Vereador Israel de Souza (MDB) diz que está sendo sondado pelo partido para concorrer a prefeito e à Cerbranorte
O vereador Israel de Souza (MDB), mais votado na história do Legislativo de Braço do Norte, com 1.211 votos, é o entrevistado do Café da Folha desta semana. O edil, saboreando o café oferecido pela Panificado Nack, falou sobre diversos assuntos, entre eles, a sua possível candidatura à Prefeitura e à Cerbranorte (Cooperativa de Eletricidade de Braço do Norte). O vereador ainda falou sobre seu relacionamento com o prefeito Beto Marcelino (PSD) e sobre a última eleição estadual, quando foi convidado a ser candidato a deputado pelo PSL.
Radialista há 23 anos, Israel trocou de emissora no final de julho. Depois de cinco anos na Hiperativa FM, voltou a atuar na ACB FM, rádio comunitária de Braço do Norte. Confira como foi este bate-papo.
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ISRAEL garante que também foi convidado para disputar a Cerbranorte[/caption]
Por que você mudou de estação de rádio?
Israel de Souza - Na ACB eu tenho mais liberdade. Na Hiperativa eu não podia fazer a parte social, como campanhas de arrecadação de remédio, cirurgia... Respeito a política da empresa, e do Elídio Uliano, dono da rádio. É a opção da emissora, não realizar este tipo de ação. Como na Hiperativa eu também não podia expor abertamente as minhas ideias, aceitei o convite do Alcir Silva e decidi voltar para a Comunitária. Outra vantagem foi a unidade móvel nas ruas. Somos a única emissora que tem este repórter ao vivo, pelas manhãs, ouvindo os reclames da comunidade, o que tem dado um dinamismo fantástico ao nosso programa. Estou muito feliz e satisfeito com a aceitação.
Apesar de ser o líder da bancada da oposição na Câmara de vereadores, você tem votado a favor de, praticamente, todos projetos que vem do Executivo. Você está alinhado com a Administração?
Israel - Não. Ser vereador de oposição não significa ser contra os projetos enviados pelo Executivo, mas sim, analisar e votar o que é bom para o município. Por exemplo, no caso do financiamento de R$ 15 milhões da Caixa Econômica, aprovado por unanimidade nos últimos dias. Contemplará quase 40 ruas que serão pavimentadas e não irá onerar os cofres. Serão 20 anos para pagar em prestações que não pesarão nos cofres do município. O custo-benefício para a população é infinitamente maior. Começando pela qualidade de vida, acabando com a poeira, problemas respiratórios e o embelezamento e valorização dos imóveis da cidade. O vereador tem que pensar no macro. Ainda sobre o relacionamento com o Beto, tenho um bom diálogo com ele. Entendo a minha posição como vereador de oposição, mas o diálogo existe para chegarmos a um entendimento do que é bom para o município.
Você pode sair de candidato prefeito?
Israel - Há possibilidade. Foram feitas algumas pesquisas, inclusive pelo próprio prefeito Beto e pela antiga administração da Cooperativa. Tive acesso a todas elas e sou o nome mais lembrado na oposição. O outro candidato do nosso partido, o ex-prefeito Ademir Matos, que deseja voltar a comandar a cidade, tem menos voto que eu nestas pesquisas. Eu não posso impor a candidatura, porém se for entendimento do partido me coloco à disposição. Não tenho esta vaidade de querer ser prefeito a todo custo. Porém, para ser candidato, tudo depende do momento e o cenário que se desenhar. Por exemplo, há uma grande chance do PSDB estar junto conosco na próxima eleição e até mesmo uma parte do Progressitas, do vice, Ronaldo Fornazza, que está descontente com a atual Administração. Repito, vai depender de muitos fatores.
Como está a sua relação com MDB. Você ameaçou a sair em 2016 caso não tivesse espaço para ser candidato a deputado Estadual?
Israel - Não foi uma ameaça. Eu fui convidado a sair do partido e anunciei que estava estudando a possibilidade de ir para o antigo PR (hoje PL) ou para o PSL. Se eu tivesse realmente optado em ir para o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, possivelmente teria sido eleito. Um exemplo foi o Felipe Estevão, de Laguna. Praticamente desconhecido, foi eleito pela nossa região com 48 mil votos. A proposta do PSL seria o Felipe sair para Federal e eu, para deputado Estadual. Como aconteceu em Criciúma com o deputado Jessé Lopes e Daniel Freitas para federal, ambos eleitos. O Lucas Esmeraldino, presidente do partido, esteve umas quatro vezes em Braço do Norte falando comigo. Na oportunidade não aceitei porque não tinha certeza do projeto e, eu poderia perder o mandato de vereador, já que existe a lei da fidelidade partidária, que garante a vaga ao partido, não ao edil.
