Por vezes, as histórias da ficção transcendem as telas a ponto de transformar completamente histórias da vida real. Foi o que aconteceu com Roni Peterson, de 46 anos, morador de Criciúma. O artista plástico, que se tornou conhecido por ser o Jack Sparrow do Brasil, começou a interpretar o capitão do navio Pérola Negra e principal protagonista da saga Piratas do Caribe em 2004, um ano após o lançamento do primeiro filme.
     Sua atuação, entretanto, não se limita a imitar um personagem, mas a personificar a essência e se atentar a todos os mínimos detalhes. Antes de embarcar nesta aventura, ele já estava imerso no mundo marítimo por meio da sua arte. Como artista plástico, uma de suas criações eram réplicas de barcos piratas, por pura coincidência, tendo em vista sua paixão pelo tema. Além das esculturas, quando o novo ofício surgiu em sua vida, ele se dedicava à pintura em tela e à confecção de peças decorativas. 
     A preparação para se tornar o sósia de Jack Sparrow, vivida no cinema pelo ator Johnny Depp, exigiu grande dedicação. Durante um ano, ele mergulhou em pesquisas sobre o personagem, estudando seus trejeitos e maneirismos únicos. Apesar disso, a principal dificuldade na qual esbarrou era outra. “O mais desafiador para mim foi a construção do figurino e acessórios autênticos e fieis ao filme. No Brasil, não encontrei nada para comprar. Por isso, tenho muito orgulho de ser pioneiro no País a ter construído tudo o que eu uso do zero. Depois de algum tempo, amigos que fiz em eventos Cosplay e conhecidos meus começaram a me procurar para comprar”, revela Roni.
     Após tanta dedicação, o amor pelo que faz deu resultado. Além de ser contratado para diversos eventos, ele também participou de competições de Cosplay e venceu a maior parte, sendo inclusive tricampeão do Animextreme, realizado na Região da Grande Porto Alegre. Entretanto, mais importante que os títulos, era a validação do seu trabalho. “O que mais valorizo é o reconhecimento dos jurados ao meu esforço. Se eles decidiram me dar a vitória, foi por mérito aos trejeitos, interpretação e ao figurino”, ressalta. 
     Para o personagem Capitão Jack Sparrow, o artista produz, em média, 15 peças diferentes, entre figurino e acessórios. Além do uso próprio, possui clientes Brasil afora e, entre os pedidos mais populares, estão a bússola, o chapéu, a pistola e a espada, que são vendidos tanto aos fãs da saga quanto a outros profissionais. Acredita já ter ajudado a produzir mais de 40 “Jaks” até hoje. Tal trabalho pode ser acompanhado pelo perfil @pirataronisparrow2022 no Instagram.

Uma trajetória vivenciada com amor e propósito
    Para além das características físicas, há similaridades também na essência. “Desde criança, na escola, eu sempre gostei de fazer as pessoas rirem e de fazer novas amizades. Sempre busquei ser alegre e divertido. Às vezes, um pouco atrapalhado. Então, me identifico nessas circunstâncias, apesar de o Jack não ter muitos amigos”, conta.
    No passado, jamais imaginaria os rumos que sua trajetória tomaria, mas Roni acredita que já estava predestinado. “A principal lição dessa maravilhosa experiência que Deus me escolheu pra trabalhar é que, se está escrito, vai acontecer. Tenho certeza disso. Acredito muito que cada um de nós tem uma história para viver, um legado para ser deixado e relembrado. Por mais que nós façamos planos para o futuro, nunca devemos deixar de pedir que Ele realize o que deseja para nossas vidas”, reflete.

Amparo nos momentos mais difíceis
    Uma das experiências mais marcantes na carreira de Roni está ligada ao avô, que o incentivou a seguir sua paixão mesmo nos episódios mais difíceis. “Eu e minha família passamos por um momento bem delicado com meu avô. Aos 80 anos, ´Seu Lino´ teve câncer e nós cuidamos dele com muito amor durante um bom tempo. Em uma sexta-feira, me despedi dele para ir até Porto Alegre para trabalhar em um aniversário de 15 anos e ele me falou: ‘vai lá, meu neto, capricha no que você ama fazer e, quando voltar, conta as novidades para o vô, tá? Te amo’”.
     Ele estava prestes a entrar no evento quando recebeu a notícia do falecimento. Roni sentiu-se tentado a desistir, mas as palavras de encorajamento vieram à mente, inspirando-o a continuar. “Fiquei sem chão, mas lembrei das palavras dele, enxuguei as lágrimas e entrei na festa, dedicando meu trabalho a ele. Não me arrependo, pois foi a noite que mais ganhei abraços e sorrisos aleatórios. Foi muito especial e marcante pra mim”, relata. 

Presença confirmada no Top de Mídia
     Em 2024, o Top de Mídia, que tem como tema a Noite do Oscar, contará com sete eventos que já estão agendados. A primeira grande celebração será no dia 15 de março e, entre as atrações confirmadas, está o Capitão Jack Sparrow do Brasil. Além dele, o “Stallone do Brasil da SABB” passará pelo tapete vermelho do Restaurante Jeff Grill, anexo ao Clube Cruzeiro. Outras surpresas estão sendo programadas. Para conferir a relação de cidades participantes, acesse topdemidia.com.br. É possível também participar do jantar adquirindo os ingressos no site oficial da premiação.