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“Fui traído pelo Ademir Steiner”

21/02/2020 14h21 | Atualizada em 21/02/2020 15h07
Vice-presidente da Cergapa, Vilibaldo Michels, disse que não tinha conhecimento do acordo para o Kio ser candidato   O vice-presidente da Cooperativa de Eletricidade de Grão-Pará, Vilibaldo Michels, o “Vili”, 60 anos, garante que não tinha conhecimento de um acordo, firmado em 2016, por membros MDB com o atual presidente da Cergapa, Ademir Steiner, que garantiria a indicação à presidência de Evaldo de Oliveira, o “Kio”. “Fiquei magoado quando descobri, há alguns meses, que o presidente Ademir nunca considerou o fato de eu poder ser seu sucessor”, diz Vili, que se considera traído. Saboreando o Café da Folha oferecido pela Panificadora Nack, Vili e seu vice, o jovem Hiury Ghisoni de Souza, 25 anos, falaram das propostas caso sejam eleitos e apresentaram seu plano de governo à Cergapa. Vili e Hiury concorrem pela Chapa 1, “Experiência e Renovação – a melhor energia é a nossa gente”, com um detalhe importante: dos 17 membros que compõe a chapa, a maioria faz parte da atual diretoria que administra a Cooperativa.   Quem é Vilibaldo? Vili – Nasci e vivo até hoje em Rio Cachoeirinhas. Participo ativamente dos eventos em todo o município. Mesmo quando não estava na cooperativa, incentivava as ações esportivas e das comunidades. Acho que sou uma das pessoas que mais ajuda as festas locais. Não só pela cooperativa, mas como pessoa física mesmo. Há 20 anos também estou na diretoria do Sindicato do Rural de Braço do Norte, que abrange Grão-Pará e São Ludgero. E você, Hiury. Mesmo sendo jovem já escreve um capítulo na história de Grão-Pará? Hiury Meu pai, o ‘Bruno da Madeireira’ e a minha mãe, Rosimari, sempre me ensinaram a ser humilde, nunca faltar com a educação, cumprimentar todo mundo e ajudar o próximo. E, se não puder ajudar, não atrapalhar. Cobrava-me muito e pensava de que forma poderia ajudar o município. Há cerca de três meses, recebi o convite do Vili para integrar uma chapa para a nova diretoria que começava a ser composta. Porém, há algumas semanas, Vili perguntou se eu não aceitaria ser o vice. Conversei com meus parentes mais próximos e, conhecendo o Vili, uma pessoa honesta e trabalhadora, que não faz as coisas por interesse, decidi aceitar. Principalmente pelo fato desta chapa não ter política envolvida. Fale um pouquinho mais sobre o teu trabalho? Hiury – Cresci e me criei na madeireira. Com 12 anos já dirigia trator. Sempre estive nas festas das comunidades com meu pai. Sempre que ele ia, eu estava junto. Na adolescência, ganhei meu primeiro cavalo e passei a participar de rodeios e cavalgadas. Esporte, que eu amo, por reunir as famílias. Em 2013 fui patrão do CTG Estância do Vale de Braço do Norte. Um ano antes iniciei a faculdade de Direito, me formando em 2017. Em julho de 2018, comecei a atuar como advogado. Ainda em 2015, nossa família inaugurou a Villa Sertaneja, uma casa de festas, onde realizamos eventos em geral e sede o espaço para ações do próprio município e da região, como o encontro anual das Apaes. Tenho muito orgulho de ser pai de duas meninas, que são meus maiores tesouros. Vili, há quantos anos você está na Cergapa. Como era o seu relacionamento com o presidente Ademir neste período? Você tinha voz na diretoria, podia implementar sua forma de administrar quando assumia interinamente? Vili - Por onze anos fui vice-presidente. No primeiro mandato, de três anos, não assumi nenhum dia como presidente. Nos outros dois mandatos, estive na presidência por vários períodos, inclusive em 2019, durante o tratamento de saúde do presidente, por aproximadamente sete meses. Sempre com o apoio da diretoria, consegui fazer o que pretendia. Por exemplo: um banheiro para os funcionários que chegavam sujos ou suados do interior. Agora eles contam com um espaço próprio para se trocar, tomar um banho e, até mesmo, aproveitar a cozinha para preparar um lanche. Também na minha presidência começamos a construir um galpão, que funciona como garagem que abriga parte da frota, com 200 metros quadrados. Como está a sua relação hoje com o presidente da Cergapa? Vili - A gente sempre teve uma relação muito boa. Nunca tivemos desavença por qualquer motivo. Porém, quando descobri que algumas pessoas fizeram um acordo, há quatro anos, sem meu conhecimento, no qual decidiram que eu estaria fora da disputa da presidência, me senti traído. O que aconteceu? Vili - Na época da