Menina de 10 meses se engasgou com embalagem
O 1º de março, quarta-feira, será inesquecível para Osni Souza Kulkamp, cabo da Polícia Militar. Por volta das 21 horas, a campanhia de sua casa, no bairro Vila Nova, em Braço do Norte, tocou insistentemente. O policial pediu para um dos filhos ver quem estava no portão, enquanto se arrumava para ir atender. Qual foi a surpresa ao saber que eram os seus vizinhos solicitando ajuda, pois a bebê deles, Laura, de 10 meses de vida, havia colocado algo na boca e estava engasgada.
Rapidamente, o policial iniciou a Manobra de Heimlich, utilizada para desobstrução de objetos na garganta. “Foi tudo muito rápido. Só percebi que a criança estava com falta de ar. Imediatamente, me lembrei do movimento que é ensinado na nossa formação e que, por alguas vezes, observei em vídeos pela internet”, conta o policial que estava no seu dia de folga.
Natural de Grão-Pará, cabo Osni é militar há 17 anos. Atualmente, reforça o grupamento de São Ludgero. Ele revela que, neste período que atua como militar, já trocou tiro com bandidos em assaltos e viveu situações das mais diversas. “Mas, sem dúvidas, essa foi a mais emocionante da minha carreira”, disse o policial no primeiro reencontro com a menina na tarde da última sexta-feira, 3 de março. O pai, o soldador Deivid Rodrigues, de 34 anos, levou Laura, acompanhado da outra filha, Livia, de 11 anos, ao 35º Batalhão da Polícia Militar, para agradecer o vizinho pela ação que acabou salvando a vida da menina (acompanhe neste vídeo o reecontro).
Deivid recorda que deixou a sua filha mais nova brincando no chão, com alguns objetos. Próximo, havia uma cartela com medicamentos. Não imaginavam que ela iria pegar a embalagem e levar a boca. “Ficamos desesperados quando vimos que ela começou a ficar sem respirar. Imaginamos que ela tivesse colocado algum remédio na boca e se engasgado”, detalha o pai, que começou a bater nas costas da filha para ela expelir o que estivesse na garganta. Como não obtiveram resultado, lembraram que o vizinho é policial e levaram a criança até a sua casa.
“Depois que a criança voltou a respitar, aconselhei os pais a levá-la ao hospital, pois, apesar de voltar a respitar, não conseguimos viualizar se o neném expeliu mesmo o objeto, já que estava escuro e ainda havia o risco de ter ingerido um medicamento”, complementa o policial. No hospital, o médico de plantão não constatou nenhum objeto estranho no interior do corpo do bebê. Os pais acreditam se tratar do alumínio que veda cada comprimido da embalagem. Reconstituídos do susto, agradecem a Deus o fato de terem próximo de casa um policial que pôde ajudar.
Cabo Osni recebeu, na mesma semana, um elogio por bravura do comandante do batalhão, o tenete Coronel, Josias Machado Severino. “Sempre lembramos que o policial é militar todas as 24 horas do dia, inclusive, quando não está de farda. Ser lembrado pela população, ser referência neste tipo de ajuda, nos orgulha como instituição”, ressalta o comandante.
O que fazer quando o bebe engasga?
O caso da criança de dez meses de vida que engasgou e foi salvo pelo Cabo Osni acontece com mais frequência do que a gente imagina. A asfixia por aspiração de corpos estranhos, ou “engasgamento”, pode ser causada não só por abjetos estranhou ou pelo leite materno, mas também por ouros tidpos alimentos. E os adultos também estão sujeitos a passar por isso. Quando isso acontece, socorrer de forma correta é fundamental e pode salvar uma vida.
Como perceber se uma pessoa está engasgada?
Geralmente, os engasgamentos são causados pela obstrução parcial ou total do nariz, garganta e traquéia. Quando a obstrução é parcial, a pessoa consegue falar e tossir; já na obstrução total, a vítima não consegue ter nenhum tipo de reação. Os sinais e sintomas mais comuns são tosse, cianose (pele azulada ou pálida), dilatação das veias do pescoço e perda da consciência.
Como socorrer?
Bebê: observe se o bebê consegue tossir e respirar. Em caso de resposta negativa, peça a alguém que acione o Corpo de Bombeiros e inicie imediatamente as manobras de socorro:
Vire o bebê de barriga para baixo, deitado sobre seu antebraço com a cabeça em um nível mais baixo do que o resto do corpo. Cuidado com as mãos para não obstruir o nariz e a boca do bebê. Dê 5 tapas nas costas, entre as omoplatas. Em seguida, vire o bebê de barriga para cima, ainda apoiado no seu antebraço e faça 5 compressões no tórax com os dedos indicador e médio na linha entre os mamilos. Repita o procedimento até que a criança comece a chorar.
Crianças maiores de 1 ano e adultos que tenham aspirado corpo estranho: faça compressões abaixo das costelas, com sentido para cima, abraçando a criança por trás, até que o corpo estranho seja deslocado para cima e expelido.
Prevenir é sempre melhor do que remediar, então preste atenção em algumas dicas que podem evitar que seu filho engasgue:
• Não ofereça alimentos a crianças menores de 4 anos, sem amassar e desfiar as fibras;
• Não deixe pedaços de alimentos no prato, principalmente os arredondados;
• Os alimentos a seguir apresentam alto risco para a aspiração: sementes, amendoim, castanha, nozes, milho, feijão, pedaços de carne e queijo, uvas inteiras, salsicha, balas duras, pipoca, chicletes. Portanto, evite que crianças menores de 4 anos tenham livre acesso a eles;
• Mantenha os seguintes itens da casa longe do alcance de crianças menores de 4 anos: balões, moedas, bolinhas de gude, brinquedos com peças pequenas, bolas pequenas, botões, baterias esféricas de aparelhos eletrônicos, canetas com tampa removível;
• Insista para que as crianças comam à mesa, sentadas. Evite alimentá-las enquanto correm, andam, brincam, estão rindo e não permita que se deitem com alimentos na boca;
• Corte os alimentos em pedaços bem finos e ensine a criança a mastigá-los;
• Supervisione sempre a alimentação de crianças pequenas;
• Fique atento às crianças mais velhas. Muitos acidentes ocorrem quando irmãos ou irmãs mais velhas oferecem objetos ou alimentos perigosos para os menores;
• Evite comprar brinquedos com partes pequenas e mantenha objetos pequenos da casa fora do alcance das crianças;
• Siga a recomendação da embalagem dos brinquedos, com relação à idade ideal para aquisição;
• Não deixe crianças pequenas brincarem com moedas.