Quem escreve se arrisca. A se expor, a ser aceito, não ser aceito, a ser admirado ou não... Como todas as coisas da vida. Tudo tem um risco. Um namoro pode dar certo, pode dar errado. Tudo com seu tempo e seu momento. Todo dia acontece alguma coisa, todo dia alguém está de aniversário. Viver é sim um risco. Tenho aprendido muito, mas confesso que sou um eterno aprendiz. Gosto de escrever, gosto de estar aqui na frente do computador. Eu espero que quem leia goste também. Ficarei muito feliz se alguém ler e comentar. Mas, se não tiver nenhum retorno, ficarei feliz também. Hoje de manhã, ouvi a frase “a gente tem que ser feliz sozinho”. Concordo e assino embaixo.
Escrevendo sobre nós humanos. É que a gente nasce sem querer, numa família não escolhida (ou cada um escolhe a sua?). Viemos com uma bagagem de genes – lançados no grande mundo. Todos estamos tentando desempenhar melhor o nosso papel. Corremos entre acertos e trapalhadas, dor e alegria, tateando em um nevoeiro de confusões, emoções, razões e desesperos – ou contentamento? Eu acho que nem Deus sabe o que vai ser de nós. Somos atores sem preparos, sem roteiro, sem papel. Dias difíceis nos matam de tristeza, de tédio, de medo, de solidão. No geral, gostamos da vida. A gente vive do jeito que dá, desde que começa a ter consciência (Google não me deu a certeza).
A vida se impõe com deveres, promessas, conselhos, agrados, nem sempre há uma ordem em tudo. O fato é que a gente tem que se adaptar. Todo mundo devia ser calmo. Caminhei pela casa, vi uma foto da minha mãe. Ah, as perdas... Amigos se vão, jovens ou já velhos. Os afetos nos enriquecem, mas coisas maravilhosas chegam: filhos, netos, novos amigos, velhos amigos permanecem, os livros, os filmes, os quadros, as músicas, a serra, o mar, as horas de encantamento, as viagens de volta pra casa, a doce “zona de conforto”. Tem o acolhimento do nosso quarto, os lençóis cheirosos. A segurança dentro do possível neste mundo que o crime compensa. Depois do inverno, a primavera. Hoje, numa brilhante manhã e clara, olhei para o céu enquanto tomava meu café (com doce de leite e torradinhas). Vim ligar meu computador porque tenho que trabalhar. Escrever é mexer, tudo vem à superfície. Vamos celebrar às coisas boas e belas – a família, amores, leituras, arte, natureza e amizade. Pra você, meu leitor, meu fiel imaginário, espero que esse seja um texto de claridade e que, apesar de tudo, ressoe, aqui e ali, a benção da alegria do que foi vivido e do que ainda há por viver.
Robson Kindermann Sombrio
Psicólogo (CRP 12/05587) e autor de vários livros de autoajuda. @robsonkindermannsom