Mostrar a beleza da diversidade é uma das missões dos concursos de beleza plus size. Mais do que um culto à estética física, eles carregam consigo uma mensagem de respeito e conscientização. A modelo imbitubense Clarice Rech, de 23 anos, é referência e soma 11 títulos ao total, já tendo, inclusive, representado o Brasil em uma competição internacional.
Ela conta que, em tempos de comparação excessiva nas redes sociais, a representatividade é essencial. “Precisamos lembrar que somos pessoas reais, com corpos ‘normais’ e com seus pequenos detalhes, como celulites, estrias e algumas gordurinhas”, declara.

    Segundo ela, a aceitação não significa desleixo ou falta de cuidado com a saúde. Na verdade, é o contrário disso. “Amor próprio não é sobre aceitar doenças e sentar no sofá sem fazer nada por si mesma, mas sobre entender nossas fases e nossas imperfeições, cuidar de si mesma com amor, praticar exercícios por prazer, fazer coisas que gosta sem medo de julgamento. É fazer não pelos outros, mas por si”, ressalta a miss, que também atua com Terapia por Hipnose e Auriculoterapia.
   
 

Por conta de crenças como estas, a modelo conta que, apesar de sonhar desde pequena em estar nas passarelas, desacreditou por muito tempo que isso seria possível. “Todos os corpos e idades têm espaço para estar em destaque e merecem isso. Alcançar essa vitória é um incentivo também para quem me assiste, mostrando que podemos conquistar o que quisermos e nunca duvidar do nosso potencial”, defende. É por isso que ela aproveita a visibilidade que tem para fazer um alerta. “Existe um avanço, mas a passos lentos. Não vemos nem um quarto das mídias e marcas incentivando e normalizando corpos fora do padrão. Infelizmente, a moda dos anos 2000 de extrema magreza vem ganhando força atualmente, sendo normalizada uma magreza nada saudável”, alerta Clarice. “Nas redes sociais, vemos o quanto podem ser cruéis as pessoas, nunca satisfeitas com os corpos alheios e críticas que chegam a causar crimes contra a própria vida. Precisamos ser muito fortes e lutar contra isso”.

Para as pessoas que desejam seguir uma trajetória semelhante, Clarice oferece palavras de encorajamento e orientação. “A prática é essencial para tudo que queremos fazer em nossa vida, persistência e sempre estar em busca da evolução são a chave para o sucesso”, sugere. Ela também ressalta a importância de respeitar as pessoas ao seu entorno e se informar a fundo sobre o concurso ou a agência a fim de evitar cair em golpes.  “E nunca se esqueçam de serem felizes no processo e fazerem amizades e conexões por onde passarem”, afirma ao concluir os conselhos. Clarice conta que, para ela, a vitória nos concursos representa também uma significativa superação pessoal. Por meio deles, ela já enfrentou os desafios de competir em um país estrangeiro, lidando com diferentes culturas e idiomas e testando seus limites físicos e emocionais. Tudo isso contribuiu, segundo ela, para fortalecer sua confiança e determinação.