Eu amo escrever. É um dos meus prazeres. Esse texto está me pedindo uma liberdade acima de mim. Eu sou ousado, corajoso, sou dono de mim. Ainda vacilo diante das palavras, sou dono de uma alma em construção. Eu me acovardo diante de temas que querem ser expostos, recuso e me mergulho diante do meu Ser, mas tenho amadurecido, enxergo este texto como um homem amadurecido. Com minhas palavras, eu sei que entro em portas e arrebento cadeados, eu abro e fecho portas, faço barulho e não “aceito” ser julgado, como também não julgo. Acredito que a melhor forma de se expressar é através da arte: música, texto, poesia, pintura e outras artes das quais não me recordo agora.
A vida vai se resolver é vivendo, ousando, gozando, experimentando, desbravando. Eu sei, a leitura tem o atributo de acordar a gente que “está” adormecido. Trazer à tona emoções reprimidas, promover uma viagem para dentro e possibilitar aquilo que eu nem sabia que iria existir. Desejo que este texto possibilite o encontro que habita no seu Ser – que tem tanto a dizer e a ensinar. Escrever é dar vazão à liberdade. Sempre gostei da noite, do céu escuro, da lua, da harmonia da noite. E de quando as luzes de casa se apagam e a quietude domina a casa e também a nossa cidade. Deve ser por isso que não durmo bem.
A noite me chama, me convoca a pensar, faz revelações surpreendentes e aguça meus sentidos e minha intuição. A insônia é minha parceira constante. Escrevo texto inteiros deitado na cama, olhando para o quarto escuro. Nem sempre sou lua. Às vezes, sou sol. Tenho forças e vendavais dentro de mim. Eu preciso acolher meu sono, repousar meus medos, chorar e acolher meus vazios. Aos poucos, quanto mais eu desejava me esconder, me acolher, havia um furacão aqui dentro; hoje, eles crescem e ganham força dentro de mim. Hoje, eu sei, há dias de serenidade e de inquietação. Dias leves e dias de vulcão.
Escrevo este texto para todas as pessoas que são sol e também lua. Você pensa que está no controle de tudo, mas um dia você acorda e, sem nenhum aviso prévio, uma tempestade invade. Assim como o tempo muda – de manhã faz frio e à tarde calor –, nós também podemos mudar em questão de segundos. Somos contraditórios e cheios de contrastes. Na maioria das vezes, inquietos. Permita-se transbordar, permita-se chorar, permita-se recomeçar. Por fim, a vida é... gozar e viver.
Robson Kindermann Sombrio
Psicólogo (CRP 12/05587) e autor de vários livros de autoajuda. @robsonkindermannsom