Pesquisa do Observatório Nacional da Indústria traça panorama para 2026-2035, destacando ocupações, tecnologias emergentes e a necessidade de habilidades adaptativas
Um novo estudo do Observatório Nacional da Indústria (ONI), ligado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), oferece uma visão prospectiva inédita para a formação profissional no Brasil, com ênfase no setor industrial. A pesquisa aponta 16 ocupações que devem ganhar relevância entre 2026 e 2035, além de identificar 34 tendências tecnológicas e organizacionais que deverão transformar profundamente o ambiente industrial.
Entre as ocupações de nível técnico mais destacadas estão técnico em microrredes e energias renováveis, técnico em cibersegurança industrial, técnico em manufatura aditiva (impressão 3D) e técnico em manutenção preditiva. Do lado superior, sobressaem funções como gerente de inovação aberta e colaborativa, cientista de dados industrial e especialista em gêmeos digitais e modelagem virtual.
O estudo também destaca que ocupações operacionais e repetitivas tendem a perder espaço. De acordo com o superintendente do ONI, Márcio Guerra, para manter empregabilidade e relevância, os profissionais precisarão desenvolver continuamente habilidades como fluência digital, análise de dados e resolução de problemas complexos. Essas habilidades, combinadas com competências socioemocionais, formarão o novo perfil demandado pela indústria.
Tecnologias emergentes ‒ inteligência artificial, Internet Industrial das Coisas (IIoT), gêmeos digitais, blockchain, manufatura aditiva e realidade aumentada ‒ aparecem como motores dessa transformação, redefinindo modelos de negócio, processos produtivos e relações de trabalho. Ao lado delas, práticas organizacionais como metodologias ágeis, economia circular e governança algorítmica despontam como tendências essenciais para a competitividade.
O estudo do ONI projeta que, em cinco anos, importantes frações das indústrias brasileiras demandarão técnicos em cibersegurança industrial e em manufatura aditiva. Já a adoção mais ampla de métodos inovadores de gestão e práticas sustentáveis vai exigir adaptação não apenas da formação técnica, mas de todo o sistema educacional, políticas públicas e de capacitação profissional. Quem se qualificar para esse futuro deverá aliar saberes técnicos sólidos com habilidades analíticas, colaboração, adaptabilidade e domínio das tecnologias emergentes.
Para quem está se preparando para o mercado de trabalho, a mensagem é clara: o futuro reserva oportunidades para os que investirem em formação contínua, em novos cursos, em especializações técnicas e superiores, e em desenvolvimento de competências que vão além do conhecimento técnico tradicional. O Brasil industrial caminha para uma era em que inovação, adaptabilidade e integração tecnológica serão determinantes para o sucesso das empresas e para o exercício profissional.