto de dificuldade da pessoa. Esse movimento bem simples, suave e silencioso mostra algo que até então estava escondido. Ela vê e sente na alma como se mostra a solução”, diz a facilitadora. “Na minha família só os homens construíam” Maria Aparecida Vitorassi da Rosa, a “Cida”, de 52 anos, cuidadora, moradora de Braço do Norte, ficou sabendo da Constelação pelos filhos. Foi atrás de informações e viu que fazia sentido o que era proposto no trabalho e constelou. “Eu vinha há mais de um ano buscando liberar um financiamento no banco para construir minha casa. Mas, alguma coisa travava. Não deixava sair do papel”, relata seu problema. “Durante a constelação uma coisa que nunca passou pela minha cabeça ficou clara. Por lealdade familiar eu não conseguia construir. Do histórico da minha família, por parte da minha mãe, nenhuma mulher construía nada. Elas eram dependentes dos maridos”, a imagem ficou clara na sessão. Cida tinha que pedir permissão para os seus antepassados. “Eu podia fazer por mim, desde que eles me permitam”. Incrivelmente, uma semana após a Constelação, o financiamento para a construção da casa foi liberado. “As dores e os sabores que vivemos fazem parte do nosso ‘sistema familiar’. A Constelação me fez ver que em minha ancestralidade a tradição de nossa família era a mulher ser submissa ao homem. São informações que os descendentes acessam, mesmo sem saber. Hoje, faz todo o sentido pra mim o que acontecia”, acrescenta a cuidadora. Sabrina lembra que apesar do nome induzir a essa interpretação, não há misticismo ou religião nas Constelações Sistêmicas. São métodos baseados na fenomenologia, que é a reflexão sobre um fenômeno que se mostra na relação estabelecida com as outras pessoas e o mundo. O processo acontece com todos os participantes lúcidos e que a carga emocional levantada é incapaz de gerar novos traumas. “Comecei sentindo um chamado. Comecei a sonhar que estava constelando e fui estudar. Me aprofundar e busquei uma formação. Pra minha surpresa ainda descobri que a minha professora, que me deu a formação, é prima de minha avó. Isso está na minha árvore genealógica”, relata a terapeuta como iniciou o trabalho. A facilitadora faz questão de frisar que a Constelação é uma facilitação no processo da busca de cada um. “Não faço mágica. Os resultados vem de acordo com o que cada um dá conta de colocar no coração”. A sessão de Constelação Sistêmica familiar custa cerca de R$ 200 e R$ 20 para apenas participar como representante. A constelação Criada em 1980 pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, a técnica da Constelação Familiar consiste em uma nova abordagem da Psicoterapia Sistêmica Fenomenológica. Permite a reconstrução da árvore genealógica de uma pessoa que possui um problema a partir de um desenho vivo, energético e sensorial. A ideia é que sejam visualizados e, posteriormente, dissolvidos antigos padrões (como conflitos e até mesmo doenças) que se repetem e impedem o livre fluxo de amor entre os membros de um sistema familiar. A solução torna-se possível quando a ordem básica sistêmica é restabelecida, os familiares excluídos voltam a ser respeitados e a herança familiar é aceita. As Leis do Amor Hellinger descobriu alguns pontos esclarecedores sobre a dinâmica da sensação de “consciência leve” e “consciência pesada”, e propôs uma “consciência de clã”, que se norteia por “ordens” arcaicas simples, que ele denominou de “ordens do amor”. O filósofo também demonstrou a forma como essa consciência enreda inconscientemente uma pessoa na repetição do destino de outros membros do grupo familiar. Essas ordens do amor referem-se a três princípios norteadores: 1 - Pertencimento: a necessidade de pertencer ao grupo ou clã; 2 - Equilíbrio: a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos relacionamentos; 3 - Hierarquia: necessidade de hierarquia dentro do grupo ou clã. Para Hellinger, as ordens do amor são forças dinâmicas e articuladas que atuam em famílias ou relacionamentos íntimos. A desordem dessas formas é percebida sob a forma de sofrimento e doença. O fluxo harmonioso, por sua vez, aparece como uma sensação de bem-estar no mundo.  
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