A entrevistada do Café da Folha desta semana, patrocinado pela Panificadora Nack, é a professora de dança Carla Tenfen, 31 anos, a “Cacá” ou “Carlinha”, como é conhecida pelas crianças e adolescentes que participam do seu estúdio, O Incessarte Dança e Movimento de São Ludgero. Carla teve seus primeiros passos no mundo da dança ainda quando criança e, a partir de então, soube o que queria para seu futuro. Licenciada e bacharelada em Educação Física, especialista em Dança e pós-graduanda em Neurociências e Comportamento pela PUC (RS), realiza desde 2014 um dos maiores eventos de dança da região. “O espetáculo tem o objetivo encantar a plateia com histórias que envolvam muita dança e teatro, e uma forma mais doce de ver a vida, renovando nossos sonhos e fantasias”, como ela mesma se refere ao seu evento.
A cada ano, o espetáculo aborda temáticas diferentes. Sem fins lucrativos, tem o objetivo de promover a cultura e proporcionar momentos inesquecíveis ao público. Este ano a apresentação leva o nome “Descobrindo Nárnia” e acontecerá sábado, 14 de setembro, às 19 horas no Ginásio de Esportes Lino Philippi.
https://youtu.be/e_nn-F8bxYU
Quem é Carla Tenfen?
Carla – Carla é uma professora, que após muito empenho e dedicação se tornou diretora artística do Incessarte Dança e Movimento. Antes de ser uma profissional sou um ser humano em constante evolução, e é por conta disso busco estar sempre conectado com o Alto. Sou Alguém que acredita que não se precisa apagar a Luz de ninguém para que a sua brilhe, sou alguém que corre atrás dos sonhos, e alguém que acredita na providência divina.
Como a dança surgiu em sua vida?
Carla - A dança sempre esteve, no meu dia a dia. Quando eu era criança eu já sabia o que queria ser quando crescer. Então, é algo que está dentro de mim. Ninguém colocou esse amor pela arte. Aos poucos, os profissionais que passaram e passam pela minha formação, foram despertando mais e mais este desejo existente.
E a ideia de realizar um espetáculo de dança em uma cidade pequena. Com o surgiu, já que é algo só visto em grandes centros?
Carla – Primeiramente surgiu para oportunizar, tanto as pessoas que participam quanto o público que assiste, sendo assim, toda a nossa região tem acesso a um evento de qualidade que valoriza a arte. Criamos assim, em 2014, “O Outro Lado de Alice”. Quando encerrei o espetáculo comecei a perceber que tinha algo a mais por trás de tudo isso. Algo que eu não estava entendendo, ainda. Então comecei a me espiritualizar e percebi que cada tema buscava uma evolução intrínseca e extrínseca (interna e externa) de quem participa do evento. Seja na organização, na apresentação ou mesmo assistindo. Assim, a cada espetáculo a gente tem uma missão a ser cumprida, após cumprir com êxito vamos para o próximo. Que missão é essa? É um mistério que cada um responde para si mesmo.
Você fala muito em espiritualidade. Como traz ela para este seu trabalho?
Carla - Compreendendo que os alunos não são somente o corpo físico. Mas também o corpo mental e espiritual. Sendo assim, conseguimos, através da arte, buscar a evolução de cada ser dançante.
Fale um pouco do que esperar de “Descobrindo Nárnia”?
Carla - As Crônicas de Nárnia, escrita pelo autor irlandês C. S. Lewis, é a obra mais conhecida de Lewis, sendo a série considerada um clássico da literatura, tendo vendido mais de 120 milhões de cópias mundialmente, figurando como uma das obras literárias mais bem sucedidas e conhecidas de todos os tempos, traduzida em 41 idiomas. O Descobrindo Nárnia terá duração de 120 minutos de pura emoção e apresentará as aventuras do ficcional Reino de Nárnia, um lugar onde a magia é corriqueira, os animais falam, e ocorrem batalhas entre o bem e o mal. Com isso o público terá a oportunidade de vivenciar, por meio das cenas e das danças as emoções dos personagens, as dúvidas e os dilemas. E os adultos também podem rever determinados conceitos e resgatar valores como altruísmo, heroísmo, amor, amizade, enfim, tudo o que é realmente verdadeiro.
Como é definido o tema de cada espetáculo e quantos integrantes fazem parte do elenco e equipe técnica?
Carla - Os temas são definidos através de sonhos e intuições vindas do Alto. Este ano o espetáculo terá 80 envolvidos na parte técnica e 230 integrantes do elenco. Entre eles bailarinas, dançarinos atores, atrizes e praticantes de pilates.
Você busca integrar todas as modalidades de seu estúdio?
Carla - Sim, a dança e o teatro tem a minha supervisão, já o pilates, é comandado pela professora Beatriz Zapelini Tenfen. Este é o primeiro ano que a modalidade de pilates vai fazer uma apresentação, Não posso contar os detalhes, porém, garanto que será uma noite inesquecível.
Você já pensa no espetáculo de 2020?
Carla - Sim, inclusive esta é a pergunta que mais se escuta pelos corredores, porém, nós só podemos iniciar um novo ciclo encerrando este.
Como você viabiliza estes espetáculos?
Carla - O evento, ao contrário do que muitos pensam, não visa lucratividade, ou seja, ele é sem fins lucrativos. Contamos com o apoio do setor público através da Prefeitura de São Ludgero e de empresas parceiras que acreditam na coerência de nossas ações, o nosso muito obrigada desde já. Como o evento tem um custo alto, consigo pagar os demais gastos com o valor dos ingressos, que por ventura sempre têm um valor bem acessível (R$ 20,00 segundo lote)
. Importante ressaltar que o espetáculo só acontece e se torna real, devido ao apoio de várias pessoas: pais, alunos, colaboradores equipe técnica e todas as pessoas que de alguma forma colaboram para que o evento aconteça. Pois, de nada adianta idealizar, sem ter pessoas ao redor que acreditam nos benefícios que a dança, a arte e o teatro proporcionam à comunidade.
Você nunca pensou em abrir filial em outras cidades, ou ir morar em local que pudesse dar maior visibilidade ao seu trabalho?
Carla - Várias pessoas já sugeriram e pediram uma filial em cidades da região. Porém, a princípio, não tenho interesse, já que São Ludgero fica no centro de uma região, vários alunos de cidades vizinhas fazem parte da nossa família, e as portas estão e estarão sempre abertas para receber cada pessoa que queria vivenciar momentos leves e felizes. E levar o espetáculo para outras cidades é o projeto que está na cabeça e na gaveta.