Você tem ganho destaque na Câmara de Vereadores pelo grande número de indicações e projetos. Quais foram, na sua avaliação, seus principais trabalhos no Legislativo?
Israel - Já coloquei na Câmara mais de 300 proposições, além de conquistar vários recursos ao município: para a saúde, hospital, pavimentações de ruas e aquisição de equipamentos para a Prefeitura. Uma das bandeiras que eu levantei, foi a volta do pré-escolar para o Rio Bonito, hoje uma realidade, a ampliação da colônia de férias que antes ficava apenas uma creche aberta, hoje são três. A questão do Alvará, uma indicação que fiz no começo deste ano e acatada pela Prefeitura. Em todos estes casos o prefeito Beto foi sensível aos nossos pedidos vindos pelo Legislativo. Estas ações me tornaram o vereador mais lembrado nos anos da pesquisa do Top de Mídia, e sinto que tenho este carinho do eleitor.
Fale um pouco da Lei do Táxi, de sua autoria.
Israel – Bem lembrado. Esta lei que teve a nossa autoria regulamenta a atividade. Não existia uma lei que penalizasse o taxista irregular, aquele que colocava mais de um carro, por exemplo, tendo apenas uma autorização, ou mesmo aquele que praticava transporte remunerado de forma irregular. Desde a sansão da lei pelo prefeito, o taxista que for pego irregularmente pode até perder o ponto, além de levar uma multa, que é bem pesada.
Você considera que a redução do recesso, uma de suas principais bandeiras, foi uma batalha perdida?
Israel – Claro que não. Primeiramente tivemos uma vitória em 2017, quando consegui reduzir em quinze dias o recesso do começo do ano. Eram de 60 dias e diminuímos para 45. Este ano, novamente, busquei extinguir o recesso de julho. Infelizmente, a maioria optou em manter os 30 dias sem sessões ordinárias. Por outro lado, vi o meu projeto da Câmara Cidadã ganhar fôlego.
Câmara Cidadã?
Israel – Este projeto de levar as reuniões para as comunidades, foi uma ideia minha aprovada em 2017. Já em 2018, a presidente Soraya Michels levou para o Avistioso, Rio Bonito, União e Pinheiral as sessões itinerantes. Este ano, de certa forma, fizerem o mesmo, durante o recesso. Atendendo um convite do presidente, estivemos em Travessão, Floresta e São José. A Câmara Cidadã pretende bem isso, aproximar o Legislativo da Comunidade. Não vamos lá no bairro vender ilusão, vamos aproximar a Câmara da comunidade.
Surgiu um comentário na cidade que você estaria pretendendo concorrer a Cooperativa. É verdade?
Israel – Deixa eu te mostrar uma coisa (neste momento o vereador pega o celular e mostra uma pesquisa para Cerbranorte). Eu nunca falei abertamente que serei ou seria candidato. Mas, tenho em mãos uma pesquisa que mostra que estou bem posicionado, aliás, em primeiro lugar como mais lembrado para a disputa da Geradora, em uma pesquisa estimulada em que aparecem ainda os nomes que já estavam inscritos para disputar a vaga. Para a Distribuidora, estou tecnicamente empatado com o segundo lugar, a poucos pontos do primeiro, o que também me surpreendeu. Deixo bem claro que há possibilidades de eu disputar a cooperativa, desde que seja um projeto bom para os associados.
Você apoiou e Nelo e o Toninho. Isso significa que você pode ser o candidato da chapa 1?
Israel - Não. Na verdade existem várias possibilidades. O ex-vereador Luzimar Torres, o “Alemão do Fórum”, que estava na relação da chapa 1 para a diretoria da Geradora, já anunciou que é pré-candidato, sem, especificamente, ser o candidato da antiga chapa. Ele, inclusive me convidou para compor a chapa ao seu lado. E estamos analisando. Como não há nem a certeza da eleição, também não vou dar certeza, hoje, que serei ou não candidato.