Estou aqui na frente do computador tentando escrever meu melhor texto. Hoje é terça-feira, dia 14 de março, o dia que Lívia nasceu. Ela é uma menina, mulher amada, querida, inteligente, atenciosa... lembro do dia que você nasceu. Sábado à noite, melhor dia para vir ao mundo. Afinal de contas, todos nós gostamos dos sábados.
E você nasceu nesse dia... E a gente pode se perguntar: filho é tudo igual? Claro que não. Cada filho ou filha tem seu modo. Lívia é daquelas filhas que caem do céu. Hoje quero te homenagear e não deixar pra depois. Não deixe para depois, reserve brechas na agenda a assuma compromissos sérios.
Enquanto escrevo esse texto, a gente não sabe quanto tempo nos resta. Mas estamos refletindo o amor entre um pai e uma filha, sobre as marcas que a vida deixou. Respeito com amor se torna admiração. Preocupação com amor se torna cuidado. Amigos com amor se tornam irmãos. A estrada com amor abre os caminhos. Filhos com amor são dádivas. O dia a dia com amor se torna felicidade. Eu, aqui ao lado da Lívia, lendo esse texto, que se tornaram lembranças. O quanto que a gente consegue deixar de digitais na vida de outras pessoas.
Memórias... quantos fatos sobre. Hoje quero falar sobre o sopro do amor que damos a todas as vidas. Hoje é um dia que vamos transformar os fatos em lembranças. Hoje vamos permitir tocar em afetos e sensibilidade. Um presente é só um objeto, uma música é só uma música, até atribuirmos sentimentos e significados sobre ela. Que esse encontro seja pretexto para boas risadas e recordações. E que antes que a sobremesa chegue, vocês percebam que esse encontro vai valer cada minuto. Não espere que os filhos cresçam para dizer que os ama. Não espere, não deixe nada para depois.
Nesse texto, o sentimento de conexão acontece. Quando uma simples conversa de bar, quando um simples texto, uma mensagem descomplicada, um texto dedicado a alguém, um elogio inesperado, ou um abraço carregado de afeto permanecem além do tempo. Por quê? Se consolidam como memórias. Porque acessa o que a gente tem de mais sagrado e que é eterno dentro da gente. E eu, como teu pai, serei digitais para sempre presentes na tua memória. Por fim, esse é um dia de amor que se torna felicidade.
Robson Kindermann Sombrio
Psicólogo (CRP 12/05587) e autor de vários livros de autoajuda. @robsonkindermannsom