eleição passada, Ademir se reuniu com alguns membros do MDB e prometeu a eles que apoiaria o Kio para presidente da Cergapa na eleição seguinte, garantindo que não seria mais candidato. Eu não sabia disso. No final do ano passado, até aceitei ser vice do Kio em uma possível dobradinha, caso meu nome estivesse pior nas pesquisas. Foi quando descobri que havia um acordo tramado com o Ademir. Não aceitei a traição e, com o apoio de mais oito membros da atual diretoria, lançamos nossa chapa. Ademir, que sempre declarou que não seria mais candidato, passou a apoiar o Kio, e colocou a sua esposa, Mariléia, como vice. Há rumores de que você teria mudado o estatuto, no período que foi presidente interino, para favorecer sua candidatura. É verdade isso? Vili – Claro que não. O estatuto só adequou algumas situações que foram promessas de campanha do Ademir e minha, há oito anos, porque havia uma falha que garantia o direito ao voto a sócios que não estavam tendo consumo de energia. A mudança também garantiu que a cooperativa esteja sempre em boas mãos. Para ser candidato, agora, o associado deve ter, no mínimo, um ano de consumo. Antes, nenhum dos integrantes da diretoria poderia se reeleger duas vezes consecutivas no mesmo cargo. Hoje, apenas o presidente não pode se reeleger mais que duas vezes consecutivamente. Porém, pode fazer parte somente do Conselho Fiscal. O Ademir, mesmo em tratamento, não faltou nenhuma reunião que tratou da mudança do estatuto. Como está a questão política na chapa de vocês. Vili, você é filiado ao MDB, não é? Vili – Sou filiado, mas nunca fui político. Procuramos fazer a chapa da cooperativa sem envolver ninguém que exerça cargo político, diferente das outras duas. Elas aglomeraram partidos para ganhar a cooperativa, não pensando na Cergapa, mas no seu grupo. Tradicionalmente disputado por duas alas, hoje o MDB, junto com o PSDB e parte do PP de um lado, na chapa 2, e PSD, com o PP e parte do MDB na outra, a chapa 3. Uma salada de políticos. Para dar um exemplo, o Hiury nem partido tem. Quem quiser fazer política, que se prepare para a eleição de outubro. Cooperativa não é lugar de político. O que propõe para os próximos quatro anos? Hiury - Montamos uma espécie de plano de governo, pensando tão somente no melhor para a cooperativa, associado e todo o município. Vili – A meta principal é fornecer energia de qualidade. Para isso, vamos adquirir um financiamento de R$ 7 milhões e construir uma subestação para garantir energia para os próximos 40 anos para Grão-Pará. Já estive em Florianópolis e, nos dois contatos que tive governador Carlos Moisés, ele se comprometeu em priorizar os R$ 11 milhões necessários para a rede de transmissão entre a subestação do KM 2 e a nossa, que será construída no Rio Pequeno, em um terreno que já possuímos. Além disso, vamos criar o Cartão de Benefícios Cergapa. Ele dará direito a descontos direto nos médicos, laboratórios e hospitais, desafogando o sistema municipal de saúde. Sabemos que sempre falta recursos para esta área no município. Hiury - Queremos também incentivar o esporte, sem esquecer das tradicionais festas das comunidades e os eventos que já marcam tradicionalmente o calendário de nosso município. Vamos incentivar a volta da prática esportiva de diversas modalidades na cidade, que nos últimos anos ficou abandonada. Foi deixado de lado, e as crianças e jovens estão com poucas opções. Vamos fortalecer as parcerias com a CDL, Hospital Santa Teresinha, Corpo de Bombeiros e Apae, ampliando as contribuições. Queremos ampliar o apoio ao universitário. Hoje se paga R$ 35 por aluno para o transporte. Os universitários são o futuro do município. Temos que apoiar a educação e criar permanente intercâmbio das escolas com a Cergapa. Vili - Queremos ainda estender o trabalho do Núcleo das Mulheres, do qual minha esposa Juliana faz parte. Temos que pensar nas mulheres da cidade que trabalham de funcionário durante o dia. Temos que nos reunir em horário alternativos, não somente no período da tarde, para oportunizar a participação de todas as mulheres. Que mensagem final vocês deixam ao associado? Vili - Nós não somos donos da cooperativa. A Cergapa é uma empresa de todos, sua e de seus filhos. Um patrimônio que pertence a todos grão-paraenses. Por ser uma empresa que você é o proprietário, é a você que devemos o compromisso de administrar com transparência, seriedade, lealdade e focados no crescimento.
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